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terça-feira, 12 de junho de 2012

Má gestão

Em maio, linhas da CPTM tiveram panes em pelo menos 15 dias

 
No mesmo mês em que faz 20 anos de fundação, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) encerrou maio com uma estatística que não pode ser comemorada. Dos 31 dias do mês, em 15 ocorreram problemas em pelo menos uma das linhas de trens distribuídas por cidades da Grande São Paulo, segundo reconhece a própria companhia.

As causas dos problemas são diversas. De trens de passageiros que precisam diminuir a velocidade devido à presença de trens de carga na linha, passando por defeitos na sinalização e queda de energia, até chegar a linhas inteiras paralisadas por conta de greve de funcionários.

Assim como as causas, os prejudicados também são muitos. Aproximadamente 2,7 milhões de passageiros utilizam as linhas todos os dias. “Sempre tem problema, não tem dúvida. Os maiores problemas são a lotação e a lentidão. Às 17h sempre fica parado porque a energia está baixa. O trem fica parado por muito tempo na estação. Quatro, cinco minutos e aí quando vai sair está tão cheio que não consegue fechar as portas”, reclama Mauro de Souza Macedo, corretor de vendas de um banco.

A CPTM gerencia seis linhas de trens na Grande São Paulo e nenhuma delas escapou dos problemas em maio. A greve de funcionários de duas linhas, no dia 23 de maio, e o acidente com duas composições do Metrô, no dia 16 de maio, ajudaram a ampliar os problemas.

A linha mais problemática do mês foi a 12-Safira, que liga as estações Brás - onde fica o centro de controle da CPTM - a Calmon Viana, com problemas em sete dias do mês, incluindo greve, reflexos do acidente do Metrô e ações de vandalismos dos próprios usuários. A segunda linha mais problemática foi a 9-Esmeralda, que liga Osasco ao Grajaú, com cinco ocorrências. Essa linha tem passado por constantes obras nos últimos meses, ficando fechada em vários finais de semana, para modernização.

“Sempre tem problema nessa linha por falta de energia, lotação, por não conseguir fechar as portas. O trem para muito tempo nas estações. A gente acaba atrasando, perdendo tempo, perdendo serviço”, diz Antônio Bernardino de Lima, aposentado de 72 anos e office boy, na estação Cidade Jardim, na Linha 9.

Mas foi o dia 18 o que apresentou problemas em mais linhas, quando um defeito na linha 8-Diamante prejudicou, em cascata, os usuários de outras 4 linhas. “O problema é sempre o mesmo, atraso e lotação. E quando está lotado, você não vê um funcionário para ajudar. A lotação é pior no Grajaú e Santo Amaro (Linha 9). Hoje mesmo (ontem, 31) o trem ficou parado mais de 40 minutos no Grajaú (dia em que a CPTM diz que não houve problemas). Isso atrapalha a gente, está sempre lotado, atrasa e o problema é que mal temos tempo de reclamar. Não tem opção”, reclama a diarista Maria Sônia Pereira de Andrade, de 53 anos.

Nem mesmo o Centro de Controle Operacional Unificado, no Brás, que segundo a CPTM é considerado o mais moderno das ferrovias brasileiras, tem sido suficiente para diminuir o sofrimento dos passageiros. Das seis linhas, apenas a 10-Turquesa (Brás - Rio Grande da Serra) não é controlada pelo centro. Ela também é uma das três que registraram problemas em ‘apenas’ três dias de maio, assim como as linhas 8-Diamante (Júlio Prestes – Itapevi) e a 11-Coral (Luz – Estudantes).

fonte: Portal IG
 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

AS CHUVAS ESTÃO CHEGANDO E TUCANOS DE SP DEIXARAM DE GASTAR R$ 770 MILHÕES CONTRA CHEIAS

SP deixou de gastar R$ 770 milhões contra cheias

Levantamento feito pelo Jornal da Tarde mostra que apenas metade dos cerca de R$ 1,5 bilhão destinado a essas finalidades nos orçamentos de 2009, 2010 e 2011 havia sido gasto até 30 de setembro.

Por Fabiano Nunes e Tiago Dantas - Jornal da Tarde

A Prefeitura de São Paulo deixou de investir, nos últimos três anos, cerca de R$ 770 milhões em obras de combate a enchentes e prevenção de tragédias em áreas de risco. Levantamento feito pelo Jornal da Tarde mostra que apenas metade dos cerca de R$ 1,5 bilhão destinado a essas finalidades nos orçamentos de 2009, 2010 e 2011 havia sido gasto até 30 de setembro.

A reportagem levou em conta obras ligadas a drenagem, como canalização de córregos, limpeza de galerias, bueiros e bocas-de-lobo. Também foram contabilizados gastos com contenção de encostas e muros de arrimo. A Prefeitura informou que o dinheiro usado com habitação e varrição de ruas também deveria ser levado em conta. Isso, porém, não altera a parcela do orçamento que deixou de ser usada.

“O problema não é falta de dinheiro. Creio que é uma questão de má gestão ou de um planejamento mal elaborado. As prioridades não estão claras”, critica Maurício Broinizi, coordenador da Secretaria Executiva da ONG Movimento Nossa São Paulo.

