terça-feira, 30 de março de 2010

DIPLO: COMO FUNCIONAM OS SISTEMAS DE SAÚDE


Apesar dos progressos médicos e das reformas sucessivas, as desigualdades diante da doença permanecem escancaradas, quer entre os países, quer no interior de cada nação. Enquanto certos governos andaram (re)descobrindo as virtudes do setor público, o setor privado não pára de estender seus tentáculos

por Martine Bulard - do Le Monde Diplomatique Brasil

Da América à Ásia, da África à Europa, nenhum país escapa da reforma dos sistemas de saúde. A princípio, é um fato a ser comemorado. Afinal, considerando-se as necessidades ainda por serem atendidas e a gravidade das pandemias que seguem se alastrando, a manutenção das estruturas vigentes seria impossível.

Enquanto os Estados Unidos, um país campeão do privado, ou a China, que andou experimentando a abordagem americana com o vigor dos novos convertidos, tentam limitar a lógica mercantil para implantar uma cobertura universal, os países ricos definem como objetivo principal a redução do papel do Estado. Ou seja, no momento em que o modelo estadunidense prova sua ineficiência, o mercado continua sendo a bússola – mesmo se alguns preconizam o retorno do Estado.

Classificados no segundo lugar mundial pelas suas despesas com saúde – 15,3% do produto interno bruto em 2007 – os Estados Unidos recuam para o trigésimo lugar quando o quesito é expectativa de vida “com boa saúde”1. Diante de tais resultados, dá para entender por que o presidente Barack Obama resolveu enfrentar o problema com determinação, com o objetivo de ampliar a proteção para o maior número possível de pessoas. Ainda assim, é impossível prever se ele conseguirá cumprir suas promessas e obter a maioria necessária na votação do seu projeto de reforma2.

A idéia de proteção social apareceu pela primeira vez no século XIX, com a generalização da revolução industrial e o surgimento das grandes concentrações operárias. Ao criarem as sociedades de socorro mutualista, e então, ampliando-as com sistemas de seguridade social – o primeiro foi fundado pelo chanceler alemão Otto von Bismarck em 1883 –, os dirigentes políticos pretendiam garantir a manutenção de uma mão-de-obra com boa saúde, capaz de resistir às condições de trabalho estafantes. Eles foram tanto mais obrigados a agir assim que as lutas sociais objetivando a melhora das condições de vida iam se desenvolvendo no mesmo momento.

Com isso, depois da Segunda Guerra Mundial apareceram diversos sistemas destinados a garantir a coesão social. De certa forma, eram dispositivos destinados a evitar as lutas de classes. Na França, a Assembléia Consultiva Provisória anunciou, em 5 de julho de 1945, que a seguridade social responderia “à preocupação de livrar os trabalhadores das incertezas do futuro imediato, as quais favorecem neles um sentimento de inferioridade, que está na base da distinção das classes entre os ricos, seguros de si mesmos e do seu futuro, e os trabalhadores sobre os quais pesa constantemente a ameaça da miséria3”. Em seguida, o “direito à saúde para todos” foi reconhecido em escala planetária, o que conduziu à criação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948. Hoje, 62 anos mais tarde, apesar dos compromissos renovados assumidos pelos 194 países da Organização das Nações Unidas (ONU) em Alma-Ata, em 1978, ainda falta muito para este objetivo se tornar realidade.



Sem fatalidade nem mistério

A primeira constatação que se impõe é a de que existem desigualdades incomensuráveis, sobretudo entre nações. Enquanto a medicina realizou progressos excepcionais, 31 países (entre os quais África do Sul, Botsuana, Gabão, e ainda Rússia e Ucrânia) registraram uma redução da sua esperança de vida “com boa saúde” entre 1990 e 2006. A África permanece na rabeira do pelotão: 29 anos de esperança de vida na Serra Leoa; 33 anos em Angola; e 37 anos na República Democrática do Congo (RDC). No outro extremo do ranking, o Japão segue disparado na frente: 75 anos.

Claro, as áreas onde se morre muito cedo também são palcos de enfrentamentos internos ou de guerras com inúmeras vítimas. Mas essas populações sofrem, acima de tudo, com doenças infecciosas – malária, tuberculose, diarréia, HIV – que prosperam com a miséria e a carência de infra-estrutura sanitária4. Não há fatalismo nem mistério. Esse tipo de flagelo, que se concentra nos países do Sul (na África e em certas áreas da Ásia como Timor Leste, Laos, Bangladesh e Mianmar), pode ser debelado com o desenvolvimento econômico, um fenômeno que os especialistas chamam de “transição epidemiológica”.

Enquanto isso, nos Estados ricos ou emergentes predominam as moléstias crônicas – cardiovasculares, respiratórias, diabetes, câncer etc. Obviamente, estas últimas também atingem os países em desenvolvimento, onde elas se alastram com o surgimento de classes médias (Gana, Gabão, África do Sul, Paquistão...). Da mesma forma, infecções que haviam desaparecido nos países desenvolvidos – tais como a tuberculose – voltaram à tona. Nem por isso deixa de ser pertinente o diagnóstico segundo o qual a riqueza do país e o nível das despesas sanitárias são determinantes para o prolongamento da vida.

Os 30 países da Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômicos (OCDE) que apresentam a maior taxa de longevidade concentram 90% das despesas mundiais com saúde, ao passo que contam com 20% apenas da população. A África subsaariana, com 12% da população mundial, reúne menos de 1% dos gastos5. Portanto, não existe milagre algum. Os recursos dedicados à saúde alcançam 3,5% do produto interno bruto (PIB) em Serra Leoa e 2,1% no Congo, enquanto superam 8% no Japão e 11% na França. Se o exemplo estadunidense comprova que os recursos nem sempre são bem utilizados, eles devem, entretanto, alcançar um nível suficiente para que se possa escapar desta “fatalidade da morte”, resultante da distribuição das riquezas. Como diz a economista Amartya Sen: “todos deveriam ser capazes de admitir que as injustiças, tais como a carência de cuidados médicos ou a falta de medicamentos, poderiam ser eliminadas, sem esperarem para tanto que se chegue a um acordo em relação à visão da sociedade que deveria ser promovida. Da mesma maneira que Condorcet, que em seu tempo definiu o princípio do fim da escravidão, é preciso colocar essa questão da injustiça6”.

Enquanto o dinheiro é fundamental nessa guerra contra as doenças, é preciso também contar com um exército treinado (profissionais da saúde) e com armas eficientes (medicamentos, equipamentos, educação). O acesso aos tratamentos depende também da organização sanitária e do modo de financiamento. Existem três grandes sistemas distintos: um primeiro oriundo da colonização, outro formado pelos ex-países comunistas e um terceiro em vigor nos Estados desenvolvidos, geralmente adotado com algumas variantes pelos emergentes.

Como herança da época colonial, os 79 países da África, do Caribe e do Pacífico (ACP) desenvolveram uma arquitetura piramidal. Neles predomina o nível primário, com dispensários locais e às vezes equipes móveis, o nível secundário com hospitais gerais, e, por fim, um nível terciário, constituído por unidades especializadas (clínicas) e por centros hospitalares universitários. Até meados dos anos 1980, os fundos do Estado e os das organizações internacionais permitiram garantir um equilíbrio precário.

Mas, conforme comenta a OMS em seu relatório de 2008, “as políticas de ajuste estrutural [negociadas pelo Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial] abalaram gravemente o sistema de saúde pública; as discrepâncias entre a oferta privada e pública de tratamentos médicos ampliaram-se”. A entidade acrescenta: “a mercantilização desenfreada dos sistemas de saúde os torna muito ineficientes e muito caros; ela acentua as desigualdades e conduz a tratamentos de qualidade medíocre, e não raro até mesmo perigosos”. A OMS cita ainda o exemplo da RDC, onde “é designada com a expressão ‘cirurgia safári’ uma prática comum de certos agentes de saúde que consiste em efetuar de maneira informal apendicectomias e outras intervenções cirúrgicas no domicílio do doente, geralmente por um preço exorbitante”. Esses fatos mostram que a penúria sempre vem acompanhada da corrupção.

Quanto às ajudas internacionais, de fatos indispensáveis, elas são tão dependentes de comandatários múltiplos que costuma ser difícil instaurar qualquer coerência em sua implementação. As reformas, quando elas existem, dizem respeito à construção de estruturas primárias e hospitalares.

Vale contar aqui uma anedota impressionante. Como se sabe, desde o começo do ano de 2010, vários países europeus vêm tentando se livrar dos seus estoques excedentes de vacinas contra a gripe H1N1. Segundo a OMS, “95 países pobres necessitariam deles”.

Contudo, por falta de equipamentos adequados para preservar os produtos e de recursos humanos para administrá-los corretamente, “apenas dois7” obtiveram o medicamento no início de janeiro. Por mais que a validade das previsões da OMS relativas à pandemia de gripe A sejam questionáveis – mais dependentes da pressão dos laboratórios que da realidade médica –, a constatação não deixa ser expressiva.

Construir uma rede de atendimento médico revela-se necessário. Mas não é suficiente. “Instalações e serviços podem estar disponíveis e acessíveis, e ainda assim permanecerem insensíveis à cultura”, escrevem pesquisadores ao fazerem um balanço de 60 anos de direito à saúde na revista especializada The Lancet8. Eles citam o exemplo peruano, onde os programas destinados a debelar a mortalidade materna fracassaram até o momento em que eles levaram em conta o costume das mulheres de dar à luz agachadas, e forneceram os equipamentos adequados. Uma mera questão de bom senso. É significativo o fato de na África, ou mesmo na Índia, os sistemas coloniais terem importado os métodos ocidentais, ignorando as práticas e as habilidades locais – quando estas não foram combatidas. A China de Mao Tsé-Tung fez o contrário: baseando-se na medicina tradicional associada às terapias ocidentais, conseguiu debelar certas doenças infecciosas.

