sábado, 30 de outubro de 2010

LULA, NÃO DIZEMOS ADEUS, MAS "ATÉ BREVE"! - Você fica na História e na Alma do Povo Brasileiro

Um homem simples, que na sua genial simplicidade sempre governou do lado certo: o lado do povo. E esta escolha fez com que as coisas simples se tornassem grandiosas. Grandiosas como nunca se viu neste país. Coisas grandiosas que fizeram desta imensa Nação uma Pátria Altiva e Forte. Assim FAZ Lula, com sua sabedoria de Líder, que ama o Brasil e sua gente. VIVA LULA, HERÓI DO POVO BRASILEIRO !

PLANTÃO JURÍDICO NOS ESTADOS - DILMA 13 PRESIDENTE!

Plantão Jurídico no seu Estado 2º Turno

ACRE: SALVINO, 68-9961-7205.

ALAGOAS: RICARDO, 82-8816-8889.

AMAPÁ: JORGE, 96-9971-6932.

AMAZONAS: EGBERTO, 92-3584-2581 / 92-3584-2995.

BAHIA: SARA, 71-3270-6590 / 71-3270-4481.

CEARÁ: JOÃO, 85-3105-4040.

DISTRITO FEDERAL: EUCLIDES, 61-3326-0945 / 61-3323-2294.

ESPÍRITO SANTO: ANDRÉ, 27-3223-3455.

GOIÁS: SEBASTIÃO, 62-3215-6004.

MARANHÃO: PAULO GUILHERME, 98-9149-7420 / 98-8832-9513.

MATO GROSSO: IGNEZ MARIA, 65-3023-1311.

MATO GROSSO DO SUL: VALERIANO, 67-3042-7423.

MINAS GERAIS: EDILENE, 31-3115-7613.

PARÁ: ANTONIO, 91-3236-2261.

PARAÍBA: MARCOS, 83-3221-3409.

PARANÁ: GUILHERME, 41-3528-1315 / 41-9152-5315.

PERNAMBUCO: EDUARDO, 81-3423-1159 / 81-3222-6248.

PIAUÍ: ALEXANDRE, 86-3221-0766.

RIO DE JANEIRO: PAULO, 21-2533-0594.

RIO GRANDE DO NORTE: CARLOS, 84-2010-0013.

RIO GRANDE DO SUL: MARITÂNIA, 51-3212-6166.

RONDÔNIA: ERNANDES, 69-3224-5926 / 69-3224-5906.

RORAIMA: FRANCISCO, 95-3623-3318.

SANTA CATARINA: MAURO, 48-3223-4567.

SÃO PAULO: MARIA LOURDES, 11-3035-4651.

SERGIPE: BRENO, 79-3214-7895.

TOCANTINS: PAULO, 63-3224-1313.

COMITE NACIONAL: 61-3217-1313


quarta-feira, 13 de outubro de 2010

SERRA, O VENDILHÃO DO BRASIL - Por Eduardo Guimarães

Serra, o mercador do pré-sal

O uso de qualquer arma pela campanha de José Serra, que está recorrendo à difamação da adversária, Dilma Rousseff, por todos os meios, com todo tipo de acusação, o que inclui até a vida sexual dela, e o espantoso apoio que os maiores jornais, revistas e televisões estão dando à estratégia difamatória, tudo isso não acontece só pela retomada do poder.


Por Eduardo Guimarães, no Blog da Cidadania

Você nunca viu uma campanha eleitoral como esta. Mesmo Fernando Collor de Mello, em 1989, jamais chegou ao ponto de difamar Lula usando homossexualidade ou acusações de que ele matava criancinhas. A campanha de difamação movida contra Dilma é a maior que este país já viu e utilizando “acusações” que em pleno século 21 são espantosas e inéditas.

Tudo isso só para se eleger presidente?

Os livros de história contarão a verdade sobre a campanha mais insidiosa contra uma única pessoa que fora empreendida até então no país. O que leva um único homem a se tornar beneficiário e autor de um processo tão repugnante e a grande imprensa de uma nação com a visibilidade do Brasil a se acumpliciar a ele?

O Brasil de 2002 e de 2006 não valia o preço de o candidato da direita e a imprensa conservadora irem tão longe. Não valia porque não existia neste país a riqueza que atualmente é a mais cobiçada da face da Terra, tão cobiçada que fez os Estados Unidos desencadearem uma onda de guerras contra países produtores de petróleo a fim de garantirem para si o abastecimento de um produto que escasseia no mundo e sem o qual esse país invasor poderia parar, literalmente.

É o pré-sal, estúpido. A Petrobrás, sob o governo Lula, tornou-se a quarta empresa mais valiosa do mundo. Um grupo político que consiga viabilizar a entrega dos subsolo brasileiro às petrolíferas multinacionais, exatamente como o governo Fernando Henrique Cardoso fez em 1997, ganhará dinheiro que sobrará aos seus descendentes daqui a mil anos.

As reservas de petróleo encontradas na camada pré-sal do litoral brasileiro estão dentro da área marítima considerada zona econômica exclusiva de nosso país. São reservas com petróleo considerado de média a alta qualidade, segundo a escala API.

O conjunto de campos petrolíferos do pré-sal se estende do litoral dos estados do Espírito Santo até Santa Catarina, com profundidades que variam de mim a 2 mil metros de lâmina d’água e entre 4 mil e 6 mil metros de profundidade.

Apenas com a descoberta dos três primeiros campos do pré-sal – Tupi, Iara e Parque das Baleias – as reservas brasileiras comprovadas, que eram de 14 bilhões de barris, aumentaram para 33 bilhões de barris. Além destas, existem reservas possíveis e prováveis de 50 a 100 bilhões de barris.

Há estimativas de que o preço do barril do petróleo deve chegar até a 80 dólares no ano que vem. Se tivermos, no limite, 100 bilhões de barris de petróleo enterrados no mar que banha as nossas praias, estaremos falando de OITO TRILHÕES DE DÓLARES.

Só para se ter ideia de quanto dinheiro é, basta dizer que o PIB dos EUA em 2009 foi de 14 trilhões de dólares. Ou seja, o Brasil pode ter mais da metade do PIB americano enterrado em seu litoral. Quanto vale a comissão de quem intermediar a venda de uma riqueza desse quilate? 1, 2 ou, quem sabe, até uns estupefacientes 3%?!

Muito dinheiro, não? Quem acha que há homens que matariam a própria mãe por tanta riqueza e poder?

Quem seriam esses homens? Penso que são aqueles que desde que se confirmou a riqueza imensurável que há em nosso subsolo apressaram-se em defender a privatização do subsolo brasileiro que o governo FHC promoveu, sobretudo em 1997 quando vendeu um enorme pedaço da Petrobrás.

As operações de exploração e produção de petróleo foram conduzidas pela Petrobrás de 1954 a 1997. Depois de 40 anos de monopólio da empresa, o trabalho de exploração, produção, refino e transporte do petróleo no Brasil foi permitido a empresas estrangeiras em 1997, quando Fernando Henrique Cardoso sancionou a Lei N° 9.478, que gerou a permissão.

Não é por outra razão que o PSDB e o PFL (agora disfarçado de “democratas”) propõem o regime de concessão para exploração do pré-sal enquanto que o governo Lula defende o regime de partilha.

No regime de concessão, que os tucanos implantaram no Brasil em 1997, a multinacional ganhará aquele pedaço do subsolo brasileiro para explorar e será a dona do que ali encontrar. Já no sistema do governo Lula, de partilha, tudo que for encontrado será do povo brasileiro e a quem extrair o petróleo caberá, simplificando, uma comissão pelo trabalho.

Essa riqueza toda pode dar ao país educação e saúde públicas de alta qualidade, por exemplo. Estradas, segurança, infra-estrutura… O pré-sal é o passaporte do Brasil e do seu povo para o Primeiro Mundo. Não lhe parece bom demais para ser verdade, leitor?