Vereadores da oposição alegam que o prefeito Gilberto Kassab (PSD) está economizando verba para “turbinar” seu último ano de mandato com obras. Já a base aliada aponta, como causa para deixar parte do dinheiro em caixa, dificuldade para lançar licitações.

Paulistanos que sofrem com as consequências da chuva criticam a falta de ação do governo. “No início do ano, nossa rua parecia um oceano. Há dois anos meu carro foi engolido pela enchente”, disse a dona de casa Cláudia Ramos Machado, de 37 anos, moradora da Rua Ulisses Cruz, no Tatuapé, zona leste. Os carros do condomínio vizinho ficaram boiando na garagem subterrânea.

“É um descaso da Prefeitura. Logo quando mudei para cá vi um guarda-roupa boiando na enchente e pensei: ‘onde é que eu vim morar?’ Não existe drenagem”, reclamou o administrador William Emídio Cavalcanti, de 38 anos. Ele desconhecia a existência de um projeto para uma obra antienchente no local.

Dados da execução orçamentária, disponíveis no site da Prefeitura, mostram que a canalização de um córrego nas proximidades foi proposta por meio de uma emenda de um vereador. No entanto, ainda não foi liberada verba.

“Deixar de gastar em obras deste tipo gera uma repercussão negativa muito grande. São problemas sérios, tem a pressão social. Por isso não acredito que estão guardando dinheiro para o ano que vem”, afirma Broinizi. Por lei, o prefeito tem o direito de remanejar até 15% do orçamento do município após ele ser aprovado pela Câmara Municipal. Reportagem publicada pelo JT em maio mostrou que Kassab havia guardado, até aquele mês, R$ 10 bilhões do orçamento de 2011 em contas e aplicações financeiras.

Desde o início do mês, os vereadores estão discutindo a previsão de gastos da Prefeitura para 2012. Em meio aos debates, surge a questão da verba ainda não utilizada. Donato (PT), integrante da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara Municipal, criticou o corte de verbas em plenário. “Esse corte atinge obras no Córrego Zavuvus, onde houve mortes no ano passado. São obras que estavam no plano de metas do Prefeito e que não serão cumpridas.”

Já Marco Aurélio Cunha (PSD) acredita que a gestão Kassab ainda não usou os cerca de R$ 770 milhões porque está estudando alternativas. “Essas obras têm licitações muito complexas. A decisão não é simples. O governo está fazendo uma grande avaliação, de onde é mais importante investir para que o resultado seja satisfatório”, afirmou. “É preciso cautela para escolher onde investir.”

OUTRO LADO
A Prefeitura informou que, para fazer uma leitura correta dos investimentos na prevenção de enchentes e eliminação de áreas de risco é preciso contabilizar a verba usada para urbanizar favelas e construir unidades habitacionais, o que melhora a drenagem, além do Programa Mananciais.

Entre 2009 e 2010, a Prefeitura afirma ter reservado mais de R$ 2 bilhões para estes fins. Neste ano, mais R$ 1 bilhão foi contratado. Para 2012, o governo prevê investimentos de R$ 1,7 bilhão.

Nesses totais, segundo a Prefeitura, “não estão incluídos os valores de limpeza urbana (coleta de lixo, varrição e coleta de entulho em via pública), essenciais para o bom funcionamento do sistema de drenagem.” Em 2009 e 2010, a limpeza consumiu quase R$ 2 bilhões. Neste ano, foram R$ 934 milhões, e, em 2012, estão previstos R$ 1,2 bilhão. Também ficaram de fora a implantação de parques lineares, que atuam diretamente na ampliação da área permeável.

Por meio de nota, a Prefeitura diz que “os recursos orçamentários destinados a obras possuem uma dificuldade natural de serem executados, pois muitas vezes os projetos executivos e licitações são demorados e complexos”, principalmente os de drenagem.

Por fim, a administração afirma que o orçamento “é uma previsão de gastos, também projetada numa previsão de arrecadação. Assim, é incorreto afirmar que ‘faltam ser gastos’ recursos que não foram empenhados no exercício previsto. Não se trata de dinheiro que deixou de ser investido.”

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

TUCANOS HIPÓCRITAS: DEPUTADOS NÃO QUEREM AUDIÊNCIA PÚBLICA SOBRE COMPENSAÇÕES DO RODOANEL


Governistas rejeitam audiência pública sobre compensações do Rodoanel

Os deputados da base do governo na Comissão de Meio Ambiente manifestaram voto contrário ao requerimento dos petistas Ana do Carmo, Donisete Braga e Carlos Grana solicitando audiência pública para tratar das compensações ambientais urbanas prometidas pelo governo do Estado, quando da construção do trecho sul do Rodoanel.

Em um primeiro momento, o deputado Roberto Massafera pediu vistas. A deputada Ana do Carmo fez um apelo, colocando a urgência do tema para a população do Grande ABC. Massafera manteve o pedido. Ana do Carmo mais uma vez apelou. O deputado, então, retirou o pedido de vistas, mas, quando foi para a votação, os deputados Roberto Massafera, Geraldo Vinholi, Itamar Borges e Beto Trícoli foram contrários e o requerimento não foi aprovado.