Na Rússia, vive-se menos que em 1990

Outro sistema importante é o dos antigos países comunistas do bloco soviético. Este era constituído, sobretudo, por grandes hospitais, os sanatórios. O atendimento médico de bairro praticamente não existia. Já pouco eficiente no final do antigo regime, este modelo explodiu com a queda das subvenções públicas, em consequência da conversão desses países aos dogmas liberais e do desmoronamento econômico. As dificuldades de vida e a perda das referências coletivas conduziram a comportamentos de risco (violência, alcoolismo acirrado), no momento em que os fundos alocados para a saúde regrediam. Resultado: a esperança de vida “com boa saúde”, que era na Rússia de 69 anos em 1990, caiu para 66 anos em 2006; de 70 para 67 anos na Ucrânia; e de 65 para 64 anos no Cazaquistão.

Resta o caso dos países ricos, onde o acesso de massa aos tratamentos passa pelos médicos de bairro, os especialistas, os hospitais generalistas, assim como pelos estabelecimentos mais avançados e sofisticados. No cerne desse conjunto, podemos distinguir os sistemas nos quais a gratuidade é garantida e a oferta de tratamentos financiada pelo Estado (Suécia, Reino Unido); os sistemas de seguro-doença (Alemanha, França, Japão...) nos quais a oferta pode ser pública ou privada e os custos dos tratamentos são mutualizados; por fim, os sistemas majoritariamente privados (Estados Unidos ou países da Europa Central).

Embora todos partam da necessidade de proteger as populações das vicissitudes da vida, a opção inicial (pública ou privada) apresenta consequências muito distintas. Na Europa, nos dias que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, prevaleceu a idéia de que “cada cidadão deve financiar o sistema em função da sua renda – e não em função do estado da sua saúde – e deve ser tratado em função do seu estado de saúde – e não da sua renda”, lembra o pesquisador Bruno Palier9. Os princípios eram generosos. Mas eles iriam sofrer alterações drásticas.

Nesse conjunto de países, por mais estranho que possa parecer, o montante das despesas com saúde não tem praticamente nenhuma relação com o estado sanitário global e a Esperança de vida. De fato, não basta gastar mais para viver mais. Assim, o Japão, cuja esperança de vida “com boa saúde” é de 75 anos, dedica apenas 8,1% do seu PIB à saúde – ou seja, menos do que a França (11,4% e 72 anos de esperança de vida), a Suécia (9,1% e 73 anos) e o Reino Unido (8,4% e 71 anos). Este paradoxo aparente pode ser explicado pelo fato que os modos de vida, as condições de trabalho e alimentação também influem na longevidade.

Em contrapartida, as relações entre o paciente e os médicos, o controle (ou não) do preço dos medicamentos, e ainda o peso da prevenção têm um impacto direto sobre as despesas. É nos Estados Unidos que a conta farmacêutica é a mais pesada (duas vezes superior à média dos países da OCDE), na frente do Canadá, da Grécia e da França.

Na Suécia, na Noruega ou no Reino Unido, a gratuidade é garantida para os tratamentos de base. Os equipamentos são públicos; a remuneração do médico fica a cargo do Estado ou das municipalidades. Obviamente, quando as finanças públicas enfrentam dificuldades, os serviços se transformam em listas de espera. Esta situação foi um dos resultados do “reinado” de Margaret Thatcher. Em 2001, 22% dos pacientes britânicos tiveram de esperar por mais de três meses (treze semanas, exatamente) até conseguirem marcar uma simples consulta no hospital; 27% dentre eles tiveram de aguardar seis meses para serem operados10.

A OCDE descobre a lua

Apesar de muitas hesitações, o governo trabalhista britânico incrementou os meios destinados ao sistema sanitário: aumento do número de médicos e de enfermeiras, dos salários e retomou os investimentos na área. Os resultados são patentes, mesmo se eles permanecem aquém daqueles da Suécia e da Noruega, onde os tratamentos de qualidade são garantidos e acessíveis a todos. Diferentemente das idéias marteladas pelos fanáticos da suposta “supremacia do mercado”, não é o sistema público que conduz ao desastre, portanto, mas sim o descompromisso do Estado. Vale também notar que a conta global das despesas de saúde não raro se revela menos pesada quando as proteções são coletivas e que a parte privada (paga pelas famílias e/ou as seguradoras) é a mais reduzida, como no Japão (17,7% das despesas) ou na Suécia (16,1%), contra cerca de 50% nos Estados Unidos.

Para se convencer disso, basta analisar detalhadamente o mais liberal dos sistemas, o estadunidense, famoso pelas suas falhas em série – a tal ponto que alguns o descrevem como um “não-sistema”. Para a população ativa, o seu financiamento se baseia na empresa, que custeia um contrato de seguro de saúde junto a organismos privados. Com isso, dois terços dos assalariados estão cobertos. Os trabalhadores que atuam por conta própria ou em tempo parcial e prestando serviços em pequenas empresas devem contratar apólices individuais, que são muito mais caras. Isso faz com que, na maioria dos casos, eles acabem sendo excluídos do sistema de proteção sanitária. A sanção é imediata: fora da empresa não existem direitos. A questão torna-se mais crucial com o aumento da taxa de desemprego oficial, que hoje oscila em torno de 10%. Os aposentados de mais de 65 anos têm direito à Medicare, que garante um atendimento mínimo, enquanto os mais pobres podem recorrer à Medicaid. Em contrapartida, para os que não se enquadram nessas categorias, simplesmente não existe alternativa alguma. No país, que é citado como um modelo de sucesso, um sexto da população não dispõe de proteção alguma. É este buraco que Barack Obama quer tapar.

De fato, mesmo no âmbito dos países que dispõem dos sistemas sanitários mais desenvolvidos, as desigualdades permanecem escancaradas. O economista Richard Wilkinson sublinha que nos Estados Unidos “as mulheres brancas dos bairros mais ricos têm uma esperança de vida de 86 anos, contra 70 anos para as mulheres negras dos bairros mais pobres11”. Uma diferença de 16 anos não é coisa pouca.

Por sua vez, a OMS avalia até mesmo que “886.202 óbitos poderiam ter sido evitados entre 1991 e 2000, se as taxas de mortalidade entre os americanos brancos e os afro-americanos tivessem sido equiparadas12”. “Vale comparar”, prossegue a organização, “com as 176.633 vidas que foram salvas graças aos progressos médicos”. O mesmo estudo menciona outro exemplo: nos bairros pobres de Glasgow, na Escócia, a esperança de vida no nascimento é de 54 anos, ou seja, inferior àquela da Índia!

Esta situação não ocorre apenas por razões sanitárias ou financeiras. Conforme aponta ainda a OMS, as populações de baixa renda acumulam dificuldades: “educação medíocre, carência de equipamentos sociais, desemprego, más condições de trabalho e moradia em bairros perigosos”. Esses fatores socio-psicológicos, aos quais Wilkinson acrescenta a auto-estima e o medo do futuro, se manifestam intensa e constantemente. Nos países ricos, estar pobre é prejudicial à saúde.

Espantados com os resultados do seu próprio estudo, os especialistas da OMS, que geralmente costumam dar preferência à linguagem diplomática, afirmam sem rodeios: “essa disparidade em caso algum é um fenômeno ‘natural’; ela é o resultado de políticas que privilegiam os interesses de alguns em detrimento dos interesses dos outros, quase sempre os interesses de uma minoria poderosa e rica em detrimento dos interesses de uma maioria de pessoas de baixa renda”.

Até mesmo a muito liberal OCDE, que sempre incentivou uma desregulamentação generalizada, foi obrigada a reconhecer que a privatização agrava as dificuldades: “apenas um pequeno número de obstinados segue defendendo a idéia que a concorrência oferece a solução apropriada. Hoje, as virtudes do mercado se tornaram muito menos evidentes13”. Os especialistas desta organização acrescentam até mesmo que “a sociedade pode estar diante da necessidade de implementar medidas tais como a da regulamentação do mercado para corrigir suas falhas e, nos casos extremos, trocar de vez o mercado por outra forma de alocação dos recursos”. Será que a OCDE descobriu a Lua?

Mais vale manter os pés no chão. Nos Estados Unidos, os lobbies das seguradoras dispõem de apoios políticos suficientes entre os democratas para alimentarem boas esperanças de salvar seus privilégios.


Martine Bulard é redatora-chefe adjunta de Le Monde Diplomatique (França).

Íntegra da matéria parcialmente publicada na ed. 31 de Le Monde Diplomatique Brasil

1 69 anos. “Relatório sobre a saúde, 2009”, Organização Mundial da Saúde, Genebra. Os números citados ao longo deste artigo se referem à esperança de vida “com boa saúde” (sem enfermidade grave), que é mais curta do que a esperança de vida global.


2 Ler “Obama ou l’impasse des petits pas”, La valise diplomatique, 20 de janeiro de 2010.


3 Alain Barjot , “La Sécurité sociale, son histoire à travers les textes”, vol. III, 1945-1981, Association pour l’étude de l’histoire de la Sécurité sociale, ministère du travail et des affaires sociales, Paris, 1997.


4 Ler Maggie Black, “Le tabou des excréments, péril sanitaire et écologique”, Le Monde diplomatique, janvier 2010.


5 Dados de 2006 do Banco Mundial.


6 Entrevista na Rádio France Inter, 13 de janeiro de 2010. Ler “L’Idée de justice”, Flammarion, Paris, 2010.

7 Donald G. McNeil Jr, “Poor nations still getting little flu vaccine”, International Herald Tribune, Paris, 19 de janeiro de 2010.


8 “Health systems and the right to health: An assessment of 194 countries” (“Os sistemas de saúde e o direito à saúde: uma avaliação em 194 países”), The Lancet, Londres, 13 de dezembro de 2008.


9 Bruno Palier, “La Réforme des systèmes de santé”, editora Presses universitaires de France, coleção “Que sais-je?”, Paris, nova edição, 2009.


10 O exemplo é citado por Bruno Palier, op. cit.


11 OMS, “Reduzir as discrepâncias no espaço de uma geração. Instaurar a equidade em saúde, agindo sobre os determinantes sociais da saúde”, relatório de 2008.