Sim, como você intuiu, há um problema. Para variar, os piratas da nação, os autores da mesma privataria que, por exemplo, vendeu o subsolo brasileiro ao privatizar a Vale, agora querem vender a Petrobrás. Por isso, não existe limite para o que o PSDB, o PFL, a Globo, a Folha, a Veja e o Estadão poderão fazer para eleger José Serra.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

SERRA E O CASO PAULO PRETO

A memória de Serra já refrescou

Por Marcelo Fernandes

Nassif, a memória do Serra já refrescou. Olha o que saiu no IG:

Serra defende ex-diretor da Dersa e nega desvio de R$ 4 milhões

Tucano classifica acusação como "injusta" e afirma que não houve desvio em sua campanha

Nara Alves, enviada a Aparecida (SP) | 12/10/2010

le="margin-top: 0.5em; margin-bottom: 0.9em;">O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, saiu em defesa do ex-diretor de Engenharia da Dersa Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto. No último domingo, durante o debate da Band, a candidata petista Dilma Rousseff acusou o engenheiro de desviar R$ 4 milhões da campanha tucana.

“Essa acusação contra ele é injusta porque não houve desvio por parte de ninguém, nem do Paulo Souza”, disse Serra hoje após missa em Aparecida, no interior de São Paulo. “Ele é totalmente inocente nessa matéria, completou.

Segundo o candidato, a acusação de Dilma é “absolutamente falsa”. “O Paulo Souza não está trabalhando na área de finanças, nunca recolheu dinheiro e eu saberia. Isso não aconteceu em absoluto. No dia do debate, a candidata colocou isso no final de um bloco e eu não tinha mais como responder. Não houve nenhum desvio”, afirmou.

Serra também criticou a petista por estar “preocupada com desvio de verba da nossa campanha” e aproveitou para cutucar a candidata. “Nossa preocupação é o desvio do dinheiro na Casa Civil, dos contribuintes. Isso é falta de assunto por parte da candidata que quer fazer todo esse floreio”, disse. O presidenciável minimizou a denúncia, que chamou de “ridícula”. “São factóides feitos para pegar na imprensa. Deu certo. É uma tempestade não em um copo d’água, é num cálice”, criticou.

De acordo com o tucano, Paulo Souza entrou na Dersa em 2006 e deixou o cargo de diretor quando entrou o novo governador, Alberto Goldman, em abril deste ano. “A relação que eu tive com ele foi através do Secretário e da empresa. Ele até ganhou prêmio de engenharia no ano passado. Nunca ouvi nada, nunca ninguém levantou nada. É completamente ridículo”.

SERRA E O CASO PAULO PRETO (2)

Serra e Paulo Preto - 2

Por Annita Clayton

Nassif,

Para refrescar a memória de Serra, há uma foto dele ao lado de Paulo Preto (Paulo Vieira de Souza, que segura um jornal), na inauguração do trecho do Rodoanel em 30/10/2010. Está aqui: http://www.flickr.com/photos/robsonfonseca/4477209831/

Paulo Preto estava no governo de São Paulo desde 2005. Foi o coordenador de obras viárias que enterraram o dinheiro de nós paulistas e eram prioritárias para Serra: Nova Marginal Tietê, Jacu-Pêssego e Rodoanel. Foi ele também que tentou explicar na TV o acidente no Rodoanel em 2009. Paulo Preto falou à TV sem consultar Serra?

Serra não o conhecia? Desde 2005 jamais ouviu falar no homem que tocava suas obras prioritárias?

Serra está com Alzheimer?

SERRA E O CASO PAULO PRETO (3)

Atos oficiais de Paulo Preto no Estado

Por chico rasia

Que o Paulo Preto é membro do governo paulista ninguém tem dúvida. Mas sempre é bom fuçar nos arquivos do Estado para entender sua participação na gestão do atual candidato do PSDB/DEM à presidência.

Consta da ata da 624ª Reunião do Conselho de Administração da DERSA, que Paulo Vieira de Souza foi nomeado diretor de relações institucionais do orgão, com o objetivo de articular parcerias com orgãos governamentais através de convênios.

(www.imprensaoficial.com.br, Diario Oficial, pag. 27 do Caderno Empresarial de 17.08.2005)

Como diretor de engenharia da DERSA, assinava todos os contratos do orgão - esses atos estão todos listados no site da imprensa oficial paulista.

E o Extrato do 4o. termo aditivo ao convênio celebrado em 25.02.08, publicado no diario oficial da cidade de São Paulo no dia 29.05.2010, traz as assinaturas de José Serra (Governador) e Paulo Vieira de Souza (diretor de engenharia da DERSA).

(www.imprensaoficial.com.br, pag. 3 do Diario Oficial da Cidade de São Paulo)

Há uma miríade de documentos oficiais assinados pelos dois. Quem tiver interesse pode buscar no site da imprensa oficial.


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

DILMA NO DEBATE DA BAND - Melhores momentos


VOTOU EM MARINA, VAI VOTAR EM DILMA

Marina e Dilma quando ministras --


por Alexandre Nodari * – No dia 3 de outubro, eu, como outros vinte milhões de brasileiros, votei em Marina Silva para presidente. Por um lado, esse eleitorado votou na candidata verde por motivos os mais diversos – seja pela sustentabilidade, pelo foco na educação, pelo apelo à transparência, pela alternância, pela novidade, etc, etc –, mas, por outro, há um denominador comum que o reúne: a necessidade de se pensar e discutir o futuro do país para além da mera discussão de modelos de gestão.

Um dado (que se for encarado como uma trivialidade reforça a despolitização da eleição) é sintomático disso. Logo após as eleições, o filósofo Vladimir Safatle publicou uma coluna na Folha de S. Paulo, em que dizia, a respeito de Marina Silva, que “Cobrando os outros candidatos por não ter um programa, ela conseguiu esconder que, de todos, seu programa era o economicamente mais liberal”. A segunda afirmação – a de que o programa econômico de Marina Silva era o mais liberal – está correta apenas na medida em que a primeira também está: a de que os outros dois candidatos mais votados (Dilma e Serra) não apresentaram publicamente seus programas de governo (algo que Safatle esconde, como ele acusa Marina de fazer, por meio de um artifício retórico em que a inexistência dos programas de governo petista e tucano passa da ordem do fato – eles não existiam mesmo – para a ordem subjetiva – uma mera cobrança da candidata verde).

O programa econômico de Marina Silva, entre os dos três candidatos mais bem situados, era o mais liberal mesmo, pois não havia outro programa para servir de termo de comparação. Nesse sentido, poder-se-ia dizer igualmente o oposto: o seu programa econômico era também o mais estatalista. Quando só um dos jogadores põe as cartas na mesa, compará-las com as dos demais, que as escondem na mão (ou nas mangas), é um puro exercício retórico, por mais indícios que se tenha. A votação expressiva de Marina Silva no primeiro turno quebrou a lógica plebiscitária a que se queria reduzir as eleições e forçou Dilma e Serra a, enfim, colocarem as cartas na mesa.

Não se trata mais da disputa entre a mera continuidade do bem sucedido governo Lula, um dos melhores da história desse país, e as promessas eleitoreiras aliadas ao discurso do ódio e do medo. Trata-se também de pensar o futuro que queremos e iremos construir. Assim, a candidatura de Marina já cumpriu uma de suas missões: a coordenação da campanha de Dilma divulgou que lançará, após o dia 12 de outubro, o seu programa de governo; o que não foi feito no primeiro turno, segundo o presidente do PT, José Eduardo Dutra, porque Serra também não havia lançado o seu – revelando o desprezo pela candidatura verde, uma miopia analítica que transpareceu quando um intelectual petista no dia das eleições afirmou que não haveria onda verde. Em todo caso, o programa de Dilma, dizem as notícias, deverá enfatizar o meio ambiente como modo de se aproximar do eleitorado que votou 43, o que revela o quão rotundamente estava enganado esse mesmo intelectual ao dizer, nas vésperas da eleição, que Marina representava a falência do movimento ecológico brasileiro. Ao contrário, ela conseguiu colocar a discussão ambiental na agenda política do país (coroando uma história que vem dos tempos de militância socioambiental ao lado de Chico Mendes, e que passa, indubitavelmente, pelos seus anos à frente do Ministério do Meio-Ambiente no governo Lula, apesar de todos os contratempos). Além disso, na plataforma mínima que a candidata deve apresentar aos dois postulantes do segundo turno como discussão para um possível apoio, está o investimento de 7% do PIB em educação, que era sua principal bandeira de campanha (medida bem liberal, não?). Se os dois candidatos encamparem a proposta (ou mesmo um número mais próximo aos 7%), será uma imensa vitória política para o país.