A deputada Ana do Carmo expôs o quanto essa decisão era prejudicial para a comunidade da região. Massafera simplesmente se retirou da reunião.

“É um absurdo a Comissão não aprovar o requerimento de uma demanda da população”, indignou-se a deputada, que afirmou que irá convidar a comunidade para uma reunião da Comissão de Meio Ambiente para que possa falar sobre os problemas que o Rodoanel acarretou na região.


Promessas

De acordo com o requerimento apresentado, o Trecho Sul do Rodoanel encontra-se em operação há um ano e quatro meses e que poucas foram as obras de compensação ambiental promovidas pelo governo do Estado até agora.

O documento traz o exemplo do município de São Bernardo do Campo. Em abril de 2010, o município assinou convênio para o plantio de mais de 630 mil mudas. No entanto, apenas 44 mil foram plantadas. Bairros como o Montanhão, Demarchi, Jardim Represa, Parque Boturuju, Parque Imigrantes, Batistini e Alvarenga ainda aguardam obras de recuperação, recapeamento e sinalização.

Já em Mauá, desde o início deste ano a prefeitura aguarda as prometidas obras nas ruas Lasar Segal e Francisco Ortega Escobar, além da estruturação da estrada da Servidão.

Em Santo André, o Estado anunciou o investimento de R$ 10 milhões para obras de compensação no Parque do Pedroso, que ainda não foram iniciadas.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

EDINHO SILVA ACOMPANHA PRESIDENTA DILMA EM ATO DE LIBERAÇÃO DE RECURSOS PARA SÃO PAULO

Dilma libera mais de R$ 3 bilhões para obras de infraestrutura no estado de São Paulo

Deputado Edinho Silva acompanha a presidenta e ressalta postura republicana do Governo Federal

O deputado estadual e presidente do PT do estado de São Paulo, Edinho Silva, acompanhou nesta quinta-feira, dia 13, a agenda da presidenta Dilma no estado de São Paulo. Pela manhã, em Araçatuba, a presidenta lançou a pedra fundamental do Estaleiro do Rio Tietê, que receberá um investimento de R$ 432 milhões e assinou o protocolo de intenções entre os governos federal e estadual para as obras da Hidrovia Tietê-Paraná, no valor de R$ 1,5 bilhão. No período da tarde, a parceria firmada foi para as obras do Rodoanel-Trecho Norte, que receberá do Governo federal um aporte de R$ 1,72 bilhão.

Para Edinho, que integrou a comitiva da presidenta, as atividades de hoje mostram a postura do Governo Dilma. “As grandes questões desse país serão resolvidas com posições republicanas. O Governo federal está presente e colaborando com o estado de São Paulo na resolução dos seus principais problemas”, disse. Em Araçatuba, acompanhando a presidenta também, o Governador Geraldo Alckmin, o prefeito, Cido Sério (PT), ministros, parlamentares e representantes da Petrobras e Transpetro.O Estaleiro Rio Tietê pretende construir 80 barcaças e 20 empurradores, formando assim 20 comboios com capacidade de transporte de 7,6 milhões de litros cada.

De acordo com a Transpetro, responsável pela obra, cada comboio tem a mesma capacidade de carga de 172 carretas ou de 86 vagões ferroviários, sendo que o transporte hidroviário emite um quarto do gás carbônico e consome vinte vezes menos combustível do que o rodoviário, se comparados a uma mesma carga e distância.

As primeiras embarcações do Estaleiro devem ser entregues em 2012, iniciando sua operação em 2013. Segundo a Transpetro, foram investidos R$ 40 milhões na construção do Estaleiro Rio Tietê, que gerará cerca de 500 empregos diretos e dois mil indiretos em Araçatuba.

Já com a assinatura do protocolo de intenções, a Presidenta Dilma Roussef autorizou a liberação de mais de R$ 1,5 bilhão, sendo R$ 900 milhões oriundos do PAC 2, para a implantação do projeto de modernização e ampliação da Hidrovia Tietê-Paraná. O programa tem como objetivo a eliminação de gargalos, com a ampliação de vãos de pontes, melhoria nas eclusas e retificação e dragagem de canais.

Na opinião da Presidenta, a revitalização da hidrovia marca um momento revolucionário, em que o país aposta na interiorização da indústria naval, na nacionalização da produção de estaleiros e, consequentemente, no fortalecimento do emprego e da indústria nacional. Ela ressaltou a estratégia muito bem sucedida de ampliação e fortalecimento do mercado interno, principal responsável por elevar à classe média cerca de 40 milhões de brasileiros nos últimos dez anos e uma das principais ferramentas para retirar da pobreza extrema 16,2 milhões de pessoas que vivem em situação de miséria e, ainda, de resistir aos efeitos da crise financeira internacional.

“Aqui, às margens do rio Tietê, nós também estamos dando um passo para tornar o nosso Brasil mais forte para enfrentar essa crise internacional, pela qual nós não somos responsáveis, a qual nós temos todas as condições de enfrentar”, disse.

RodoanelPrevista para ser iniciada em março de 2012, com custo total de R$ 6,11 bilhões, a obra do Rodoanel Trecho-Norte terá um aporte de R$ 1,72 bilhão do Governo Federal. É considerada uma das principais obras do PAC 2. O restante será custeado pelo governo de São Paulo e pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. A assinatura da parceria ocorreu no Palácio dos Bandeirantes.