12 OMS, “Acabar com as discrepâncias no espaço de uma geração. Instaurar a equidade no campo da saúde, agindo sobre os determinantes sociais da saúde”, relatório de 2008.


13 OCDE, “Achieving better value for money in health care”, Paris, 2009.

EDINHO SILVA E A JUVENTUDE


Dia 30 de março é o dia mundial da Juventude

Muito tem se falado sobre a relação estreita entre o cuidado com a juventude de uma nação e o seu desenvolvimento. Ao pensarmos em “juventude”, devemos ter em mente o período que abrange dos 15 aos 24 anos de idade, segundo definição da Organização das Nações Unidas.

Sabemos que é possibilitando uma estrutura de apoio aos jovens, que construiremos o futuro de um país.

O ex-prefeito de Araraquara e atual presidente do PT paulista, Edinho Silva,durante seu governo de oito anos como prefeito na cidade, implantou inúmeros projetos, em diversas áreas, atendendo e beneficiando jovens e adolescentes através de políticas transversais abrangentes. Aqui, podemos citar alguns programas, como:

A criação da Banda Marcial Olávio Fellippe: Projeto atende adolescentes na faixa etária de 12 a 18 anos e possibilita a aprendizagem musical, teórica e prática. Ao freqüentar as aulas, os integrantes recebem 1 cesta básica e vale transporte, garantindo um melhor preparo desses jovens.

Unidade móvel de informática: Curso de 64 horas, com noções básicas e avançadas de informática, visando capacitar profissionalmente adolescentes acima de 14 anos e adultos. O programa foi elaborado em parceria com SENAI, Banco Itaú, FUSSESP e CTA.

Reciclando Vidas Enide Maria Fernandes de Aguiar Fracasso: Projeto voltado para jovens em situação de vulnerabilidade da região 04, integrando diferentes atores do poder público, criando possibilidades novas de inserção social para esses jovens, através de oficinas como a de reciclagem de papel, de break e Grafite. Mais de 50 jovens participaram desse projeto, sendo 14 deles de freqüência diária.

JOCOARA (jogos colegiais de Araraquara) / Jogos da Primavera / Copa são Paulo de futebol Junior: esses eventos têm o objetivo de favorecer a prática desportiva de jovens de 10 a 18 anos, possibilitando o desenvolvimento de cidadania e inclusão social, através do esporte.

Projeto GURI: destinado ao público de 08 a 18 anos, é um projeto para a formação de orquestras-escola, corais e grupos musicais, socializando os jovens através da música. Implantado desde 2006, já atendeu mais de 200 crianças.

Na área da saúde também foram implantados programas específicos para jovens. Como conseqüência, observamos, por exemplo, redução da taxa de ocorrência de gravidez na adolescência, que passou de 20,44% (2001) para 14,28% (2007).

Temos muitas vitórias a comemorar nesse dia 30, que mesmo que pareçam, à primeira vista, vitórias de uma única faixa etária da sociedade, refletem a possibilidade da construção de um país melhor.

ESTADÃO: A MÍDIA CONSERVADORA CADA VEZ PIOR

Estadão derrapa na reportagem e ainda reclama das críticas

do Blog do Planalto http://blog.planalto.gov.br/


Na sexta-feira passada (26/03) o Estadão publicou editorial reclamando do presidente Lula por se queixar da má-fé de setores da imprensa. Até parece que o jornal estava se defendendo antecipadamente. Vejam como o Estadão muda o contexto de uma declaração do presidente em reportagem assinada pelos repórteres Tânia Monteiro e Renato Andrade na edição desta terça-feira (30/3) e tirem suas conclusões.

O título da matéria é “Ao lado de 18 governadores, Lula lança PAC 2 para impulsionar Dilma”. No quarto parágrafo, os repórteres, que deveriam reportar os fatos com fidelidade, dizem o seguinte:

No mesmo discurso, o presidente anunciou que havia desistido de viajar hoje a Pernambuco para inaugurar uma parte da Ferrovia Transnordestina, por problemas com a obra. “Eu não estou contente com o que nós fizemos até agora”, disse Lula, reconhecendo fragilidades do PAC 1.

Em primeiro lugar, o Presidente não reconheceu fragilidades do PAC 1, como afirmaram os repórteres do Estadão. A reconhecida insatisfação com o que foi feito até agora foi dita em um contexto diferente do apontado no texto. Ele se referia ao conjunto de realizações do governo. Inclusive, o exemplo citado foi o do Bolsa Família, que não está no PAC.

Vejam o trecho a seguir para tirar suas conclusões e ver se o presidente não tem razão de criticar -- para ler a transcrição da íntegra do discurso, clique aqui:




"Então, eu quero terminar, companheiros, dizendo para vocês apenas duas coisas. Eu não estou contente com o que nós fizemos até agora, e acho que nenhum de vocês está contente, porque nós temos a obrigação de fazer mais, temos competência de fazer mais. O povo pobre deste país precisa que a gente faça mais, e a economia precisa que isso aconteça.

Eu fico imaginando se nós, naquele momento de crise, tivemos que fazer um investimento de quase R$ 12 bilhões no Bolsa Família, o próximo governo não pode se contentar com [R$] 12 [bilhões], vai ter que fazer mais. Ou vai ter que gerar tanto emprego, que um dia não vai precisar mais ninguém ter o Bolsa Família. Porque quando a gente começou a fazer o programa Bolsa Família, qual era a crítica que a gente recebia? “Cadê a porta da saída? A porta da saída? A porta da saída?”. Os coitados não tinham nem entrado. Eu não sei porque pobre incomoda tanta gente neste país! Não, porque a verdade é essa, é que incomoda."



Em segundo lugar, o presidente não disse que havia desistido de viajar a Pernambuco para inaugurar parte da Ferrovia Transnordestina e nem que a obra estava com problemas. Até porque não estava prevista nenhuma inauguração de trecho da ferrovia. O que se cogitou foi inaugurar uma fábrica de dormentes e uma fábrica de britas, que não ficaram prontas. Isso foi dito à repórter Tânia Monteiro por mais de um assessor de imprensa da Presidência, mas foi ignorado. Confiram o que o presidente disse, e julguem a qualidade da reportagem:



"Veja, eu estou dizendo isso de público porque eu ia amanhã para a Transnordestina, para inaugurar a fábrica de dormentes, a maior do mundo, e a fábrica de brita que, sozinha a usina de brita, vai produzir mais brita que as quarenta que tem em São Paulo. E não vamos porque não está pronta. Esse compromisso foi feito comigo em janeiro, em janeiro. Não está pronta."

A MÍDIA GOLPISTA SE ASSANHA

Mídia e o eterno retorno do discurso golpista

por Gilson Caroni Filho, em Carta Maior

As recentes críticas do presidente da República à mídia brasileira devem ser lidas à luz de um recorte deontológico preciso. Se um dos compromissos fundamentais do jornalismo é a preservação da memória, a imprensa nativa tem, ao longo das últimas décadas, empregado uma estrutura discursiva recorrente para produzir esquecimento. A preocupação de Lula com o hipotético estudante que, daqui a trinta anos, se debruçará sobre mentiras quando folhear o noticiário dos grandes jornais, não só tem fundamento como deveria preocupar os historiadores. Afinal, qual será o valor dos nossos periódicos como fontes primárias de consulta? Em princípio, nenhum. Salvo se a pesquisa for sobre o discurso noticioso e os interesses mais retrógados

Ao tentar colar o rótulo de “estatistas” nas propostas estratégicas do governo, e apresentar o Partido dos Trabalhadores e a ministra Dilma Roussef como defensores de um “Estado-empresário” a mídia corporativa dá um passo a mais na escala do ridículo. Quer fazer crer que não acabou a era da ligeireza econômica, da irresponsabilidade estatal ante a economia, do infausto percurso da razão financista.

Fazendo tábua rasa das conseqüências do mercado desregulado, oculta o que marcou o governo de Fernando Henrique Cardoso: baixa produtividade e alta especulação, baixo consumo e elevadas taxas de desemprego, pobreza generalizada e riqueza concentrada. Prescreve como futuro promissor um passado fracassado. Esse é o eterno retorno dos editorialistas e articulistas de programa. Um feitiço no tempo que atualiza propostas desconectadas do contexto de origem.

Vejam a semelhança dos arrazoados. Tal como nos planos dos estrategistas do modelo de desenvolvimento implantado no país com o golpe de 1964, sem a propensão “estatizante” do governo Jango, o Brasil progrediria nos moldes do capitalismo mais antigo. Livres da intervenção do Estado na economia, da” permissão à desordem pelos “comandos de greve”- e pela” infiltração comunista”- voaríamos em céu de brigadeiro. O desenvolvimento, pregavam os editoriais escritos há 46 anos, seria ininterrupto, para todo o sempre, sem qualquer risco de fracasso. Note-se que a peroração golpista se assentava nos mesmos pilares dos textos de hoje: denúncias de corrupção, aparelhamento do Estado e criminalização dos movimentos sociais com o manifesto propósito de estabelecer uma ordem pretoriana no mundo do trabalho.

O enfraquecimento prematuro ou tardio de setores da classe dominante – com a conseqüente a crise de hegemonia política – tornava decisiva a luta pelo controle do Estado. Sob as bênçãos da maioria dos jornalões, a classe média, conduzida pelos políticos mais reacionários, pela TFP e pelas Ligas Católicas de direita, foi às ruas participar de “Marchas da família com Deus pela Liberdade”.

Os resultados práticos do regime militar não demoraram a surgir: a entrada de poupança externa foi inexpressiva; não se criou indústria nacional e autônoma nenhuma; o financiamento interno serviu para o desenvolvimento das indústrias basicamente estrangeiras de automóveis e eletrodomésticos que formavam o setor dinâmico da economia brasileira, puxando o comércio, serviços e indústrias locais também vinculados a esse pólo. Ao fim, o paraíso prometido foi uma quimera cara, com uma dívida externa estimada em 12 bilhões de dólares.