Mas enquanto a campanha de Dilma busca incorporar a agenda política de Marina Silva, a de Serra, além de fortalecer o discurso do ódio e do medo (aos incautos que creditam o desempenho eleitoral de Marina a isso, caberia se informar melhor), tenta atrair o eleitorado de Marina por meio da Executiva Nacional do Partido Verde, com a proposta de cessão de Ministérios (dizem que seriam quatro, número que o PV talvez não tivesse nem em um eventual governo de Marina Silva).

Além de ser uma estratégia eleitoral equivocada, na medida em que o eleitorado do Partido Verde é ínfimo sem Marina (a qual já se posicionou contra uma decisão de apoio restrita ao âmbito do PV, propondo uma convenção mais ampla), a negociação é sintomática do modus operandi tucano. No último debate presidencial televisivo do primeiro turno, Plínio de Arruda Sampaio caracterizou, com palavras certeiras, o que é um governo tucano: um governo do “pessoal que tem nome e sobrenome” sobre os “que não têm nome”. Serra já despreza o eleitorado anônimo de Marina, achando que pode conquistá-los conquistando apenas os que têm nome, como Penna e Gabeira. A política e a gestão demo-tucana (se é que se possa separá-las nesse caso) é o do seqüestro da cidadania. Seqüestro econômico (com uma política de desmonte estatal, austeridade e arrocho salarial), político (a criminalização de movimentos sociais e reivindicatórios), da soberania (com uma política externa subserviente), e o que é mais importante, do futuro (uma política educacional e cultural risível, em que não há ingerência nas universidades, em que não se contratam professores, em que não se expande o sistema universitário, em que a cultura é deixada nas mãos do mercado).

É claro que muito do antigo status quo se manteve ou se agravou com Lula: a política ambiental, a política agrária, os modos de diálogo político com o Congresso, etc. Todavia, é igualmente verdadeiro que a eleição de Lula em 2002, e avanços econômicos, sociais, educacionais e culturais de seus oito anos de governo petista criaram as condições objetivas e subjetivas que possibilitaram uma candidatura como a de Marina Silva (que repetiu, durante a campanha inteira, que era preciso tirar o eleitor do anonimato), trazendo milhões de pessoas para o protagonismo da cena política e social.

Não há como pensar o futuro se o presente é uma terra devastada. O presente de hoje não é, como o de 2002, um deserto sócio-econômico. Mas a manutenção desse rumo fará o presente de amanhã ser um deserto sócio-ambiental. Por isso votei em Marina Silva no primeiro turno. Agora, no segundo, votarei em Dilma. Primeiro, porque a história da militância socioambientalista se forjou dentro do PT. Segundo, porque, ao contrário de Serra, Dilma já sinalizou uma mudança programática (e não meramente discursiva), que contempla propostas de Marina (não há agenda sócio-ambiental possível com Kátia Abreu).

Mas o principal motivo para meu voto em Dilma é evitar o retorno do seqüestro da cidadania. Se alguém tem dúvidas que a política demo-tucana promove tal seqüestro, um dado deveria ser suficiente: a demissão de Maria Rita Kehl. O Estado de S. Paulo, jornal que declarou apoio a Serra, dispensou a psicanalista depois de ela escrever uma coluna em que argumentava como a ascensão social promovida pelo governo Lula implicava um ascensão política: “Agora que os mais pobres conseguiram levantar a cabeça acima da linha da mendicância e da dependência das relações de favor que sempre caracterizaram as políticas locais pelo interior do País, dizem que votar em causa própria não vale. Quando, pela primeira vez, os sem-cidadania conquistaram direitos mínimos que desejam preservar pela via democrática, parte dos cidadãos que se consideram classe A vem a público desqualificar a seriedade de seus votos.”

A demissão não revela apenas uma intolerância com a posição diferente, mas com o conteúdo dessa posição, a saber, a de que os formadores de opinião, os “cidadãos”, não podem mais impô-la aos “não-cidadãos”. É para tentar voltar aos tempos em que o nome e sobrenome eram suficientes para determinarem os rumos dos anônimos que o Estadão apóia Serra e demite Kehl. Marina Silva, em seu discurso após as eleições, afirmou que a sua derrota era uma vitória: “Estamos em primeiro lugar de uma nova política que se inaugura no Brasil”. É para não voltar à velha política que agora votarei em Dilma. Como dizia Oswald de Andrade, “Voltar para trás é que é impossível. O meu relógio anda sempre para frente. A História também”.

* Alexandre Nodari é doutorando em Teoria Literária (UFSC). Desenvolve pesquisa sobre o conceito de censura e é editor do SOPRO. Blog: Consenso, só no paredão!

DEBATE: SERRA, O COVARDE SURRADO!

Dilma trucidou o Serra.
Ele é “o homem de mil caras”

Serra, o homem de mil caras

Você não é o cara. Você é o homem de mil caras. Eu lamento as suas mil caras, ela disse.

Dilma partiu para cima do Serra.

Dilma foi Dilma e enfrentou o Zé Baixaria – o homem de “mil caras”.

O debate na Band serviu para mostrar que a Dilma cresce na briga.

Deixa a Dilma falar, galera !, não é isso, Agripino Maia ?

O PiG (*), nesta segunda-feira, vai se mostrar machista e diretamente atingido.

Vai acusar a Dilma de “agressiva”, expressão que ele usou, ao ser levado para as cordas e apanhar, do início ao fim.

Quer dizer que eles queriam que a Dilma sofresse com a baixaria e ficasse calada ?

O debate na Band mostrou também que ela sabe do que diz.

O Serra não tem nada dentro.

É um santarrão de pau oco: não produz uma ideia original.

E se ele achou que tinha encurralado a Dilma com o segundo turno, deu-se mal.

A Dilma citou algumas estrelas da constelação tucana, para mostrar que não vai se intimidar com a questão dos Valores e da Ética.

Ricardo Sergio de Oliveira.

Davizinho, aquele da Petrobrax, de olho no pré-sal.

Mendonção, do telefonema “isso vai dar m …”.

E a mulher do Serra, a Monica Serra, de óculos de armação vermelha, que foi dizer que a Dilma era a favor de matar criancinha – Dilma falou da Monica com todas as letras.

Ela lembrou do tucano que sumiu com 4 milhões da campanha do Serra.

A Dilma não parava de falar que eles venderam o Brasil.

O Fernando Henrique disse que o Serra é quem mais gostava de privatizar.

Você conseguiria dar a lista das empresas que você privatizou, Serra ?

Serra acusou o PT de ser contra a privatização e, se dependesse dele, os brasileiros dependeriam dos orelhões.

Não, Serra, disse a Dilma: hoje os brasileiros têm acesso à banda larga.

Dilma lembrou que o Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa para não deixar o Serra privatizá-la.

Os aeroportos estão cheios ?

Sim, disse a Dilma.

Porque agora o pobre também pode andar de avião.

No Governo dele, só os ricos.

Serra fala em criar o Ministério da Segurança: e como é que ele deixou entrar celular nas cadeias de São Paulo para detentos simularem sequestros ?