Estima-se ainda que 11 mil empregos serão gerados durante as obras. O empreendimento, que apresenta obras complexas como viadutos e túneis, facilitará a retirada do tráfego de cargas do perímetro urbano da Capital, a diminuição dos congestionamentos e tempos de viagens, além de eliminar gargalos para o escoamento da produção pelos portos da região.

Durante a cerimônia, a presidenta falou sobre o enfrentamento à crise econômica internacional e fez referência às obras de infraestrutura resultantes de acordos entre a União e o estado de São Paulo como alternativa de fortalecimento do país. Anunciou que o governo não medirá esforços para complementar essas parcerias.

Para ela, não é mais possível que divergências pessoais ou políticas sejam obstáculos para a realização de investimentos imprescindíveis para o desenvolvimento do país. “Eu acho que uma das questões mais importantes que me foi legada pelo governo do presidente Lula foi essa absoluta consciência da importância das parcerias republicanas, porque isso significa maturidade institucional, política e democrática do país.”

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

DILMA DIZ QUE O BRASIL CONTINUA TRABALHANDO PARA A CRISE NÃO CHEGAR AO PAÍS




“Estamos tentando nem entrar na crise. Parar ela na porta”, diz presidenta Dilma

Após entrevista à rádio Metrópole AM, a presidenta Dilma Rousseff visitou um apartamento do Residencial Nova Esperança, em São José do Rio Preto (SP). Foto: Roberto Stuckert Filho/PR
O governo federal está empenhado em evitar que os efeitos de uma eventual crise financeira internacional, como aquela iniciada no último trimestre de 2008, cheguem ao Brasil. A informação foi dada pela presidenta Dilma Rousseff, nesta sexta-feira (19/8), em entrevista para a Rádio Metrópole AM, em São José do Rio Preto, interior do estado de São Paulo. Na entrevista, a presidenta Dilma voltou a afirmar que “a maior faxina” que o seu governo pretende fazer é a de acabar com a miséria no país.

“Em 2009 entramos na crise e saímos em 2010. Estamos tentando nem entrar na crise. Parar ela na porta”, disse, ao explicar que o governo tem instrumentos para isso, como o aumento da oferta de emprego e a geração de renda.

Dilma Rousseff entrou neste assunto quando foi indagada pelo radialista Jair Viana sobre o fato de uma revista europeia ter publicado reportagem afirmando que as ações do governo desagradariam a base parlamentar no Congresso Nacional. “A revista não percebe que a minha base de sustentação não concorda com malfeitos. O povo brasileiro é um povo trabalhador, honesto e não concorda com malfeito, e tem horror ao crime organizado. O meu governo e o povo brasileiro também não gostam de injustiça. De julgamentos que não deem espaço para provar”, enfatizou.

Porém, a presidenta Dilma mostrou-se firme no respeito à presunção de inocência e explicou que somente a polícia, o Ministério Público e o Poder Judiciário têm a função de apurar as denúncias e punir aqueles que foram considerados culpados. Fora isso, nenhuma outra instituição poderia julgar qualquer cidadão. “É um absurdo voltar atrás nas rodas da história e acabar com a presunção da inocência… Eu não permitirei isso”, afirmou.

A presidenta iniciou a entrevista com um relato sobre o Minha Casa, Minha Vida, programa de construção de moradias do governo federal. Aliás, este foi o motivo da agenda no município: entregar cerca de duas mil habitações. Segundo ela, enquanto candidata à Presidência da República, no ano passado, manteve uma das vertentes voltadas para a área social como forma de permitir o desenvolvimento do país.

“Bom dia aos moradores de São José do Rio Preto. Fiz minha campanha voltada para a questão da dimensão social de qualquer desenvolvimento. Sem gerar emprego… não temos desenvolvimento. A moradia é uma questão fundamental. Onde você cria a segurança da família. É impossível a gente falar em segurança sem falar do acesso a uma casa para morar… A construção de habitação no Brasil tem efeito econômico fundamental. Gera emprego e cria uma dinâmica econômica.”

Dilma Rousseff explicou que desta forma o setor de construção civil assume papel de impulsionar a economia, pois ao contratar mão-de-obra e adquirir material de construção, como por exemplo cimento, telhas, estruturas de alumínio, “cria-se um circulo virtuoso”. A presidenta disse que São José do Rio Preto pode ganhar mais unidades do programa.

Em seguida, a presidenta enfocou o programa Bolsa Família e o lançamento do Brasil sem Miséria – Sudeste, que ontem (18/8) recebeu a adesão dos governadores de Minas Gerais, Antonio Anastasia; Rio de Janeiro, Sérgio Cabral; Espírito Santo, Renato Casagrande; e, São Paulo, Geraldo Alckmin. Ela informou que no governo Lula foi retirada da pobreza e alçada para a classe média população equivalente ao número de habitantes da Argentina. Agora, segundo ela, o desafio se amplia com meta de retirar 16,2 milhões de brasileiros da pobreza extrema.