Ainda assim não faltam nostálgicos,muitos alojados na ANJ e Abert, a proclamar que “vivemos um momento grave, com investidas de inimigos da liberdade de imprensa, propostas que ferem o sentimento religioso do povo brasileiro”, sem falar das hostilidades aos nossos mais tradicionais aliados, com gestos generosos a caudilhos.

Falam de cercos fiscais, regulatórios e ambientais à iniciativa privada, e lamentam não haver substitutos para Oscar Correa, Silvio Heck, Odilo Denis e outros notórios golpistas. Tal como os grandes jornais que tiveram as tiragens reduzidas, as viúvas do “milagre” de Roberto Campos, Delfim Neto, Ernane Galveas e Mário Henrique Simonsen não se dão conta que não falam para quase ninguém. A reduzida base social não lhes permite margem de manobra mais ampla.

Se para a população ficou claro que o país precisa crescer distribuindo, e, para isso, cabe ao Estado criar políticas capazes de desconcentrar a renda, os editoriais do Globo, Estadão e Folha são escritos para quem? Longe de ser apenas uma questão ética, a questão social também é econômica. E o confronto com a mídia uma questão decisiva para que não tenhamos um arremedo de democracia.

Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil

segunda-feira, 29 de março de 2010

NEM A FOLHA ACREDITA NO DATAFOLHA

Mistério

Clóvis Rossi, na Folha de São Paulo - 28 de março


"Durante a campanha eleitoral de 1989, Leonel Brizola almoçou nesta Folha e, a horas tantas, comentou que uma eventual vitória de Fernando Collor de Mello seria "anti-histórica". Concordei com ele, em silêncio.
Como todo mundo sabe, Collor ganhou. Decidi, também em silêncio, que não entendia absolutamente nada de como o eleitor brasileiro forma sua intenção de voto e que era mais prudente, daí em diante, dar palpites apenas quando o Datafolha iluminasse o caminho.

Não é que, agora, nem o Datafolha ilumina algo? O resultado da pesquisa mais recente, ontem publicada, é um denso mistério, ao menos para mim. Não consigo encontrar uma explicação forte para o fato de José Serra ter subido quatro pontos em um mês. Atenção, hidrófobos do tucanato, não estou lamentando a subida, apenas tentando entendê-la.

Que Dilma Rousseff parasse nos 28% ou 27% é compreensível. Deve ter havido uma pausa (ou interrupção definitiva, sabe-se lá) no empurrão que o prestígio do presidente Lula dá à sua candidata.

Mas o que houve para que Serra subisse? Não vi nada no noticiário, a menos que tenha perdido algo por viajar frequentemente para o exterior, o que às vezes faz com que leia apenas superficialmente os jornais brasileiros.
Diminuíram as chuvas, é a hipótese levantada pelo meu guru do Datafolha, Mauro Paulino. Pode ser, mas, pela lógica, seria motivo para que Serra estacionasse, não para que subisse, certo?

Enfim, o resultado só me faz retornar à sensação de 20 anos atrás e decidir deixar que o Datafolha me surpreenda a cada tanto."

BRASIL, INVESTIMENTOS E CRESCIMENTO

Hu Jintao presidente da República Popular da China
China investirá pesado no Brasil em 2010

O ano de 2010 deverá assistir a um salto no volume de investimentos da China no Brasil, com os maiores negócios da história das relações bilaterais. A maior quantidade de recursos estará concentrada nos setores de petróleo, mineração e siderurgia, que atendem a necessidades estratégicas do país asiático para manutenção do alto ritmo de crescimento econômico.

A visita ao Brasil do presidente Hu Jintao, em 15 e 16 de abril, será um marco nessa onda de investimentos. Durante a passagem do líder chinês pelo Brasil deverá ser assinado contrato entre a LLX, do empresário Eike Batista, e a estatal Wisco (Wuhan Iron and Steel Corporation) para a construção de uma siderúrgica no Porto do Açu. Se concretizado, o investimento será o maior já realizado pela China no setor de siderurgia em outro país, além de ser o maior investimento chinês já recebido pelo Brasil. A Wisco entrará com 70% dos US$ 4,7 bilhões necessários à concretização do projeto.

A Petrobras e a Sinopec discutem parceria que pode levar à exploração conjunta de petróleo no Brasil e trabalham para que o acordo seja anunciado durante a visita de Hu. A estatal chinesa já tem participação de 20% em dois poços da Petrobras no Pará. Além disso, a companhia brasileira negocia novo empréstimo de US$ 10 bilhões com o Banco de Desenvolvimento da China (BDC), que poderá ser anunciado na visita do líder chinês.

Com a perspectiva de manter forte crescimento no futuro próximo, os chineses estão preocupados com a segurança energética e tentam garantir fontes estáveis de fornecimento. O descobrimento do petróleo na camada do pré-sal no Brasil abriu novo capítulo na exploração do produto e criou uma fonte potencial de fornecimento à China. "O setor de petróleo levará ao surgimento de nova geração de projetos de investimentos chineses no Brasil", disse o embaixador do Brasil na China, Clodoaldo Hugueney.
Fonte: O Estado de São Paulo

sexta-feira, 26 de março de 2010

LULA, O CAMPEÃO


O inventor e o ganhador

Do blog de José Roberto de Toledo:

Muitas vezes, mais do que um número ou uma estatística, é uma frase que define o estado de espírito do eleitorado, ou de parte dele.

É comum em eleições que institutos de pesquisa organizem discussões com pequenos grupos de eleitores, de diferentes preferências partidárias, para ouvi-los sobre a disputa eleitoral.

É o que se chama de pesquisa qualitativa, em oposição às quantitativas que aplicam um questionário padrão a milhares de eleitores.

Não se pode extrapolar os resultados desses grupos para o total do eleitorado, porque eles não têm representatividade estatística. Mas, por vezes, uma “pérola” pula desses debates e acaba explicando uma tendência que as estatísticas já haviam mostrado sem, contudo, apontar a causa.

Em uma dessas pesquisas qualitativas, organizada recentemente pelo Ibope, discutia-se o mérito e a origem de vários programas sociais do governo Lula.

O mediador estimulava o debate perguntando se não tinham sido criados no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso.

Ao que um dos presentes sintetizou: “A gente quer saber quem ganhou a Copa do Mundo, não quem inventou o futebol”.

quinta-feira, 25 de março de 2010

CPI DA ANATEL É PEDIDA POR ENTIDADE DE DEFESA DO CONSUMIDOR

ANATEL faz o consumidor de palhaço.

Pro Teste pede criação de "CPI da Anatel" e ganha apoio de deputados

A audiência pública realizada nesta quarta-feira, 24, na Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) sobre políticas de expansão de banda larga esquentou o clima de críticas contra a Anatel e o Ministério das Comunicações. Após apresentar dados sobre o histórico de regulamentação feita pela agência com relação às redes de telecomunicações, especialmente em relação às redes-tronco, a advogada da Pro Teste, Flávia Lefèvre, sugeriu sem rodeios a necessidade de que se investigue a atuação da autarquia. "Nós queremos a CPI da Anatel", declarou a advogada.

Flávia lembrou que a Anatel deveria ter estabelecido há quatro anos um modelo de custos para o setor de telecomunicações, de onde seriam tirados dados precisos sobre a necessidade efetiva de recursos para a manutenção das redes das concessionárias. Sem esse modelo, a Anatel não executou outras tarefas previstas na Lei Geral de Telecomunicações (LGT), como a desagregação das redes (unbundling). Essas questões têm sido objeto de frequente análise da Pro Teste, que discute na Justiça se as novas redes implantadas são de fato reversíveis para a União.

"Isso é grave porque, quando chegar em 2025, se prevalecer essa improbidade administrativa, nós vamos indenizar a Telefônica e a Oi para poder continuar prestando o serviço público", alertou a advogada. Os apelos ganharam apoio dos deputados Ivan Valente (PSOL/SP) e Celso Russomano (PP/SP). "Nós temos que analisar essa relação tão próxima, senão promíscua, entre a Anatel e as empresas", afirmou Valente. "Não só sou favorável à proposta de CPI da Anatel como posso até me dispor a fazer o requerimento e recolher as 171 assinaturas necessárias", avisou.

Russomano sugeriu a realização de uma fiscalização legislativa com relação aos dados apresentados pela advogada da Pro Teste. Disse ainda que pensa em encaminhar à Polícia Federal uma denúncia contra as empresas de telefonia que não entregam ao consumidor a velocidade de banda larga anunciada em suas publicidades. "Isso é estelionato. Não é possível ninguém tomar uma providência para acabar com essa propaganda enganosa", afirmou.

A ausência de um representante do Ministério das Comunicações no debate também foi duramente criticada pelos deputados. "O ministro das Comunicações, Hélio Costa, atua em parceria com as empresas de telecomunicações. Isso é uma vergonha", afirmou Ivan Valente, analisando que hoje a pasta pratica uma "omissão proposital" para favorecer as empresas. "É lamentável que o governo não esteja presente nessa discussão, até para se defender."

O gerente de Regulamentação da Superintendência de Serviços Privados da Anatel, Bruno Ramos, anunciou na audiência que a agência reguladora encaminhou na semana passada um ofício a todas as empresas móveis para que elas adaptem suas campanhas publicitárias e anunciem uma velocidade de banda larga mais em linha com o que realmente é assegurado ao consumidor.

Fonte: Revista Digital TELETIME http://www.teletime.com.br

quarta-feira, 24 de março de 2010

PLÁGIO NA FOLHA: ROBERTO JEFFERSON COLOCA COMO SEU ARTIGO ALHEIO


Da Coluna TODA MÍDIA de Nelson de Sá:

"Comungava

Painel do Leitor, (da Folha de São Paulo) Olavo de Carvalho:

concordei em gênero, número e grau com alguma opinião do senhor Roberto Jefferson, foi no dia 19, ao ler nesta Folha o artigo "São ideológicos, por isso corrompem". Nada tenho a acrescentar ou a modificar, pela simples razão de que é um plágio do meu artigo "Pensem nisso", publicado pelo "Diário do Comércio" e reproduzido no meu site. Confiram e verão.