Os delegados de São Paulo têm o Pior Salário Do Brasil, o PSDB.

O crack ?

São Paulo tem 300 mil drogados e 90 vagas para cuidar deles.

Serra retrucou, indignado: não são 95, mas 300 !

Um jenio.

Sobre os professores.

Dilma prefere tratá-los sem cassetete.

Sobre o aborto.

Quando uma mulher chegar a um hospital por ter feito um aborto, você vai atender essa mulher ou vai mandar prendê-la ?

Dilma disse que concorda com a providência que o Serra, Ministro da Saúde, adotou para regulamentar o aborto – legal – no sistema do SUS.

E acusou o vice do Serra, um tal de índio, de fazer campanha cavilosa no submundo da treva para atingir a religiosidade da Dilma.

(No horário eleitoral, antes do debate, Serra usou mil vezes a expressão “o Brasil que está nascendo”.)

Quando a Dilma perguntou se ele assumia o compromisso de manter o Bolsa Família, a Dilma lembrou que ele foi ao cartório dizer que não deixaria a prefeitura de São Paulo – e deixou.

O Serra pensou que ia encurralar a Dilma, porque ele – como os tucanos de são Paulo – é “preparado”.

Serra foi trucidado.

E, como ele, no fundo, é um homem inseguro, vai chegar agora aos próximos debates com a crista baixa, “do bem”.

Os tucanos saíram da Band com o bico entre as pernas.

Comprovaram que o jenio não tem nada dentro.

A baixaria é a última (e única) arma dele.

Será que existe uma lei tipo Maria da Penha, mas para os homens que apanham de mulher ?, pergunta o amigo navegante Cacau.

A Dilma botou o Serra no colo do Agripino, diz o amigo navegante Lau Costantin.

Em tempo: como diz o amigo navegante Pablo Diego, o Serra não foi capaz de defender nem a mulher.

Em tempo 2: Segundo o Medeiros, amigo navegante, o PiG vai dar as seguintes manchetes: Dilma mostrou o lado guerrilheira; Dilma não respeitou a Igreja e atacou o São Serra; Dilma foi armada com uma AK-47; Serra chorou nos bastidores, coitadinho ! Otavinho emprestou o lenço, que bonzinho !

http://www.conversaafiada.com.br/politica/2010/10/11/dilma-trucidou-o-serra-ele-e-%E2%80%9Co-homem-de-mil-caras%E2%80%9D/

Blog do Paulo Henrique Amorim

domingo, 10 de outubro de 2010

SERRA E KASSAB FECHARAM 196 IGREJAS EVANGÉLICAS EM SÃO PAULO

SERRA JÁ VENDEU O BRASIL...E QUER VENDER O RESTO

NO CAMINHO COM MAIAKÓVSKI - Eduardo Alves da Costa




"...na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem:
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada."



sexta-feira, 8 de outubro de 2010

PADRE LEO FALA SOBRE SERRA E O ABORTO

OS 45 ESCÂNDALOS DO PSDB


O Brasil não esquecerá

45 escândalos que marcaram o governo FHC

O documento "O Brasil não esquecerá - 45 escândalos que marcaram o governo FHC", de julho de 2002, é um trabalho da Liderança do PT na Câmara Federal de Deputados. O objetivo do levantamento de ações e omissões dos últimos sete anos e meio do governo FHC, segundo o então líder do PT, deputado João Paulo (SP), não é fazer denúncia, chantagem ou ataque. "Estamos fazendo um balanço ético para que a avaliação da sociedade não se restrinja às questões econômicas", argumentou. Entres os 45 pontos estão os casos Sudam, Sivam, Proer, caixa-dois de campanhas, TRT paulista, calote no Fundef, mudanças na CLT, intervenção na Previ e erros do Banco Central. A intenção da Revista Consciência.Net em divulgar tal documento não é apagar ou minimizar os erros do governo que se seguiu, mas urge deixar este passado obscuro bem registrado. Leia a seguir:

Itinerário de um desastre

Nenhum governo teve mídia tão favorável quanto o de FHC, o que não deixa de ser surpreendente, visto que em seus dois mandatos ele realizou uma extraordinária obra de demolição, de fazer inveja a Átila e a Gêngis Khan. Vale a pena relembrar algumas das passagens de um governo que deixará uma pesada herança para seu sucessor.

A taxa média de crescimento da economia brasileira, ao longo da década tucana, foi a pior da história, em torno de 2,4%. Pior até mesmo que a taxa média da chamada década perdida, os anos 80, que girou em torno de 3,2%. No período, o patrimônio público representado pelas grandes estatais foi liquidado na bacia das almas. No discurso, essa operação serviria para reduzir a dívida pública e para atrair capitais. Na prática assistimos a um crescimento exponencial da dívida pública. A dívida interna saltou de R$ 60 bilhões para impensáveis R$ 630 bilhões, enquanto a dívida externa teve seu valor dobrado.

Enquanto isso, o esperado afluxo de capitais não se verificou. Pelo contrário, o que vimos no setor elétrico foi exemplar. Uma parceria entre as elétricas privatizadas e o governo gerou uma aguda crise no setor, provocando um longo racionamento. Esse ano, para compensar o prejuízo que sua imprevidência deu ao povo, o governo premiou as elétricas com sobretaxas e um esdrúxulo programa de energia emergencial. Ou seja, os capitais internacionais não vieram e a incompetência das privatizadas está sendo financiada pelo povo.

O texto que segue é um itinerário, em 45 pontos, das ações e omissões levadas a efeito pelo governo FHC e de relatos sobre tentativas fracassadas de impor medidas do receituário neoliberal. Em alguns casos, a oposição, aproveitando-se de rachas na base governista ou recorrendo aos tribunais, bloqueou iniciativas que teriam causado ainda mais dano aos interesses do povo.

Essa recompilação serve como ajuda à memória e antídoto contra a amnésia. Mostra que a obra de destruição realizada por FHC não pode ser fruto do acaso. Ela só pode ser fruto de um planejamento meticuloso.

Deputado João Paulo Cunha
Líder do PT

1 - Conivência com a corrupção

O governo do PSDB tem sido conivente com a corrupção. Um dos primeiros gestos de FHC ao assumir a Presidência, em 1995, foi extinguir, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, instituída no governo Itamar Franco e composta por representantes da sociedade civil, que tinha como objetivo combater a corrupção. Em 2001, para impedir a instalação da CPI da Corrupção, FHC criou a Controladoria-Geral da União, órgão que se especializou em abafar denúncias.

2 - O escândalo do Sivam

O contrato para execução do projeto Sivam foi marcado por escândalos. A empresa Esca, associada à norte-americana Raytheon, e responsável pelo gerenciamento do projeto, foi extinta por fraudes contra a Previdência. Denúncias de tráfico de influência derrubaram o embaixador Júlio César dos Santos e o ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Mauro Gandra.

3 - A farra do Proer

O Proer demonstrou, já em 1996, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para FHC, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais.

4 - Caixa-dois de campanhas

As campanhas de FHC em 1994 e em 1998 teriam se beneficiado de um esquema de caixa-dois. Em 1994, pelo menos R$ 5 milhões não apareceram na prestação de contas entregue ao TSE. Em 1998, teriam passado pela contabilidade paralela R$ 10,1 milhões.

5 - Propina na privatização

A privatização do sistema Telebrás e da Vale do Rio Doce foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de FHC e do senador José Serra e ex-diretor da Área Internacional do Banco do Brasil, é acusado de pedir propina de R$ 15 milhões para obter apoio dos fundos de pensão ao consórcio do empresário Benjamin Steinbruch, que levou a Vale, e de ter cobrado R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar.

6 - A emenda da reeleição

O instituto da reeleição foi obtido por FHC a preços altos. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Os deputados foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara.

7 - Grampos telefônicos

Conversas gravadas de forma ilegal foram um capítulo à parte no governo FHC. Durante a privatização do sistema Telebrás, grampos no BNDES flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do BNDES, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do banco Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil.