Mais adiante, a presidenta foi indagada sobre a indicação do deputado federal Mendes Ribeiro Filho (PMDB-RS) para o Ministério da Agricultura. Segundo ela, Mendes Ribeiro pode ser pouco conhecido pela maioria da população, mas pelo fato de ser oriundo do Rio Grande do Sul, um estado agrícola, seguirá no cumprimento dos projetos que vinham sendo desenvolvidos pelo ex-ministro Wagner Rossi.

A última questão apresentada foi o fato de ela ser a primeira mulher a assumir a Presidência da República. Dilma Rousseff contou que irá com afinco “honrar as mulheres brasileiras”. E não fugiu ao tema sobre futebol. Ela contou que na sua família tem muitos torcedores do Internacional, e por isso é colorada. Mas, também torce para o Atlético Mineiro.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

DEPUTADOS DO PT QUESTIONAM MAU FORNECIMENTO DE ENERGIA POR PARTE DA ELETROPAULO



Eletropaulo não explica porque não melhora serviços apesar de lucro bilionário

A indignação da população da Região Metropolitana de São Paulo com os péssimos serviços prestados pela AES Eletropaulo foi exaustivamente exposta por dezenas de moradores ao diretor executivo de operações da empresa, Sidney Simonaggio, em audiência pública na Assembleia Legislativa de São Paulo, nesta quarta-feira (10/8).

A iniciativa dos deputados Geraldo Cruz, Marcos Martins e Isac Reis, pretendia que a Eletropaulo esclarecesse os motivos e apontasse soluções, principalmente, com relação aos constantes cortes no fornecimento de energia elétrica em sua área de concessão. No entanto, Simonaggio praticamente apenas argumentou em sua resposta que a concessionária segue regras definidas pela agência reguladora e que está fazendo investimentos.

“É muito cinismo deste cidadão. Reclamamos aqui da má prestação de serviços que a população paga, e paga caro, do descaso com a manutenção da rede e ele diz que a empresa está fazendo tudo certo”, desabafou Ana Claudia Reis, moradora de Embu.

Para o líder da Bancada do PT, deputado Enio Tatto, não há outra explicação para a enorme quantidade de problemas que vêm afetando os consumidores residenciais e comerciais, a não ser “o corpo mole para se fazer a manutenção”. “Dinheiro não falta, o lucro da Eletropaulo em 2010 chegou a R$ 1,34 bilhão”, afirmou Tatto, que cobrou do governo do Estado um “pulso mais forte para cobrar da concessionária o cumprimento dos serviços”.

“Esses problemas precisam ter resposta, eles são incontestáveis, basta ver que a população está aqui em massa para reclamar”, defendeu o deputado Marcos Martins.

Seguindo a mesma argumentação, o deputado Isac Reis ressaltou que a questão aflige a vida de toda a população: “Estamos falando de falta de energia, que traz consequências econômicas para os cidadãos como ter eletrodomésticos queimados, perda de alimentos e ainda a segurança pública, quando sabemos que em locais escuros há mais probabilidade de assaltos”.

Prejuízos

O prefeito de Embu, Chico Brito, apresentou pesquisa da Associação Comercial de Embu que em consulta a 20 empresas do município constatou perdas superiores da R$ 7 milhões/ano e salientou que estas companhias não têm coragem de expandir seus negócios porque não têm confiança de que contaram com energia elétrica.

Também presente a audiência, o diretor executivo do Procon, Paulo Artur, afirmou que a AES Eletropaulo tem mais de quatro mil reclamações no órgão relacionadas, principalmente, com cobranças indevidas, produtos danificados e falta de energia.

O serviço de atendimento da empresa - Call Center - também é alvo de inúmeras outras reclamações.

O diretor de Regulação Técnica e Fiscalização dos Serviços de Energia da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado), Aderbal de Arruda Penteado Júnior, também compareceu a audiência e limitou-se a dizer que “as regras do jogo são fixadas pela Aneel (Agência Nacional de energia Elétrica)” e com relação a fiscalização da agência paulista acrescentou que “são apenas oito fiscais para 28 empresas de distribuição de energia elétrica no Estado”.

Deputados querem solução

Não satisfeitos com as respostas da Eletropaulo, da Arsesp e nem do secretário estadual de Energia, José Anibal, que também esteve na Assembleia paulista, no último dia 3, , os deputados do PT, agendaram ida à Aneel, em Brasília, na próxima semana. A informação foi dada pelo deputado Geraldo Cruz, que explicou as queixas com a Eletropaulo serão levadas ao diretor-geral da agência, Nelson Hübner.

A audiência pública desta quarta-feira foi prestigiada por prefeitos, vereadores, secretários municipais, representantes de entidades comerciais e de moradores dos municípios de Osasco, Taboão da Serra, Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Vargem Grande Paulista, Cotia e Juquitiba.

DILMA REFORÇA COMPROMISSO COM O CRESCIMENTO EM EVENTO DA CONSTRUÇÃO CIVIL




“Queremos que o setor da construção civil continue gerando renda e emprego”

Presidenta Dilma Rousseff discursa na cerimônia de abertura do 83º Encontro Nacional da Indústria da Construção.


