segunda-feira, 15 de março de 2010

LULA EM ISRAEL: QUEREMOS UM MUNDO MAIS JUSTO



Em discurso no Knesset (parlamento de Israel), o presidente Lula defendeu “um mundo mais justo” ao enfatizar que a política externa brasileira tem “uma vocação universalista” e comprometida com valores. Ele enfatizou que o país defende os direitos humanos e que a busca de paz passa por solução negociada dos conflitos. O presidente reforçou que a paz naquela região, que nestas décadas de conflito gerou milhares de vítimas, se dará pelo diálogo.

Lula lembrou a sua trajetória de sindicalista, quando nunca fugiu dos conflitos, mas procurou resolvê-los por meio do diálogo “ainda quando ele parecia ingênuo, tarefa impossível”. Assim como defendeu um Estado palestino forte, soberano e seguro, o presidente brasileiro também destacou Israel forte, soberano e seguro. O presidente enfatizou que é importante a participação de novos atores nessa busca pela paz naquela região de conflito.

“O impasse que vive o Oriente Médio mostra as enormes dificuldades que enfrentam hoje a governança global, em particular as Nações Unidas”, afirmou. Mais adiante, Lula defendeu a renovação da ONU para que o organismo possa ter maior representatividade e, deste modo, venha assumir “um papel mais ativo na busca pela paz”.

No discurso, Lula citou o fisico Albert Einstein: “Não se pode fazer a mesma coisa, dia após dia, e esperar resultados diferentes.” E depois concluiu: “O Brasil quer modestamente ajudar a obter esses resultados diferentes.”

Lula lembrou, entre outras questões, que a postura dos países da América do Sul, juntamente com nações da América Latina e Caribe, no equacionamento dos conflitos. Mencionou também a contribuição de judeus nos mais diversos setores da sociedade brasileira, como Clarice Lispector, Moacyr Scliar, Lasar Segall e León Gerchman, e lembrou o acordo entre o Mercosul e Israel, que entra em vigor no dia 4 de abril, o primeiro entendimento de comércio com um país fora da América Latina.

A busca de novos participantes para solucionar o impasse na região ganha força, segundo Lula, em função da interrupção das negociações: “Essa postura se faz mais necessária agora, quando assistimos a uma paralisaçao das negociações e iniciativas unilaterais que as dificultam, como o anúncio da construção de residências em Jerusalém às vésperas do reinício de uma rodada de negociações. O impasse agrava a deterioração das condições de vida nos territórios palestinos ocupados. Mas também alimenta fundamentalismos de todos os lados e coloca no horizonte conflitos mais sangrentos ainda.”

O presidente informou que a Constituição federal brasileira não tem espaço para que se construa armas nucleares, e, por esse, motivo reforça a condição de o Brasil ser um país pacífico. Lula gostaria que o exemplo brasileiro fosse seguido por outras nações. Ele concluiu o discurso com mais uma citação de Einstein: “A paz não pode ser mantida pela força”.

Fonte: Blog do Planalto http://blog.planalto.gov.br

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