8 - TRT paulista

A construção da sede do TRT paulista representou um desvio de R$ 169 milhões aos cofres públicos. A CPI do Judiciário contribuiu para levar o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do Tribunal, para a cadeia e para cassar o mandato do Senador Luiz Estevão (PMDB-DF), dois dos principais envolvidos no caso.

9 - Os ralos do DNER

O DNER foi o principal foco de corrupção no governo de FHC. Seu último avanço em matéria de tecnologia da propina atende pelo nome de precatórios. A manobra consiste em furar a fila para o pagamento desses títulos. Estima-se que os beneficiados pela fraude pagavam 25% do valor dos precatórios para a quadrilha que comandava o esquema. O órgão acabou sendo extinto pelo governo.

10 - O "caladão"

O Brasil calou no início de julho de 1999 quando o governo FHC implementou o novo sistema de Discagem Direta a Distância (DDD). Uma pane geral deixou os telefones mudos. As empresas que provocaram o caos no sistema haviam sido recém-privatizadas. O "caladão" provocou prejuízo aos consumidores, às empresas e ao próprio governo. Ficou tudo por isso mesmo.

11 - Desvalorização do real

FHC se reelegeu em 1998 com um discurso que pregava "ou eu ou o caos". Segurou a quase paridade entre o real e o dólar até passar o pleito. Vencida a eleição, teve de desvalorizar a moeda. Há indícios de vazamento de informações do Banco Central. O deputado Aloizio Mercadante, do PT, divulgou lista com o nome dos 24 bancos que lucraram muito com a mudança cambial e outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas.

12 - O caso Marka/FonteCindam

Durante a desvalorização do real, os bancos Marka e FonteCindam foram socorridos pelo Banco Central com R$ 1,6 bilhão. O pretexto é que a quebra desses bancos criaria risco sistêmico para a economia. Chico Lopes, ex-presidente do BC, e Salvatore Cacciola, ex-dono do Banco Marka, estiveram presos, ainda que por um pequeno lapso de tempo. Cacciola retornou à sua Itália natal, onde vive tranqüilo.

13 - Base de Alcântara

O governo FHC enfrenta resistências para aprovar o acordo de cooperação internacional que permite aos Estados Unidos usarem a Base de Lançamentos Espaciais de Alcântara (MA). Os termos do acordo são lesivos aos interesses nacionais. Exemplos: áreas de depósitos de material americano serão interditadas a autoridades brasileiras. O acesso brasileiro a novas tecnologias fica bloqueado e o acordo determina ainda com que países o Brasil pode se relacionar nessa área. Diante disso, o PT apresentou emendas ao tratado - todas acatadas na Comissão de Relações Exteriores da Câmara.

14 - Biopirataria oficial

Antigamente, os exploradores levavam nosso ouro e pedras preciosas. Hoje, levam nosso patrimônio genético. O governo FHC teve de rever o contrato escandaloso assinado entre a Bioamazônia e a Novartis, que possibilitaria a coleta e transferência de 10 mil microorganismos diferentes e o envio de cepas para o exterior, por 4 milhões de dólares. Sem direito ao recebimento de royalties. Como um único fungo pode render bilhões de dólares aos laboratórios farmacêuticos, o contrato não fazia sentido. Apenas oficializava a biopirataria.

15 - O fiasco dos 500 anos

As festividades dos 500 anos de descobrimento do Brasil, sob coordenação do ex-ministro do Esporte e Turismo, Rafael Greca (PFL-PR), se transformaram num fiasco monumental. Índios e sem-terra apanharam da polícia quando tentaram entrar em Porto Seguro (BA), palco das comemorações. O filho do presidente, Paulo Henrique Cardoso, é um dos denunciados pelo Ministério Público de participação no episódio de superfaturamento da construção do estande brasileiro na Feira de Hannover, em 2000.

16 - Eduardo Jorge, um personagem suspeito

Eduardo Jorge Caldas, ex-secretário-geral da Presidência, é um dos personagens mais sombrios que freqüentou o Palácio do Planalto na era FHC. Suspeita-se que ele tenha se envolvido no esquema de liberação de verbas para o TRT paulista e em superfaturamento no Serpro, de montar o caixa-dois para a reeleição de FHC, de ter feito lobby para empresas de informática, e de manipular recursos dos fundos de pensão nas privatizações. Também teria tentado impedir a falência da Encol.

17 - Drible na reforma tributária

O PT participou de um acordo, do qual faziam parte todas as bancadas com representação no Congresso Nacional, em torno de uma reforma tributária destinada a tornar o sistema mais justo, progressivo e simples. A bancada petista apoiou o substitutivo do relator do projeto na Comissão Especial de Reforma Tributária, deputado Mussa Demes (PFL-PI). Mas o ministro da Fazenda, Pedro Malan, e o Palácio do Planalto impediram a tramitação.

18 - Rombo transamazônico na Sudam

O rombo causado pelo festival de fraudes transamazônicas na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, a Sudam, no período de 1994 a 1999, ultrapassa R$ 2 bilhões. As denúncias de desvios de recursos na Sudam levaram o ex-presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA) a renunciar ao mandato. Ao invés de acabar com a corrupção que imperava na Sudam e colocar os culpados na cadeia, o presidente Fernando Henrique Cardoso resolveu extinguir o órgão. O PT ajuizou ação de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providência do governo.

19 - Os desvios na Sudene

Foram apurados desvios de R$ 1,4 bilhão em 653 projetos da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste, a Sudene. A fraude consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos recebidos do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) foram aplicados. Como no caso da Sudam, FHC decidiu extinguir o órgão. O PT também questionou a decisão no Supremo Tribunal Federal.

20 - Calote no Fundef

O governo FHC desrespeita a lei que criou o Fundef. Em 2002, o valor mínimo deveria ser de R$ 655,08 por aluno/ano de 1ª a 4ª séries e de R$ 688,67 por aluno/ano da 5ª a 8ª séries do ensino fundamental e da educação especial. Mas os valores estabelecidos ficaram abaixo: R$ 418,00 e R$ 438,90, respectivamente. O calote aos estados mais pobres soma R$ 11,1 bilhões desde 1998.

21 - Abuso de MPs

Enquanto senador, FHC combatia com veemência o abuso nas edições e reedições de Medidas Provisórias por parte José Sarney e Fernando Collor. Os dois juntos editaram e reeditaram 298 MPs. Como presidente, FHC cedeu à tentação autoritária. Editou e reeditou, em seus dois mandatos, 5.491medidas. O PT participou ativamente das negociações que resultaram na aprovação de emenda constitucional que limita o uso de MPs.

22 - Acidentes na Petrobras

Por problemas de gestão e falta de investimentos, a Petrobras protagonizou uma série de acidentes ambientais no governo FHC que viraram notícia no Brasil e no mundo. A estatal foi responsável pelos maiores desastres ambientais ocorridos no País nos últimos anos. Provocou, entre outros, um grande vazamento de óleo na Baía de Guanabara, no Rio, outro no Rio Iguaçu, no Paraná. Uma das maiores plataformas da empresa, a P-36, afundou na Bacia de Campos, causando a morte de 11 trabalhadores. A Petrobras também ganhou manchetes com os acidentes de trabalho em suas plataformas e refinarias que ceifaram a vida de centenas de empregados.

23 - Apoio a Fujimori

O presidente FHC apoiou o terceiro mandato consecutivo do corrupto ditador peruano Alberto Fujimori, um sujeito que nunca deu valor à democracia e que fugiu do País para não viver os restos de seus dias na cadeia. Não bastasse isso, concedeu a Fujimori a medalha da Ordem do Cruzeiro do Sul, o principal título honorário brasileiro. O Senado, numa atitude correta, acatou sugestão apresentada pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) e cassou a homenagem.