Foto: Roberto Stuckert Filho/PR


No primeiro semestre deste ano, o Brasil quebrou recordes no setor da construção civil: o segmento teve a segunda maior taxa de crescimento de postos de trabalho (7,33%), segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e o número de financiamento de imóveis atingiu a marca de 236 mil. Os dados foram apresentados pela presidenta Dilma Rousseff nesta quarta-feira (10/8), em São Paulo, durante abertura do 83° Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic). Segundo a presidenta, esses números dialogam com o programa Minha Casa, Minha Vida.

“Quando pensamos no Minha Casa Minha Vida, pensamos para duas coisas: gerar empregos e, de fato, fazer uma política da construção civil, de habitação, para aqueles segmentos do Brasil que jamais tiveram oportunidade de ter casa própria”, afirmou.

Na visão da presidenta, o setor de construção civil brasileiro é ousado e capaz de cumprir os objetivos estabelecidos pelo programa habitacional. “Queremos que o setor da construção civil continue gerando renda e emprego. (…) Esse programa, além de ser de inclusão habitacional, de criação de mercado de trabalho e de fortalecimento da família, é também um programa que fortaleceu o empreendedorismo e criou oportunidades para muitos empresários”, disse.

Dilma Rousseff destacou que é preciso fornecer moradia à nova classe média brasileira. De 2003 a maio deste ano, lembrou a presidenta, 39,5 bilhões de brasileiros ascenderam à classe C. E reiterou, ainda, o compromisso de retirar 16 milhões de pessoas da pobreza extrema, por meio do programa Brasil Sem Miséria.

A proteção à indústria brasileira, com o Plano Brasil Maior, também foi reafirmada pela presidenta Dilma. “É o primeiro passo no sentido de tratar cada setor brasileiro ameaçado de concorrência desleal e garantir seu crescimento. (…) Temos um pensamento, um objetivo: vamos preservar as nossas forças produtivas, os nossos empregos e a renda de nossa população”, ressaltou.

De acordo com Dilma Rousseff, outras políticas vão ao encontro do processo de desenvolvimento do país, como o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Por meio dele, será possível fornecer capacitação profissional para os trabalhadores e cursos de qualificação para reincidentes do seguro-desemprego. Outra medida citada pela presidenta é a oferta de bolsas de estudo no exterior, que tem por objetivo enviar, até 2014, 100 mil alunos brasileiros – de graduação, doutorado e pós-doutorado – para estudar em universidades estrangeiras de qualidade. O governo federal oferecerá 75 mil bolsas. A intenção é que as outras 25 mil sejam ofertadas por meio de parceria com o setor privado.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

NOVA DIRETORIA DO DNIT DEVE SER ANUNCIADA NA PRÓXIMA SEMANA


Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, informou hoje (28) que a nova diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (Dnit) deve ser anunciada no início da próxima semana. Segundo ele, a possibilidade de demora no processo de escolha preocupa a presidenta Dilma Rousseff porque pode prejudicar o andamento de obras.

“A presidenta está analisando as alternativas e naturalmente preocupada que não se demore muito esse processo de recomposição do Dnit e do próprio ministério [dos Transportes]. É bem provável que, no início da semana, possa ser anunciada a nova composição do Dnit”, disse Carvalho. De acordo com o ministro, a presidenta e o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, reuniram-se ontem (27) para analisar nomes de possíveis indicados.

O principal critério para as indicações será o conhecimento técnico da áreas dos transportes, acrescentou Carvalho. “A questão da vinculação partidária não é proibitiva, mas o que preside a escolha da presidenta é a questão técnica. São pessoas que vão dar conta de uma tarefa fundamental para o país, que é a infraestrutura. Por isso, tem que ser pessoas dotadas de competência técnica e idoneidade”, destacou.

Perguntado se haverá substituições também em superintendências estaduais do Dnit, o ministro respondeu que caberá à nova direção do departamento analisar se serão necessárias mudanças. “Mas não haverá nenhum processo de simplesmente trocar todo mundo. Será feita avaliação caso a caso, estado por estado. E onde se avaliar que deve ser feita a troca, ela será feita.”

Sobre possíveis mudanças de direção em outros órgãos do governo e ministérios que têm titulares ligados a outros partidos da base aliada, o ministro afirmou que não haverá “caça às bruxas”. “A presidenta Dilma, até prova em contrário, confia nos seus ministros, assessores e técnicos. O que acontece é que, onde houver uma denúncia, ela será verificada, mas não haverá prejulgamento, caças às bruxas, nenhuma precipitação.”

Gilberto Carvalho também comentou a relação do governo com o PR, partido que comanda a pasta dos Transportes e que foi alvo de denúncias sobre a existência de um esquema de pagamento de propina em obras. “Nosso diálogo com o PR é maduro, é um partido muito fiel na base. Nossa relação com o PR não vai sofrer abalo com isso”, afirmou.

Edição: Nádia Franco

segunda-feira, 18 de julho de 2011

PT NA ASSEMBLÉIA: FISCALIZANDO GOVERNO TUCANO

PT quer investigação de contratos com a Sabesp



Os deputados do PT João Paulo Rillo, líder da Minoria na Assembleia Legislativa de São Paulo, e Luiz Claudio Marcolino, vice-líder da Bancada do PT, protocolaram representação no Ministério Público Estadual e no Patrimônio Público e Social da capital solicitando apuração de possível irregularidade, ilegalidade e improbidade na conduta dos responsáveis pela Sabesp em contratos que somam R$58 milhões com três consórcios controlados pela Hydrax Saneamento de Tubulações Ltda, Camp Saneamento de Tubulações Ltda. (ex-Camp Jato Limpeza Técnica Ltda), e seu dono e representante, Gregório Wanderley Cerveira.