E Roberto Jefferson, presidente do PTB:

Fui induzido ao erro por um colaborador que me enviou o texto como seu. Subscrevi as ideias, porque comungava com elas (quem leu na íntegra verá que não são absolutamente iguais). Mesmo assim, peço desculpas ao professor e à Folha pelo lamentável equívoco.

http://todamidia.folha.blog.uol.com.br/

DIREITO DE COMUNICAÇÃO TEM DE TER RESPONSABILIDADE PÚBLICA

“Excrescências” do direito à comunicação

Do Observatório da Imprensa

Desde sua publicação no final de dezembro de 2009, o III Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) tem sido objeto de violenta campanha conservadora apoiada e, em parte, promovida pela grande mídia. O tema já foi tratado inúmeras vezes neste Observatório (ver, por exemplo, “A mídia contra a Constituição” e “A unanimidade reacionária”).

Contra o III PNDH vale tudo: quem discorda de uma de suas propostas ataca o conjunto do plano, coloca tudo no mesmo saco, como se não houvesse distinção entre descriminalização do aborto e mediação de conflitos agrários. E, para o ataque à única diretriz referente ao direito à comunicação, são utilizadas até mesmo citações de propostas de “controle social da mídia” que simplesmente não constam do III PNDH (2009) e estão, ao contrário, no II PNDH (2002) [veja abaixo o texto integral da Diretriz 22].

Excrescências
Os opositores deram, agora, um passo à frente no vale-tudo de suas acusações: passaram a divulgar “afirmações” do ministro da Secretaria Especial de Direitos Humanos (SEDH) sobre modificações no III PNDH que, na verdade, nunca foram feitas.

E mais: a presidente da Associação Nacional de Jornais (ANJ) – a mesma que comparou o papel da entidade ao da deusa mitológica Atenas-Minerva, de ética questionável (ver “Atenas, a ANJ e a liberdade”) – chamou o III PNDH de “excrescência” [cf. "Ações contra tentativa de cercear a imprensa", O Globo, 19/3/2010, pág. 10).

Excrescência é uma palavra feia que, na verdade, soa pior do que seu significado – segundo o Aurélio, "demasia, excesso, superfluidade". Aproveito a palavra utilizada pela presidente da ANJ para descrever algumas excrescências que estão sendo praticadas pela grande mídia no vale tudo contra o III PNDH.

Manipulação grotesca
Após a reunião do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) em que foi apresentado o III PNDH, acompanhada por jornalistas, inclusive da Rede Globo, na terça-feira (16/3), o ministro da SEDH conversou com alguns repórteres. Reafirmou que havia disposição do governo de rever três pontos do III PNDH: defesa ao direito ao aborto, condenação do uso de símbolos religiosos em prédios públicos e criação de novos mecanismos de mediação de conflitos agrários.

Perguntado por um repórter do Estado de S.Paulo se "no capítulo da imprensa há algum reparo ou não?", o ministro respondeu literalmente:

"No capítulo da imprensa não estamos fechados para fazer reparos. Agora, há pouco ainda relia, pela milésima vez, `definir critérios editoriais de ranking´, e não conseguimos nos convencer de que haja aí a menor intenção de censura a imprensa. Esse governo, por todos os seus ministros, pelo presidente, dezenas de vezes, reafirma que é absolutamente contra qualquer tipo de censura à imprensa. O presidente Lula declara: `Eu sou fruto da liberdade de imprensa´. Então, nesse sentido, foi interpretado como se fosse intenção de censura aquilo que é um chamamento à mídia para parcerias, para engajamento, das próprias entidades empresariais, dos sindicatos de jornalistas do Brasil inteiro, dos profissionais, para entendermos juntos as nossas co-responsabilidades. Então o que está dito lá é definir critérios editoriais de ranking, pra premiar, pra valorizar as boas matérias, como já há em inúmeras experiências, o prêmio Vladmir Herzog de jornalismo e Direitos Humanos; o prêmio da ANDI, e também no ranking, localizar, na programação, programas que eventualmente tenham conotação racista, de discriminação à mulher, que sejam homofóbicos. O Brasil já tem instrumentos, para esse ranking sendo feito, o MP, defensores, as autoridades constituídas tomarem as iniciativas adequadas. Então, nesse sentido o ranking pode ser feito em parceria com as próprias empresas, elas podem ser convidadas a isso, seja com os Direitos Humanos, seja com o MJ, onde está sediada a classificação indicativa, seja no próprio Ministério das Comunicações. Então o que nós estamos fazendo no momento é fazer o diálogo sereno, o debate, explicando que não há nenhuma(...). E se houver uma argumentação de que determinado aspecto, determinada ação, das 521, 500 de grande acordo e polêmica em torno de 20, que merece reparo porque pode suscitar uma interpretação equivocada, também incluiremos esse reparo. [Transcrição da Assessoria de Comunicação Social da SEDH)

Na mesma noite, o Jornal Nacional da Rede Globo, deu a chamada: "O governo admite alterar pontos mais polêmicos do Programa Nacional de Direitos Humanos". No telejornal, o apresentador leu a seguinte nota coberta:

"O secretário nacional de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, declarou nesta terça-feira que serão alterados quatro pontos do programa que provocou polêmica com setores da sociedade.

Segundo Vannuchi, vai ser retirada do Programa de Direitos Humanos a parte que previa negociação de invasores de terra com uma comissão do governo antes de se recorrer à Justiça.

O plano não vai mais tratar da descriminalização do aborto, nem da proibição de símbolos religiosos em prédios públicos.

O secretário disse ainda que vai alterar a proposta de impor um limite à autonomia das empresas de comunicação. A versão final deve sair em abril [ver aqui].

Os três pontos que poderiam ser alterados se transformaram em quatro, incluída a referência a uma “proposta de impor um limite à autonomia das empresas de comunicação” que, além de não ser especificada, também não foi mencionada na fala do ministro da SEDH.

Curiosamente, no dia seguinte, 17 de março, a matéria sobre o assunto publicada no jornal O Globo sob o título “Estamos dispostos a fazer correções”, cita os três pontos relacionados pelo ministro e não faz qualquer referência ao “quarto” ponto mencionado no JN [cf. O Globo, 17/3/2010, pág. 10].

Partidarização assumida
Após encontro na Fecomercio, que reuniu representantes da ANJ, da Abert e da Aner, e discutiu a possibilidade de ingresso no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o III PNDH, no dia 18 de março [cf. "Ações contra tentativa de cercear a imprensa", O Globo, 19/3/2010, pág. 10), a presidente da ANJ – que é também diretora-superintendente do Grupo Folha – afirmou:
"A liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo, de fato, a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma incomoda sobremaneira o governo."

A presidente da ANJ assume publicamente que os jornais estão desempenhando o papel de partidos de oposição ao governo, vale dizer, estão agindo partidariamente, e ainda justifica: a razão é que "a oposição está profundamente fragilizada".

Estratégia conservadora
Em artigo recente, o professor Laurindo Lalo Leal, da ECA-USP, escreveu com propriedade sobre a campanha conservadora contra o III PNDH, em particular, e contra as propostas relativas ao direito à comunicação. Para ele, a campanha faz parte de uma estratégia conservadora que é nossa velha conhecida.

"Elege-se um tema de impacto que tenha amplo apoio na sociedade e se atribui ao adversário a intenção de destruí-lo. No caso, a democracia e a liberdade de expressão. Dizem que o governo elaborou um Plano Nacional de Direitos Humanos propondo o controle social da mídia. Repetem isso à exaustão e passam ao ataque."

Para aqueles que não se esquecem do passado é impossível não lembrar de situações históricas em que as bandeiras eram outras, mas a estratégia, a mesma. É exatamente isso o que está sendo feito hoje com o suporte e a participação da grande mídia e a liderança de suas entidades representativas: ANJ, Abert e ANER. Até onde se pretende chegar, não se sabe.

A escalada dos ataques, todavia, sobe a cada dia. E no vale-tudo para que se atinjam os objetivos, vale qualquer excrescência.

***

Decreto Nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009

Aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH-3 e dá outras providências [íntegra aqui].

Diretriz 22: Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação para consolidação de uma cultura em Direitos Humanos.

Objetivo Estratégico I:

Promover o respeito aos Direitos Humanos nos meios de comunicação e o cumprimento de seu papel na promoção da cultura em Direitos Humanos.

Ações Programáticas:

a) Propor a criação de marco legal regulamentando o art. 221 da Constituição, estabelecendo o respeito aos Direitos Humanos nos serviços de radiodifusão (rádio e televisão) concedidos, permitidos ou autorizados, como condição para sua outorga e renovação, prevendo penalidades administrativas como advertência, multa, suspensão da programação e cassação, de acordo com a gravidade das violações praticadas.

Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Justiça; Ministério da Cultura

b) Promover diálogo com o Ministério Público para proposição de ações objetivando a suspensão de programação e publicidade atentatórias aos Direitos Humanos.

Responsáveis: Ministério da Justiça; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

c) Suspender patrocínio e publicidade oficial em meios que veiculam programações atentatórias aos Direitos Humanos.

Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Justiça

d) Elaborar critérios de acompanhamento editorial a fim de criar ranking nacional de veículos de comunicação comprometidos com os princípios de Direitos Humanos, assim como os que cometem violações.

Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República; Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça

e) Desenvolver programas de formação nos meios de comunicação públicos como instrumento de informação e transparência das políticas públicas, de inclusão digital e de acessibilidade.

Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça

f) Avançar na regularização das rádios comunitárias e promover incentivos para que se afirmem como instrumentos permanentes de diálogo com as comunidades locais.

Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça

g) Promover a eliminação das barreiras que impedem o acesso de pessoas com deficiência sensorial à programação em todos os meios de comunicação e informação, em conformidade com o Decreto no 5.296/2004, bem como acesso a novos sistemas e tecnologias, incluindo Internet.

Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Justiça

Objetivo Estratégico II:

Garantia do direito à comunicação democrática e ao acesso à informação.
Ações Programáticas:

a) Promover parcerias com entidades associativas de mídia, profissionais de comunicação, entidades sindicais e populares para a produção e divulgação de materiais sobre Direitos Humanos.