24 - Desmatamento na Amazônia

Por meio de decretos e medidas provisórias, o governo FHC desmontou a legislação ambiental existente no País. As mudanças na legislação ambiental debilitaram a proteção às florestas e ao cerrado e fizeram crescer o desmatamento e a exploração descontrolada de madeiras na Amazônia. Houve aumento dos focos de queimadas. A Lei de Crimes Ambientais foi modificada para pior.

25 - Os computadores do FUST

A idéia de equipar todas as escolas públicas de ensino médio com 290 mil computadores se transformou numa grande negociata. Os recursos para a compra viriam do Fundo de Universalização das Telecomunicações, o Fust. Mas o governo ignorou a Lei de Licitações, a 8.666. Além disso, fez megacontrato com a Microsoft, que teria, com o Windows, o monopólio do sistema operacional das máquinas, quando há softwares que poderiam ser usados gratuitamente. A Justiça e o Tribunal de Contas da União suspenderam o edital de compra e a negociata está suspensa.

26 - Arapongagem

O governo FHC montou uma verdadeira rede de espionagem para vasculhar a vida de seus adversários e monitorar os passos dos movimentos sociais. Essa máquina de destruir reputações é constituída por ex-agentes do antigo SNI ou por empresas de fachada. Os arapongas tucanos sabiam da invasão dos sem-terra à propriedade do presidente em Buritis, em março deste ano, e o governo nada fez para evitar a operação. Eles foram responsáveis também pela espionagem contra Roseana Sarney.

27 - O esquema do FAT

A Fundação Teotônio Vilela, presidida pelo ex-presidente do PSDB, senador alagoano Teotônio Vilela, e que tinha como conselheiro o presidente FHC, foi acusada de envolvimento em desvios de R$ 4,5 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Descobriu-se que boa parte do dinheiro, que deveria ser usado para treinamento de 54 mil trabalhadores do Distrito Federal, sumiu. As fraudes no financiamento de programas de formação profissional ocorreram em 17 unidades da federação e estão sob investigação do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público.

28 - Mudanças na CLT

A maioria governista na Câmara dos Deputados aprovou, contra o voto da bancada do PT, projeto que flexibiliza a CLT, ameaçando direitos consagrados dos trabalhadores, como férias, décimo terceiro e licença maternidade. O projeto esvazia o poder de negociação dos sindicatos. No Senado, o governo FHC não teve forças para levar adiante essa medida anti-social.

29 - Obras irregulares

Um levantamento do Tribunal de Contas da União, feito em 2001, indicou a existência de 121 obras federais com indícios de irregularidades graves. A maioria dessas obras pertence a órgãos como o extinto DNER, os ministérios da Integração Nacional e dos Transportes e o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas. Uma dessas obras, a hidrelétrica de Serra da Mesa, interior de Goiás, deveria ter custado 1,3 bilhão de dólares. Consumiu o dobro.

30 - Explosão da dívida pública

Quando FHC assumiu a Presidência da República, em janeiro de 1995, a dívida pública interna e externa somava R$ 153,4 bilhões. Entretanto, a política de juros altos de seu governo, que pratica as maiores taxas do planeta, elevou essa dívida para R$ 684,6 bilhões em abril de 2002, um aumento de 346%. Hoje, a dívida já equivale a preocupantes 54,5% do PIB.

31 - Avanço da dengue

A omissão do Ministério da Saúde é apontada como principal causa da epidemia de dengue no Rio de Janeiro. O ex-ministro José Serra demitiu seis mil mata-mosquitos contratados para eliminar focos do mosquito Aedes Aegypti. Em 2001, o Ministério da Saúde gastou R$ 81,3 milhões em propaganda e apenas R$ 3 milhões em campanhas educativas de combate à dengue. Resultado: de janeiro a maio de 2002, só o estado do Rio registrou 207.521 casos de dengue, levando 63 pessoas à morte.

32 - Verbas do BNDES

Além de vender o patrimônio público a preço de banana, o governo FHC, por meio do BNDES, destinou cerca de R$ 10 bilhões para socorrer empresas que assumiram o controle de ex-estatais privatizadas. Quem mais levou dinheiro do banco público que deveria financiar o desenvolvimento econômico e social do Brasil foram as teles e as empresas de distribuição, geração e transmissão de energia. Em uma das diversas operações, o BNDES injetou R$ 686,8 milhões na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa.

33 - Crescimento pífio do PIB

Na "Era FHC", a média anual de crescimento da economia brasileira estacionou em pífios 2%, incapaz de gerar os empregos que o País necessita e de impulsionar o setor produtivo. Um dos fatores responsáveis por essa quase estagnação é o elevado déficit em conta-corrente, de 23 bilhões de dólares no acumulado dos últimos 12 meses. Ou seja: devido ao baixo nível da poupança interna, para investir em seu desenvolvimento, o Brasil se tornou extremamente dependente de recursos externos, pelos quais paga cada vez mais caro.

34 - Renúncias no Senado

A disputa política entre o Senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e o Senador Jader Barbalho (PMDB-PA), em torno da presidência do Senado expôs publicamente as divergências da base de sustentação do governo. ACM renunciou ao mandato, sob a acusação de violar o painel eletrônico do Senado na votação que cassou o mandato do senador Luiz Estevão (PMDB-DF). Levou consigo seu cúmplice, o líder do governo, senador José Roberto Arruda (PSDB-DF). Jader Barbalho se elegeu presidente do Senado, com apoio ostensivo de José Serra e do PSDB, mas também acabou por renunciar ao mandato, para evitar a cassação. Pesavam contra ele denúncias de desvio de verbas da Sudam.

35 - Racionamento de energia

A imprevidência do governo FHC e das empresas do setor elétrico gerou o apagão. O povo se mobilizou para abreviar o racionamento de energia. Mesmo assim foi punido. Para compensar supostos prejuízos das empresas, o governo baixou Medida Provisória transferindo a conta do racionamento aos consumidores, que são obrigados a pagar duas novas tarifas em sua conta de luz. O pacote de ajuda às empresas soma R$ 22,5 bilhões.

36 - Assalto ao bolso do consumidor

FHC quer que o seu governo seja lembrado como aquele que deu proteção social ao povo brasileiro. Mas seu governo permitiu a elevação das tarifas públicas bem acima da inflação. Desde o início do plano real até agora, o preço das tarifas telefônicas foi reajustado acima de 580%. Os planos de saúde subiram 460%, o gás de cozinha 390%, os combustíveis 165%, a conta de luz 170% e a tarifa de água 135%. Neste período, a inflação acumulada ficou em 80%.

37 - Explosão da violência

O Brasil é um país cada vez mais violento. E as vítimas, na maioria dos casos, são os jovens. Na última década, o número de assassinatos de jovens de 15 a 24 anos subiu 48%. A Unesco coloca o País em terceiro lugar no ranking dos mais violentos, entre 60 nações pesquisadas. A taxa de homicídios por 100 mil habitantes, na população geral, cresceu 29%. Cerca de 45 mil pessoas são assassinadas anualmente. FHC pouco ou nada fez para dar mais segurança aos brasileiros.

38 - A falácia da Reforma agrária

O governo FHC apresentou ao Brasil e ao mundo números mentirosos sobre a reforma agrária. Na propaganda oficial, espalhou ter assentado 600 mil famílias durante oito anos de reinado. Os números estavam inflados. O governo considerou assentadas famílias que haviam apenas sido inscritas no programa. Alguns assentamentos só existiam no papel. Em vez de reparar a fraude, baixou decreto para oficializar o engodo.

39 - Subserviência internacional

A timidez marcou a política de comércio exterior do governo FHC. Num gesto unilateral, os Estados Unidos sobretaxaram o aço brasileiro. O governo do PSDB foi acanhado nos protestos e hesitou em recorrer à OMC. Por iniciativa do PT, a Câmara aprovou moção de repúdio às barreiras protecionistas. A subserviência é tanta que em visita aos EUA, no início deste ano, o ministro Celso Lafer foi obrigado a tirar os sapatos três vezes e se submeter a revistas feitas por seguranças de aeroportos.