De acordo com reportagem publicada pelo Jornal da Tarde em 11 de julho com base nos diálogos gravados e constantes do relatório do Ministério Público Estadual, Gregório Wanderley Cerveira, um dos presos por ocasião da operação desencadeada em Campinas, e João Thomaz Pereira, então diretor de uma de suas empresas, “mostram-se preocupados com a possibilidade de notícias sobre o envolvimento nas denúncias de irregularidades em Campinas ‘contaminarem’ contratos com a Sabesp”.



Para os promotores do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Campinas, a preocupação constante de Cerveira e Thomaz para não incriminar a Sabesp “é um indício de ilicitudes nos contratos com a empresa”.



Já reportagem publicada pelo jornal O Estado de SP em 27 de maio destaca nomes de políticos ligados ao PSDB que foram citados nas escutas:



No dia 11 de abril, às 9h27, Mayer fala com ‘homem não identificado’, segundo a promotoria. Esse interlocutor sugere que Edson Aparecido, secretário de Estado de Desenvolvimento Metropolitano, José Henrique Reis Lobo, ex-presidente do Diretório Municipal do PSDB em São Paulo, e o deputado Ricardo Trípoli (PSDB-SP) estariam "intercedendo" nos negócios de outro empresário, José Carlos Cepera, apontado como líder do grupo que teria desviado R$ 615 milhões do Tesouro.



O Ministério Público não investiga os tucanos. Mas registrou a menção aos nomes na página 266 do relatório de inteligência que deu base para a Justiça decretar a prisão temporária de 20 suspeitos, entre eles Mayer e Cepera. Os políticos negam categoricamente relacionamento com os empresários. Eles se declararam indignados.”



“Com base nessas informações, solilcitamos o aprofundamento das investigações quando há, no relato do jornalista Fábio Serapião, tendo por base os diálogos gravados, de um lado, preocupação extrema dos interlocutores com a ´contaminação´ de outros contratos, nos quais Cerveira tem participação direta, principalmente nos contratos celebrados com a Sabesp; de outro lado, a afirmação constante do relatório do Ministério Público Estadual de que, com base nos diálogos, pode-se ´concluir pela possível existência de outros contratos fraudulentos´, que `deverão ser investigados no momento oportuno´. Contudo, em relação a este momento oportuno, a notícia do jornal de 27 de maio de 2011, que teve acesso a íntegra do processo do Gaeco é taxativa: `O Ministério Público não investiga os tucanos´”, afirmam dos deputados João Paulo Rillo e Luiz Claudio Marcolino.



Eles também pedem que a Promotoria do Patrimônio Público solicite ao Tribunal de Contas do Estado de SP a instauração de acompanhamento da execução dos contratos, em razão de indícios de irregularidades já apontadas pela assessoria técnica do tribunal, além da investigações criminais por parte do MP


sexta-feira, 29 de abril de 2011

PT QUER SERIEDADE DOS TUCANOS SOBRE A CALHA DO TIETÊ


PT aponta incompetência dos tucanos em resolver a obra da Calha do Tietê

Após denúncia da Bancada dos deputados do PT sobre a irregularidade na licitação das obras de desassoreamento do rio Tietê, o Tribunal de Contas do Estado – TCE –suspendeu o processo de contratação de empresas para fazer o trabalho. Desta forma, o Departamento de Águas e Energia Elétrica – DAEE – não poderá realizar o pregão presencial, marcado para esta sexta-feira (29/4).

Na tentativa de encobrir sua irresponsabilidade, o DAEE distorce os fatos e afirma em nota que o TCE não "tomou" nenhuma "decisão" e "sim acatou uma argumentação do PT e que "é bom lembrar que, caso o argumento do PT prevaleça e mude-se a modalidade de licitação, cumprindo-se os prazos legais determinados na legislação, dificilmente o desassoreamento do Tietê, tão importante, necessário e essencial para a cidade de São Paulo e outras adjacentes, ocorrerá este ano como previsto."

Em resposta ao DAEE, o líder da Bancada petista, deputado Enio Tatto, ressalta que “ é um absurdo, eles (os tucanos) querem responsabilizar o PT por denunciar um ato ilegal. A irresponsabilidade deste governo é impressionante, há 16 anos no governo do Estado e não resolve os problemas. Há muita incompetência”.

A denúncia do PT, que foi julgada procedente pelo Tribunal, é que a licitação não pode ser feita na modalidade de pregão, dada a complexidade da obra, além do que o próprio TCE, em 6/4, já havia determinado a anulação total da primeira tentativa de contratar empresas por pregão. Na época, o tribunal entendeu que houve um “vício de ilegalidade”, pois o pregão deve ser usado somente para serviços comuns (cujos padrões de qualidade possam ser objetivamente definidos) e não para tarefas de alta complexidade técnica - como é o trabalho de desassorear a calha do Tietê.