Responsáveis: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério das Comunicações

b) Incentivar pesquisas regulares que possam identificar formas, circunstâncias e características de violações dos Direitos Humanos na mídia.

Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República

c) Incentivar a produção de filmes, vídeos, áudios e similares, voltada para a educação em Direitos Humanos e que reconstrua a história recente do autoritarismo no Brasil, bem como as iniciativas populares de organização e de resistência.

Responsáveis: Ministério das Comunicações; Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República; Ministério da Cultura; Ministério da Justiça.

terça-feira, 23 de março de 2010

SERRA E A FRASE DO ANO - até ele criar a próxima, é claro....


"Estamos no começo do começo da obra, mas logo estaremos no fim do começo."

José Serra, na inaguração da demolição de um muro.

LULA AINDA NÃO FAZ CHOVER - Resposta ao PIG



"Até os críticos mais ácidos admitem que o presidente Lula tem feito muito por este País, mas ainda não conseguiu fazer chover."

Geddel Vieira Lima, Ministro da Integração Nacional, ao explicar porque obra do PAC ainda não teve a operacionalização concluída


VEJA A RESPOSTA DO MINISTÉRIO NO BLOG DO PLANALTO:

A propósito de matéria publicada pelo jornal FOLHA DE SÃO PAULO na edição deste domingo, dia 21, LULA INAUGURA OBRAS QUE VOLTAM A SER CANTEIROS, o Ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima esclarece o seguinte:

O senhor Presidente da República, a convite do Ministério da Integração Nacional, foi inaugurar em Setúbal, Minas Gerais, uma obra absolutamente concluída. O governo do estado de Minas Gerais ainda não pode emitir a documentação de operacionalização porque aguarda que o nível das águas do reservatório alcance a cota de operação.

DILMA PODE GANHAR NO 1º TURNO, DIZ DIRETOR DO VOX POPULI


'Não é impossível imaginar que a Dilma ganhe no 1º turno', diz diretor do Vox Populi
Diretores dos quatro principais institutos de pesquisa do País veem cenário favorável à Dilma


SÃO PAULO - O crescimento nas pesquisas eleitorais da pré-candidata do PT à Presidência, ministra Dilma Rousseff, ante a estagnação de seu provável adversário, o governador de São Paulo José Serra (PSDB) tem impressionado os diretores dos quatro principais institutos de pesquisa do País. Márcia Cavallari, do Ibope, João Francisco Meira, do Vox Populi, Mauro Paulino, do Datafolha e Ricardo Guedes, do Sensus, estiveram reunidos em São Paulo na tarde desta segunda-feira, 22, para debater o cenário eleitoral, em evento da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas. O professor Marcus Figueiredo, do Iuperj também esteve no debate, mediado mediado pela jornalista Cristiana Lôbo.

Meira deu o palpite mais ousado da tarde: "não é impossível imaginar que a Dilma ganhe a eleição já no primeiro turno", afirmou. Segundo ele, quando há candidatos carismáticos, a disputa se concentra mais entre as personalidades desses candidatos. Mas, para ele, nem Dilma nem Serra são carismáticos. ‘Carisma não é o nome dessa eleição’, afirmou.

Ele listou alguns fatores que, na sua avaliação, devem decidir a disputa eleitoral. O primeiro seria a economia: se estiver ruim, a tendência é de mudança - mas a economia é o principal trunfo do governo Lula. Em segundo, o aspecto ideológico - nesse caso, diz ele, 56% das pessoas se definem como sendo de esquerda e 30% como eleitores do PT.

Além disso, ele lembra o tempo de TV como decisivo - e a construção das alianças deve garantir um tempo maior à candidata governista. Por último ele cita algum acidente, debate ou fato inesperado que possa alterar a opinião dos eleitores.

Sua avaliação é parecida com a de Ricardo Guedes, do Sensus. Segundo ele, "Dilma tem produto para mostrar, a economia. O Serra não tem. Hoje a tendência é muito mais pró-Dilma".

Cautela

Já Márcia Cavallari, do Ibope, e Mauro Paulino, do Datafolha, adotaram um pouco mais de cautela em suas exposições, embora tenham admitido cenário favorável à Dilma. Os dois usaram a mesma expressão para definir o caso: "pesquisa é diagnóstico, não prognóstico".

"O comportamento do eleitor não é matemático. A campanha ainda tem muita coisa para acontecer. O que a gente sabe é que o eleitor se sente muito confortável de ter votado no Lula e agora fazer essa avaliação de que acertou. Ele pensa: 'Acertei, e o País está tendo avanços'. O eleitor considera que os avanços foram muito mais profundos no governo Lula. A comparação com o governo FHC é prejudicial para o Serra", afirmou a diretora do Ibope.

De acordo com Márcia, um terço está com Serra, um terço está com Dilma e um terço que vai decidir a eleição. Reservadamente, porém, ela destacou que não só a Dilma está crescendo, como há tendência de queda de Serra, ainda que dentro da margem de erro.

Já Paulino lembrou que na pesquisa Datafolha de dezembro de 2009, 15% dos eleitores não sabiam que a Dilma era a candidata do Lula, mas queriam votar na candidata do Lula. "E o que nós observamos em fevereiro, é que ainda há margem de crescimento para Dilma", afirmou.

Segundo ele, a dúvida é saber se Dilma vai transmitir ao eleitorado que tem a mesma capacidade de administração que o Lula tem."O eleitor vai poder comparar Serra com Dilma, Dilma com Lula".

Paulino ainda defendeu que os institutos divulguem sempre sua base de dados, sua metodologia. "A pesquisa não faz prognóstico, mostra o que acontece naquele dia. Na pesquisa de véspera, [Paulo] Maluf ainda estava na frente da [Luíza] Erundina [na eleição para a prefeitura de São Paulo, em 1988, vencida por Erundina]. Deixar de iludir quem consome pesquisa: a gente faz diagnóstico", afirmou.

Já o professor Marcus Figueiredo, do Instituto Universitário do Rio de Janeiro (Iuperj), também presente ao debate, previu um repeteco de 2002, caso o deputado federal Ciro Gomes (PSB) continue na disputa, com o cearense brigando com Serra. Para Figueiredo, "Serra e Dilma são igualmente antipáticos e igualmente feios. Ideologicamente estão muito próximos. O projeto deverá ser exatamente o mesmo".

Erros em pesquisa

Meira foi questionado também pelo fato de o Vox Populi ter apontado, em 2006, vitória de Paulo Souto (então PFL) no primeiro turno, contra o petista Jaques Wagner, que acabou vencendo as eleições em segundo turno. "Às vezes você erra. Só que você nunca ouve um médico dizendo qual a margem de erro de uma operação de apendicite. O pessoal respondia que queria Paulo Souto, mas já estava pensando em mudar de ideia. Mas eu não estava perguntando para ele se ele queria mudar de ideia", justificou.

Jair Stangler, do estadão.com.br

segunda-feira, 22 de março de 2010

MAIS 3 MILHÕES DE RESIDÊNCIAS NO PROGRAMA MINHA CASA MINHA VIDA DO GOVERNO LULA


Nova fase do Minha Casa, Minha Vida terá 3 milhões de unidades


'Etapa dois' deve ter uma duração de quatro anos, de 2011 a 2014

A fase dois do programa "Minha Casa, Minha Vida" deverá prever a construção de dois a três milhões de novas residências no País, informou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção Civil (CBIC), Paulo Safady Simão na quinta. Segundo ele, que participa das discussões sobre o tema com o governo, os estudos consideram uma duração de quatro anos para a nova etapa, de 2011 a 2014.

O "Minha Casa, Minha Vida 2" deve ser mais ambicioso, beneficiando de forma mais ampla as famílias com renda até três salários mínimos. Segundo Safady, pelo menos 50% das unidades serão destinadas a essa faixa de renda. Porém, o volume pode chegar a 75%. No "Minha Casa 1", o governo definiu que 40% de 1 milhão de unidades previstas vão para o grupo até três salários. Até agora, segundo ele, foram contratadas 750 mil unidades. A contratação é a fase que antecede a construção do empreendimento.

O subsídio do Tesouro será tanto maior quanto for a meta do programa. Se o alvo for a construção de dois milhões de casas, o subsídio total do Tesouro em quatro anos - incluindo não só o grupo até três salários mínimos, mas também de três a seis - será de R$ 48 bilhões. Se a meta for de três milhões de unidades, o subsídio para os anos de 2011 a 2014 será de R$ 72 bilhões.

Fábio Graner, da Agência Estado FORTALEZA

domingo, 21 de março de 2010

RECORDAR É VIVER - Serra mente quando diz que criou o Seguro Desemprego



PRESTE ATENÇÃO NA DATA: 10/08/2002

Serra não criou seguro-desemprego

da Folha de S.Paulo, em Brasília
da Agência Folha, em Recife

Adversários do candidato do PSDB à Presidência, José Serra, estão usando a mesma estratégia empregada pelo tucano para atacar Ciro Gomes (PPS): contestar informações e números usados em entrevistas e na campanha.

A Frente Trabalhista (PPS-PTB-PDT) contestou esta semana a declaração de Serra de que foi o criador do seguro-desemprego.

Serra disse que tornou possível o seguro-desemprego e foi criador da lei do benefício. Porém, o benefício foi criado pelo decreto 2.283 de 27 de fevereiro de 1986, pelo então presidente José Sarney, que criou o Plano Cruzado 1.

"Não sei de onde ele [Serra] tirou que criou o seguro-desemprego. O seguro foi criado no meu governo. Na época, ele era secretário [de Economia e Planejamento" do governador Franco Montoro", disse o senador José Sarney (PMDB-AP).

Segundo assessoria de Serra, as explicações sobre as declarações do candidato estão em seu site. Anteontem, foi posto no site texto que diz que o seguro-desemprego foi regulamentado no governo Sarney em 1986 e que posteriormente, na Constituinte, Serra apresentou emenda criando fonte de financiamento do benefício.