40 - Renda em queda e desemprego em alta

Para o emprego e a renda do trabalhador, a Era FHC pode ser considerada perdida. O governo tucano fez o desemprego bater recordes no País. Na região metropolitana de São Paulo, o índice de desemprego chegou a 20,4% em abril, o que significa que 1,9 milhão de pessoas estão sem trabalhar. O governo FHC promoveu a precarização das condições de trabalho. O rendimento médio dos trabalhadores encolheu nos últimos três anos.

41 - Relações perigosas

Diga-me com quem andas e te direi quem és. Esse ditado revela um pouco as relações suspeitas do presidenciável tucano José Serra com três figuras que estiveram na berlinda nos últimos dias. O economista Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa de campanha de Serra e de FHC, é acusado de exercer tráfico de influência quando era diretor do Banco do Brasil e de ter cobrado propina no processo de privatização. Ricardo Sérgio teria ajudado o empresário espanhol Gregório Marin Preciado a obter perdão de uma dívida de R$ 73 milhões junto ao Banco do Brasil. Preciado, casado com uma prima de Serra, foi doador de recursos para a campanha do senador paulista. Outra ligação perigosa é com Vladimir Antonio Rioli, ex-vice-presidente de operações do Banespa e ex-sócio de Serra em empresa de consultoria. Ele teria facilitado uma operação irregular realizada por Ricardo Sérgio para repatriar US$ 3 milhões depositados em bancos nas Ilhas Cayman - paraíso fiscal do Caribe.

42 - Violação aos direitos humanos

Massacres como o de Eldorado do Carajás, no sul do Pará, onde 19 sem-terra foram assassinados pela polícia militar do governo do PSDB em 1996, figuram nos relatórios da Anistia Internacional, que recentemente denunciou o governo FHC de violação aos direitos humanos. A Anistia critica a impunidade e denuncia que polícias e esquadrões da morte vinculados a forças de segurança cometeram numerosos homicídios de civis, inclusive crianças, durante o ano de 2001. A entidade afirma ainda que as práticas generalizadas e sistemáticas de tortura e maus-tratos prevalecem nas prisões.

43 - Correção da tabela do IR

Com fome de leão, o governo congelou por seis anos a tabela do Imposto de Renda. O congelamento aumentou a base de arrecadação do imposto, pois com a inflação acumulada, mesmo os que estavam isentos e não tiveram ganhos salariais, passaram a ser taxados. FHC só corrigiu a tabela em 17,5% depois de muita pressão da opinião pública e após aprovação de projeto pelo Congresso Nacional. Mesmo assim, após vetar o projeto e editar uma Medida Provisória que incorporava parte do que fora aprovado pelo Congresso, aproveitou a oportunidade e aumentou alíquotas de outros tributos.

44 - Intervenção na Previ

FHC aproveitou o dia de estréia do Brasil na Copa do Mundo de 2002 para decretar intervenção na Previ, o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, com patrimônio de R$ 38 bilhões e participação em dezenas de empresas. Com este gesto, afastou seis diretores, inclusive os três eleitos democraticamente pelos funcionários do BB. O ato truculento ocorreu a pedido do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunitty. Dias antes da intervenção, FHC recebeu Dantas no Palácio Alvorada. O banqueiro, que ameaçou divulgar dossiês comprometedores sobre o processo de privatização, trava queda-de-braço com a Previ para continuar dando as cartas na Brasil Telecom e outras empresas nas quais são sócios.

45 - Barbeiragens do Banco Central

O Banco Central - e não o crescimento de Lula nas pesquisas - tem sido o principal causador de turbulências no mercado financeiro. Ao antecipar de setembro para junho o ajuste nas regras dos fundos de investimento, que perderam R$ 2 bilhões, o BC deixou o mercado em polvorosa. Outro fator de instabilidade foi a decisão de rolar parte da dívida pública estimulando a venda de títulos LFTs de curto prazo e a compra desses mesmos papéis de longo prazo. Isto fez subir de R$ 17,2 bilhões para R$ 30,4 bilhões a concentração de vencimentos da dívida nos primeiros meses de 2003. O dólar e o risco Brasil dispararam. Combinado com os especuladores e o comando da campanha de José Serra, Armínio Fraga não vacilou em jogar a culpa no PT e nas eleições.

E QUER SER PRESIDENTE...
Em 31 de outubro é DILMA 13

CARTA ABERTA A DOM DEMETRIO

Carta de Pe. José Comblin a Dom Demétrio Valentini


CARTA ABERTA A DOM DEMETRIO

Querido dom Demétrio

Quero publicamente agradecer-lhe as suas palavras esclarecedoras sobre a manipulação da religião católica no final da campanha eleitoral pela difusão de uma mensagem dos três bispos da comissão representativa do regional Sul I da CNBB condenando a candidata do atual governo e proibindo que os católicos votem nela. Graças ao senhor, sabemos que essa divulgação do documento da diretoria de Sul 1 não foi expressão da vontade da CNBB, mas contraria a decisão tomada pela CNBB na sua ultima assembléia geral, já que esta tinha decidido que os bispos não iam intervir nas eleições. Sabemos agora que o documento dos bispos da diretoria do regional Sul 2 foi divulgado no final de agosto, e durante quase um mês permaneceu ignorado pela imensa maioria do povo brasileiro.

Agora, dois dias antes das eleições, um grupo a serviço da campanha eleitoral de um candidato, numa manobra de evidente e suja manipulação, divulgou com abundantes recursos e muito barulho esse documento, criando uma tremenda confusão em muitos eleitores. Pela maneira como esse documento foi apresentado, comentado e divulgado, dava-se a entender que o episcopado brasileiro proibia que os católicos votasse nos candidatos do PT e, sobretudo na sua candidata para a presidência. Dois dias antes das eleições os acusados já não podiam mais reagir, apresentar uma defesa ou uma explicação. Aos olhos do público a Igreja estava dando o golpe que sempre se teme na véspera das eleições, quando se divulga um suposto escândalo de um candidato. Era um golpe sujo por parte dos manipuladores, já que dava a impressão de que o golpe vinha dessa feita da própria Igreja.

Se os bispos que assinaram o documento de agosto, não protestam contra a manipulação que se fez do seu documento, serão cúmplices da manipulação e aos olhos do público serão vistos como cabos eleitorais.

Se a CNBB não se pronuncia publicamente com muita clareza sobre essa manipulação do documento por grupos políticos sem escrúpulos, será cúmplice de que dezenas de milhões de católicos irão agora, no segundo turno votar pensando que estão desobedecendo aos bispos.

Seria uma primeira experiência de desobediência coletiva imensa, um precedente muito perigoso. Além disso, certamente afetará a credibilidade da Igreja Católica na sociedade civil, o que não gostaríamos de ver nesta época em que ela já está perdendo tantos fiéis.

Se o episcopado católico deixa a impressão de que a divulgação desse documento nessa circunstância representa a voz da Igreja com relação às eleições deste ano, muitos vão entender que isso significa uma intervenção dos bispos católicos para defender o candidato das elites paulistanas contra a candidata dos pobres. Os pobres têm muita sensibilidade e sentem muito bem o que há na consciência dessas elites. Sabem muito bem quem está com eles e quem está contra eles. Vão achar que a questão do aborto é apenas um pretexto que esconde uma questão social, o desprezo das elites, sobretudo de São Paulo pela massa dos pobres deste país. Milhões de pobres votaram e vão votar na candidata do governo porque a sua vida mudou. Por primeira vez na história do país viram que um governo se interessava realmente por eles e não somente por palavras. Não foi somente uma melhoria material, mas antes de tudo o acesso a um sentimento de dignidade. “Por primeira vez um governo percebeu que nós existimos”. Isso é o que podemos ouvir da boca dos pobres todos os dias. Um povo que tinha vergonha de ser pobre descobriu a dignidade. Por isso o voto dos pobres, este ano, é um ato de dignidade. As elites não podem entender isso. Mas quem está no meio do povo, entende.