Fonte: Folhaonline http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u35700.shtml

POLÍCIA DE SERRA SEGURA ÔNIBUS DE PROFESSORES QUE SE DIRIGIAM À MANIFESTAÇÃO DE GREVE



ENQUANTO ISSO, A VIOLÊNCIA SE AMPLIA NAS RUAS DAS CIDADES DO ESTADO DE SÃO PAULO.

Fonte: Site Conversa Afiada http://www.paulohenriqueamorim.com.br/?p=28860

sábado, 20 de março de 2010

ARRUDA, O TUCANO - Para quem não se lembra que Arruda foi do PSDB



Propaganda de Arruda, no PSDB de Brasília em 2001. Arruda, O PRIMEIRO GOVERNADOR, E TUCANO, A SER PRESO NO BRASIL.

SERRA, A CONTINUAÇÃO DE FERNANDO HENRIQUE



Veja a opinião de José Serra sobre o desgoverno de Fernando Henrique. São amigos. Serra é a continuação de Fernando Henrique. Serra iria quebrar o Brasil, como Fernando Henrique quebrou.

SERRA USA A MENTIRA COMO ARMA POLÍTICA



Em 2004 José Serra comprometeu-se a cumprir integralmente o mandato de prefeito da cidade de São Paulo. Fez isso no debate entre candidatos da TV Record. E assinou documento, registrado em cartório, no mesmo sentido. Em 2006 renunciou à Prefeitura para ser candidato ao Governo de São Paulo. Você confiaria nele?

VEJA O DOCUMENTO ASSINADO POR SERRA DE QUE CUMPRIRIA O MANDATO




VEJA NESTE LINK OS COMENTÁRIOS SOBRE A ATITUDE DE SERRA

http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/palavra/gd310308.htm

quinta-feira, 18 de março de 2010

A PODRE IMPRENSA GOLPISTA - VEJA E SUA BAIXEZA SEMANAL



Leituras de Veja
A revista na guerra eleitoral


Maurício Caleiro

No decorrer das duas útimas semanas, evidências sucessivas sugerem que, após o convescote do Instituto Millenium, o comportamento do triunvirato midiático Globo-Veja-Folha de S.Paulo se tornou ainda mais agressivo e distante do que se espera de um setor encarregado da nobre missão de informar a sociedade. A hipótese de ações coordenadas, com vistas a interferir, de maneira pesada, no jogo eleitoral, parece se confirmar.

Senão, vejamos: o Jornal Nacional claramente subiu o tom, incluindo uma despropositada insinuação quanto ao triplex do presidente; O Globo vem oferecendo factóides em sequência – culminando com a "notícia" de que Lula pediria licença por dois meses, deixando ninguém menos que José Sarney como presidente interino; e a Folha de S.Paulo brinda seu cada vez mais reduzido leitorado com uma vendetta disfarçada de reportagem contra um jornalista que fora uma de suas estrelas por mais de uma década.

Porém, no quesito jornalismo tendencioso, Veja continua imbatível. A chamativa capa de semana passada, afirmando, em gíria da marginália, que a casa do partido X caiu, seria por si só – pela linguagem empregada, pelo escândalo buscado e, sobretudo, pela precariedade das acusações face às provas – evidência da, sejamos indulgentes, exaltação exacerbada de ânimos que se seguiu ao tal convescote.

No entanto, desmentida em questão de dias por decisão judicial que não apenas recusou as denúncias, mas criticou o promotor pelo parco embasamento das mesmas, a matéria – e o destaque a ela dado – suscita urgente discussão sobre quais os limites da mídia: essa absoluta e total liberdade de imprensa que ela defende para si, taxando de "censura" qualquer esboço de medida regulatória da atividade, equivale a um salvo-conduto para um arsenal de baixarias, infâmias, armações, matérias que deixam no ar a suspeita de difamação ou calúnia?

Todas as letras

Como se não tivesse sido suficiente, a insistência de Veja na denúncia recusada pela Justiça, na edição agora nas bancas não apenas subestima a inteligência do leitor, ao basear-se tão-somente nas palavras de um doleiro que a própria revista reconhece ser "um dos maiores especialistas em cometer fraudes financeiras do país", mas despreza o fato de que as "informações" por ele repassadas – em troca do benefício da "delação premiada" – não foram convertidas em inquérito aceito pela Justiça, simplesmente por não terem sido corroboradas com provas. Ou seja, denúncias de três anos atrás, que, após terem sido exaustivamente examinadas, foram consideradas inúteis ou falsas pela Justiça, são ressuscitada pela revista com claras finalidades eleitorais.

Isso nos leva a uma questão ainda mais candente: estaria a mídia brasileira acima da Justiça? Pois em qualquer sociedade de fato democrática, em que a preservação da honra de cidadãos e instituições se sobrepõe às acusações levianas e não comprovadas da imprensa, Veja estaria, após os acontecimentos da semana passada, envolvendo as denúncias do promotor José Carlos Blat, judicialmente obrigada a ostentar na capa um desmentido cabal das acusações peremptórias feitas na semana anterior. Afinal, com sua alegada circulação acima do milhão de exemplares, o semanário buscou manchar a imagem de uma agremiação política – e, nominalmente, de alguns de seus e candidatos – com "evidências" que a própria Justiça não reconhece como incriminadoras.

Ao reincidir na denúncia, Veja joga na cara da Justiça (e da sociedade, e da democracia) brasileira, com todas as letras, que se considera acima dela.

Certeza da impunidade

E a pretensão do semanário da Editora Abril não parece estar muito longe da realidade. Pois, no Brasil atual, com o fim da Lei da Imprensa – e, consequentemente, do direito de resposta enquanto recurso judicial reparador, com a rapidez necessária, das infâmias jornalísticas –, a mídia está livre para mentir e difamar à vontade. No máximo, após meses (ou anos) paga uma multa e estamos conversados.

O dolo que uma revista ou um jornal infligem a um cidadão ou a um candidato ou partido em temporada eleitoral permanece impune, não só porque o tempo entre publicação da matéria e decisão final da Justiça é enorme, mas porque as matérias eventualmente caluniosas ou difamatórias que "sustentavam" a farsa dificilmente serão desmentidas com o mesmo destaque com que foram originalmente publicadas – e, mesmo se o forem, o dano já terá sido causado.

É com essa certeza da impunidade que trabalham os setores midiáticos que saíram do seminário do Instituto Millenium dispostos à guerra eleitoral, sobreposta à prática jornalística e seus direitos e deveres, pesos e contrapesos, poderes e responsabilidades.

Fonte: Site do PT Nacional http://www.pt.org.br

quarta-feira, 17 de março de 2010

DILMA AVANÇA E SERRA CAI na CNI/IBOPE - Dilma já vence Serra na espontânea

CNI/Ibope: Diferença entre Serra e Dilma cai 16 pontos porcentuais


Rodrigo Alvares, do estadão.com.br


A pré-candidata do PT à Presidência, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, cresceu 13 pontos percentuais, reduzindo para 5 pontos a diferença com o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), revelou a pesquisa CNI/Ibope divulgada nesta quarta-feira, 17. O tucano continua à frente da ministra na corrida ao palácio do Planalto e manteve a vantagem em todas as simulações de segundo turno.

No cenário com o deputado federal Ciro Gomes (PSB), a pesquisa mostra Serra em vantagem com 35% e Dilma com 30%. O deputado tem 11% e a senadora Marina Silva (PV), 6%. Sem a participação de Ciro na pesquisa estimulada, Serra tem 38% e Dilma, 33%. Marina aparece com 8%.

Com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB) no lugar de Serra, Dilma lidera a pesquisa com 34%, seguida por Ciro (21%). O mineiro aparece em terceiro, com 13%, enquanto Marina continua com 8%.

A pesquisa Ibope indica que Serra continua à frente, mas a diferença com Dilma diminuiu 16 pontos porcentuais, passando de 21 pontos em dezembro pra 5 em fevereiro. Dilma tinha 17% das intenções de voto em dezembro e Serra 38%. Agora ela tem 30% e ele 35%. Dilma cresceu 13 pontos porcentuais e o Serra perdeu 3 pontos porcentuais.

Por outro lado, o tucano manteve a vantagem em todas as simulações do segundo turno. Em uma possível disputa com a ministra Dilma, o tucano vence por 44% a 39%.

Serra tem o menor índice de rejeição (25%). O índice de rejeição da ministra caiu de 41% para 27% desde dezembro, enquanto para e Ciro Marina caiu de respectivamente 33% para 28% e 40% para 31%. A candidata do PV e Aécio têm os percentuais de rejeição mais altos entre os candidatos.

Fator Lula

Segundo a pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo IBOPE, mais da metade dos brasileiros (53%) prefere votar no candidato apoiado pelo presidente Lula. Neste momento 58% dos entrevistados sabem que Dilma é a candidata do presidente. Na pesquisa espontânea, o presidente lidera com 20% e Dilma fica à frente de Serra (14% a 10%).

A avaliação positiva do governo Lula atingiu nível recorde de 75%. A maneira de governar é aprovada por 83% da população e 77% dos entrevistados confiam no presidente Lula, quase o mesmo percentual de dezembro de 2009. A percepção de que o segundo mandato de Lula é melhor do que o primeiro atinge 49%. A aprovação da atuação do governo aumentou em seis das nove áreas pesquisadas. No entanto, a percentual de desaprovação supera o de aprovação nas áreas de Saúde, Segurança Pública e impostos.

Houve queda de 12% na percepção de que o noticiário sobre o governo Lula é mais desfavorável. As notícias mais lembradas sobre o governo Lula foi a visita do presidente ao Haiti e Hillary Clinton no Brasil, com 12%.

A pesquisa Ibope/CNI foi feita entre 6 e 10 março, com 2002 entrevistas em 140 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Fonte: Site do Estadão http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,cniibope-diferenca-entre-serra-e-dilma-cai-16-pontos-porcentuais,525488,0.htm

DILMA AVANÇA EM PESQUISA - Instituto Mapear mostra Dilma em empate técnico com Serra


Pesquisa do Instituto Mapear, do Rio de Janeiro, divulgada nesta segunda (15), mostra que o governador de São Paulo, José Serra (PMDB) lidera a corrida presidencial, com 26% das intenções de voto, mas emsituação de empate técnico com a pré-candidata do PT, a ministra Dilma Rousseff, que aparece com 22%. A margem de erro é de 2,18% para mais ou para menos.
Em terceiro lugar vem o deputado federal Ciro Gomes (PSB), com 9%, e em quarto, a senadora Marina Silva (PV), com 7%. Brancos, nulos e
indecisos somam 36%.

Segundo a pesquisa, 65% sabiam que Dilma Rousseff era a candidata do presidente Lula. E quando, em seguida, era mostrada a cartela em que aparecia "Dilma, a candidata do Lula", o quadro mudava radicalmente: Dilma passa para 35% e Serra aparece com 22%.

A pesquisa foi registrada no TSE sob o número 5534/2010 e foi realizada entre os dias 27 de fevereiro e 5 de março com 2.015 pessoas em 15 estados.

Imagem positiva

Segundo o antropólogo e mestre em Sociologia Claudio Gama, diretor do instituto, nesse momento "a imagem positiva do Lula é o que pesa, é o diferencial. Isso é muito forte e, no meu entendimento, só uma coisa faz a Dilma perder essa eleição: a própria Dilma".

Gama destaca como ponto interessante na pesquisa o fato de que, ao tomar conhecimento de que Dilma é a candidata de Lula, ela dispara no Nordeste (45 a 12), ganha bem no Norte/Centro Oeste (34 a 24) e Sudeste (32 a 23) e perde no Sul (25 a 35). "É impressionante, mas quando se explicita que Dilma é a candidata do Lula ela sobe muito".

Nesta situação, a ministra é vitoriosa entre os eleitores masculinos (38%); entre as eleitoras (32%) e entre todas as faixas etárias. Ela ganha também de Serra quando a variante é a escolaridade: 37% contra 21% para quem estudou até o 4º. ano do Ensino Fundamental; 36% ante 21% de 5ª. a 8ª. séries; de 33% contra 22% dos que cursam o Ensino Médio e, finalmente, entre os que estão na universidade, 32% ante 23%, do candidato tucano. “O fato de Dilma estar tão colada a imagem de Lula desafia seus oponentes a buscar maior identidade com ele. Não tenho dúvidas que os marqueteiros de Serra irão revesti-lo de características que se assemelhem as de Lula. No caso, ser filho de imigrante, ter sido pobre, ter sofrido, etc.”, avalia Gama.

Antes de ser apresentada a cartela que mostra o apoio de Lula, os resultados, por regiões, mostra que Serra vence no Sul (35 a 18) e Sudeste (26 a 20), empata no Norte/Centro Oeste (27 a 27) e que Dilma vence no Nordeste (25 a 18).

Segundo Gama, o resultado não se resume ao fato de Dilma ganhar só por ser a indicada do presidente, e José Serra ter conexão com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ambos do mesmo partido. “Dilma não ganha por um suposto lado ‘negativo’ de FHC ou só pela influência ‘positiva’ de Lula“, esclarece Gama, lembrando que na primeira etapa da pesquisa, as perguntas não relacionaram o nome da ministra ao do presidente.

De acordo com o cientista político e professor do Departamento de Sociologia e Política da PUC-Rio, Ricardo Ismael, outras pesquisas mostram como o nível de conhecimento a respeito de Dilma Rousseff aumentou em tão pouco tempo e vem crescendo, sobretudo quando o assunto se refere a questão da manutenção dos programas sociais: “A população confia nela para dar continuidade”, afirma. Segundo ele, a ministra vem mostrando ótimo desempenho por dois motivos: tem se mostrado competitiva em relação aos outros candidatos e com condições de fazer alianças fortes para o seu palanque eleitoral.

Pesquisa Ibope

Nesta quarta-feira (17), uma outra pesquisa, desta vez de um grande instituto, o Ibope, deve ser divulgada. Contratada pela Confederação Nacional da Indústria, a pesquisa CNI/Ibope confirmará o avanço da candidata petista. Mas há controvérsia sobre o tamanho deste avanço.

O jornalista Lauro Jardim, da Veja, afirmou em seu blog que "o PSDB saiu-se mal" na pesquisa e que os números devem mostrar "um empate técnico de José Serra e Dilma Rousseff, mas com a petista 1 ponto porcentual à frente".

Já a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, trouxe na segunda-feira (15) a informação de que a pesquisa mostrará Serra 5 pontos à frente de Dilma no principal cenário pesquisado.

É esperar para ver qual dos dois jornalistas tem a melhor fonte. Os números da pesquisa devem ser anunciados hoje em coletiva de imprensa por volta das 10h na sede da CNI, em São Paulo.


Além dos resultados de sondagem de intenção de voto para presidente da República na eleição de 2010, a pesquisa mostra ainda a mais recente avaliação do governo e da imagem do presidente da República. Também serão divulgados índices de respostas que incluem expectativas da população sobre a economia e o desemprego para os próximos meses.

As pesquisas CNI/Ibope são divulgadas de três em três meses. Na última pesquisa, divulgada em dezembro, Dilma tinha 17% e Serra, 38%. Ciro tinha 13% e Marina, 6%.

Avanço constante

Em janeiro e fevereiro, outras pesquisas de institutos diferentes mostraram um rápido crescimento das intenções de voto na candidata petista. Os levantamentos do Datafolha, Sensus e Vox Populi mostraram situações de empate técnico, com Serra na frente. Caso seja confirmada a informação de Lauro Jardim, o Ibope será a primeira pesquisa de abrangência nacional a mostrar Dilma Rousseff na frente do tucano.

A pequisa Ibope/CNI foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral com o número 5429/2010. Foram feitas 2002 entrevistas em todo o país, o que dá uma margem de erro máxima de dois pontos percentuais, para mais ou para menos.

Da redação,
Cláudio Gonzalez, com agências

Fonte: Portal Vermelho http://www.vermelho.org.br

terça-feira, 16 de março de 2010

GOVERNO LULA GARANTE OPORTUNIDADES COM MAIS UNIVERSIDADES


Em 7 anos, mais 236 cidades passaram a ter um curso federal


O ministro da Educação, Fernando Haddad, está convicto que o processo de interiorização das universidades federais brasileiras vai superar os atuais obstáculos das vagas ociosas e ajudar a criar mais oportunidades de acesso, se consolidando como importante ferramenta de desenvolvimento regional no médio e longo prazos.

Valor Econômico - Entre 2003 e 2009, 236 cidades que não eram atendidas por instituições de ensino superior inauguraram campi federais, graças à criação de novas universidades ou ao aumento das vagas nas unidades localizadas nas capitais ou cidades de grande porte. No período, cerca de 20 mil professores e funcionários administrativos concursados foram contratados.

Segundo Haddad, a abertura de universidades públicas no interior do país faz parte de uma determinação da Constituição de 1988, que acabou suprimida na ocasião da aprovação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef), em 1996. Em 2003, o atual governo retomou o compromisso constitucional.

"Nove regiões metropolitanas localizadas na faixa de mar, exceto Belo Horizonte, abrigam 40% da população brasileira. A Constituição estava correta ao determinar a interiorização da oferta do ensino superior, porque a educação é um eixo de ordenação territorial e econômica", lembra o ministro.

Haddad reconhece que os resultados da difusão do ensino superior federal não podem ser esperados no "curtíssimo prazo" e cita como exemplo Minas Gerais e São Paulo, onde universidades públicas instaladas no interior participaram do desenvolvimento regional.

"É natural que a ociosidade de vagas seja elevada quando levamos uma universidade para a parte sul do Rio Grande do Sul ou para o Vale do Jequitinhonha. É o preço inicial que pagamos pela interiorização, que é compensado com a chegada dos primeiro jovens, que atraem as primeiras repúblicas, mais tarde as livrarias, restaurantes, pousadas, até a migração das primeiras empresas", diz o ministro.

No norte do Rio Grande do Norte, a construção do novo campus de Angicos da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa), sediada em Mossoró, só ficará pronto no segundo semestre, mas já está atendendo 300 alunos classificados no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano. Instalados provisoriamente em uma escola cedida pela prefeitura local, os jovens cursam o programa de três anos do bacharelado em ciência e tecnologia, com possibilidade de graduação posterior em oito cursos de engenharia.

Desde a adesão ao Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais (Reuni), em 2006, a Ufersa ampliou o orçamento de R$ 200 mil para R$ 23 milhões, o que permitiu a construção de três novos blocos de salas de aula e quatro de laboratórios no campus de Mossoró, a ampliação do quadro de professores, de 29 para 270 (63% deles doutores) e o aumento das vagas em 100%, para 1.620, em 2010.

O pró-reitor de graduação da universidade, professor José de Arimatea de Matos, conta que já existe demanda por formandos pelas empresas da região, cuja atividade econômica é dominada pela extração de petróleo, produção de sal e construção civil. "A Petrobras está financiando, via Finep [Financiadora de Estudos e Projetos], um laboratório de estudos ambientais no valor de R$ 1 milhão. O espaço será usado pelo curso de engenharia", revela.

Em Foz do Iguaçu, no Paraná, o MEC vai desembolsar R$ 266 milhões para a construção da primeira etapa do campus da Universidade para a Integração da América Latina (Unila), projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer. O edital para a licitação das obras deve ser divulgado nas próximas semanas, de acordo com Hélgio Trindade, presidente da comissão de implantação da instituição. Mil alunos e 80 professores brasileiros e oriundos dos países latino-americanos começam os trabalhos oficiais de graduação - toda formatada no modelo acadêmico de bacharelados - no segundo semestre em área cedida pela usina hidrelétrica de Itaipu.

Trindade informa que o objetivo é chegar a 10 mil alunos e 500 docentes em cinco anos. "A Unila é parte de um processo de interiorização levado ao extremo: está na fronteira trilateral do Brasil, mas a visão estratégica é passar a enxergar esse limite territorial periférico como polo central de conhecimento e cooperação de toda a América Latina", afirma Trindade.

Fonte: Blog do Alê http://www.aleporto.com.br/