Os bispos podem lembrar-se de que a Igreja é na Europa o que é, porque durante mais de 100 anos os bispos tomaram sempre posição contra os candidatos dos pobres, dos operários. Sempre estavam ao lado dos ricos sob os mais diversos pretextos. E no fim aconteceu o que podemos ver. Abandonaram a Igreja. Cuidado! Que não aconteça a mesma coisa por aqui! Os pobres sabem, são conscientes e sentem muito bem quando são humilhados. Não esperavam uma humilhação por parte da Igreja. Por isso, é urgente falar para eles.

Uma declaração clara da CNBB deve tranqüilizar a consciência dos pobres deste país. Sei muito bem que essa divulgação do documento na forma como foi feita, não representa a vontade dos bispos do regional Sul 1 e muito menos a vontade de todos os bispos do Brasil. Mas a maioria dos cidadãos não o sabe e fica perturbados ou indignados por essa propaganda que houve.

Não quero julgar o famoso documento. Com certeza os redatores agiram de acordo com a sua consciência. Mas não posso deixar de pensar que essa manipulação política que foi a divulgação do seu documento na véspera das eleições, dava a impressão de que estavam reduzindo o seu ministério à função de cabo eleitoral. O bispo não foi ordenado para ser cabo eleitoral. Se não houver um esclarecimento público, ficará a imagem de uma igreja conivente com as manobras espúrias

Dom Demétrio, o senhor fez jus à sua fama de homem leal, aberto, corajoso e comprometido com os pobres e os leigos deste país. Por isso, o senhor merece toda a gratidão dos católicos que querem uma Igreja clara, limpa, aberta, dialogante. Demonizar a candidata do governo como se fez, baseando-se em declarações que não foram claras, é uma atitude preconceituosa totalmente anti evangélica.

Queremos continuar confiando nos nossos bispos e por isso aguardamos palavras claras. Obrigado, dom Demétrio.

José Comblin, padre e pecador.

5 de outubro de 2010

Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira


EDUCAÇÃO – O BRASIL NO RUMO CERTO
(Manifesto de Reitores das Universidades Federais à Nação Brasileira)

Da pré-escola ao pós-doutoramento - ciclo completo educacional e acadêmico de formação das pessoas na busca pelo crescimento pessoal e profissional - consideramos que o Brasil encontrou o rumo nos últimos anos, graças a políticas, aumento orçamentário, ações e programas implementados pelo Governo Lula com a participação decisiva e direta de seus ministros, os quais reconhecemos, destacando o nome do Ministro Fernando Haddad.

Aliás, de forma mais ampla, assistimos a um crescimento muito significativo do País em vários domínios: ocorreu a redução marcante da miséria e da pobreza; promoveu-se a inclusão social de milhões de brasileiros, com a geração de empregos e renda; cresceu a autoestima da população, a confiança e a credibilidade internacional, num claro reconhecimento de que este é um País sério, solidário, de paz e de povo trabalhador. Caminhamos a passos largos para alcançar patamares mais elevados no cenário global, como uma Nação livre e soberana que não se submete aos ditames e aos interesses de países ou organizações estrangeiras.

Este período do Governo Lula ficará registrado na história como aquele em que mais se investiu em educação pública: foram criadas e consolidadas 14 novas universidades federais; institui-se a Universidade Aberta do Brasil; foram construídos mais de 100 campi universitários pelo interior do País; e ocorreu a criação e a ampliação, sem precedentes históricos, de Escolas Técnicas e Institutos Federais. Através do PROUNI, possibilitou-se o acesso ao ensino superior a mais de 700.000 jovens. Com a implantação do REUNI, estamos recuperando nossas Universidades Federais, de norte a sul e de leste a oeste. No geral, estamos dobrando de tamanho nossas Instituições e criando milhares de novos cursos, com investimentos crescentes em infraestrutura e contratação, por concurso público, de profissionais qualificados. Essas políticas devem continuar para consolidar os programas atuais e, inclusive, serem ampliadas no plano Federal, exigindo-se que os Estados e Municípios também cumpram com as suas responsabilidades sociais e constitucionais, colocando a educação como uma prioridade central de seus governos.

Por tudo isso e na dimensão de nossas responsabilidades enquanto educadores, dirigentes universitários e cidadãos que desejam ver o País continuar avançando sem retrocessos, dirigimo-nos à sociedade brasileira para afirmar, com convicção, que estamos no rumo certo e que devemos continuar lutando e exigindo dos próximos governantes a continuidade das políticas e investimentos na educação em todos os níveis, assim como na ciência, na tecnologia e na inovação, de que o Brasil tanto precisa para se inserir, de uma forma ainda mais decisiva, neste mundo contemporâneo em constantes transformações.

Finalizamos este manifesto prestando o nosso reconhecimento e a nossa gratidão ao Presidente Lula por tudo que fez pelo País, em especial, no que se refere às políticas para educação, ciência e tecnologia. Ele também foi incansável em afirmar, sempre, que recurso aplicado em educação não é gasto, mas sim investimento no futuro do País. Foi exemplo, ainda, ao receber em reunião anual, durante os seus 8 anos de mandato, os Reitores das Universidades Federais para debater políticas e ações para o setor, encaminhando soluções concretas, inclusive, relativas à Autonomia Universitária.

Alan Barbiero - Universidade Federal do Tocantins (UFT)

José Weber Freire Macedo – Univ. Fed. do Vale do São Francisco (UNIVASF)

Aloisio Teixeira - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Josivan Barbosa Menezes - Universidade Federal Rural do Semi-árido (UFERSA)

Amaro Henrique Pessoa Lins - Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)

Malvina Tânia Tuttman – Univ. Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

Ana Dayse Rezende Dórea - Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

Maria Beatriz Luce – Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA)

Antonio César Gonçalves Borges - Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

Maria Lúcia Cavalli Neder - Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Carlos Alexandre Netto - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Miguel Badenes P. Filho – Centro Fed. de Ed. Tec. (CEFET RJ)

Carlos Eduardo Cantarelli – Univ. Tec. Federal do Paraná (UTFPR)

Miriam da Costa Oliveira – Univ.. Fed. de Ciênc. da Saúde de POA (UFCSPA)

Célia Maria da Silva Oliveira – Univ. Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS)

Natalino Salgado Filho - Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

Damião Duque de Farias - Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD)

Paulo Gabriel S. Nacif – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)

Felipe .Martins Müller - Universidade Federal da Santa Maria (UFSM).

Pedro Angelo A. Abreu – Univ. Fed. do Vale do Jequetinhonha e Mucuri (UFVJM)

Hélgio Trindade – Univ. Federal da Integração Latino-Americana (UNILA)

Ricardo Motta Miranda – Univ. Fed. Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)

Hélio Waldman – Universidade Federal do ABC (UFABC)

Roberto de Souza Salles - Universidade Federal Fluminense (UFF)

Henrique Duque Chaves Filho – Univ. Federal de Juiz de Fora (UFJF)

Romulo Soares Polari - Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Jesualdo Pereira Farias - Universidade Federal do Ceará - UFC

Sueo Numazawa - Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA)

João Carlos Brahm Cousin - Universidade Federal do Rio Grande – (FURG)

Targino de Araújo Filho – Univ. Federal de São Carlos (UFSCar)

José Carlos Tavares Carvalho - Universidade Federal do Amapá (UNIFAP)

Thompson F. Mariz - Universidade Federal de Campina Grande (UFCG)

José Geraldo de Sousa Júnior - Universidade Federal de Brasília (UNB)

Valmar C. de Andrade - Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

José Seixas Lourenço – Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)

Virmondes Rodrigues Júnior – Univ. Federal do Triângulo Mineiro (UFTM)


Walter Manna Albertoni - Universidade Federal de São Paulo ( UNIFESP)