O DAEE ignorou as considerações do DAEE e optou novamente pelo pregão em novo edital, publicado no último dia 14 de abril.

Incompetência histórica

Com a promessa de que o rio Tietê não voltaria a transbordar, em 2006, na gestão anterior do governador Alckmin, foram desembolsados dos cofres públicos R$ 2 bilhões para alargar o rio Tietê em até 30 metros e aprofundar seu leito em 2,5 metros.

Nos anos seguintes (2006, 2007 e 2008), o governo tucano não realizou serviços de desassoreamento, que devem ser feitos constantemente. Ainda no período de 2007 a 2010, houve corte de R$ 20 milhões para serviços e obras na Bacia do Alto Tietê e não foi investido um centavo sequer em estudos de macrodrenagem, apesar de nos orçamentos destes anos estarem previstos recursos que totalizavam R$ 44 milhões para este fim. Os dados são do SIGEO – Sistema de Gerenciamento da Execução Orçamentária do Governo do Estado.

Atualmente, o contrato usado pelas autoridades para limpar o rio também apresenta problemas, que já foi aditado pelo DAEE em 52% o contrato inicial, sendo que o limite legal, teoricamente, é de 25%. Este fato também já foi alvo de representação dos deputados do PT ao Ministério Público.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

LUZ PARA TODOS - RESPEITO AOS BRASILEIROS QUE LABUTAM NO CAMPO

Nordeste brasileiro tem 6,7 milhões de pessoas atendidas no Luz para Todos


Assentamento Hugo Herédia, em Araçatuba (SP), foi beneficiado pelo programa Luz para Todos, no ano passado, com energia elétrica para 700 pessoas. Foto: Arquivo

O Brasil atingiu a marca de 13,6 milhões de pessoas atendidas pelo programa Luz para Todos. Deste total, a região Nordeste se destaca como a que mais executou ligações, com a marca de 1,3 milhão de famílias. Isso significa que 6,7 milhões de nordestinos desfrutam agora da energia elétrica em suas casas. Os números foram divulgados pelo Ministério de Minas e Energia sobre um dos programas considerados mais importantes pelo governo federal.

Até o momento, segundo o MME, os investimentos contratados nos estados nordestinos chegam a R$ 6,1 bilhões para a realização das obras do programa. O restante dos investimentos, aproximadamente de R$ 2,7 bilhões, tem participação das concessionárias de energia elétrica e dos governos estaduais. O Luz para Todos é coordenado pelo MME, operacionalizado pela Eletrobrás e desenvolvido em parceria com os governos estaduais, as concessionárias de energia elétrica e as cooperativas de eletrificação rural.

Dos recursos liberados pela União para as obras em andamento na região Nordeste, R$ 4 bilhões foram a fundo perdido. A utilização de recursos públicos subvencionados pelo governo visa diminuir o valor de possíveis aumentos para os consumidores.

Além do benefício direto do acesso gratuito à energia elétrica, o ministério, em pesquisa de avaliação do impacto do programa realizada em âmbito nacional, identificou benefícios indiretos, entre eles, a movimentação da economia fora do ciclo de obras de construção de redes elétricas.

Os dados apontados pela pesquisa indicam que 79,3% dos entrevistados adquiriram televisores e 73,3% passaram a ter geladeiras, sem falar nas que compraram liquidificadores, ventiladores, bomba d’ água etc. Já 4,8% das famílias afirmaram que voltaram ao campo depois da chegada da energia, o que significa que 130,7 mil famílias saíram dos grandes centros retornando ao meio rural.

No estado da Bahia, por exemplo, no povoado Lage, município de Sento Sé, a energia elétrica na localidade permitiu aos moradores realizar um sonho antigo, a construção de uma fábrica de doces. A moradora Janilde dos Santos explica o trabalho que era fazer doce de umbu artesanalmente antes da energia: “A gente passava o dia inteiro peneirando a fruta para tirar a polpa. À noite, nossos braços doíam muito. Agora, o despolpador elétrico faz essa tarefa pesada”.

Com a chegada da energia, as doceiras também passaram a usar forno elétrico e caldeira, além de poderem triturar na forrageira os caroços e restos das frutas. “Aproveitamos tudo, nada mais é jogado fora”, disse Janilde.

Hoje em dia a fábrica produz, durante o período de colheita, mais de três mil quilos de doces de umbu e iniciou ainda a produção de doce de banana. O empreendimento emprega dezoito profissionais da comunidade.

De norte a sul do país, muitas mudanças estão acontecendo na zona rural. Mudanças proporcionadas a partir da chegada da energia elétrica, melhorando a qualidade de vida e oferecendo mais dignidade aos moradores do campo.

Como pedir – O morador da área rural que não possui energia elétrica em casa e não fez seu pedido ainda deve procurar o escritório ou representante da concessionária que atende a sua região e solicitar a instalação da luz. A prioridade das obras é definida pelo Comitê Gestor Estadual e, o cronograma, pela concessionária de energia elétrica.

Fonte: Blog do Planalto

quarta-feira, 20 de abril de 2011

GOVERNO AMPLIA DIÁLOGO EM BELO MONTE




Governo convida sociedade para formar comitê na região de Belo Monte

Por Luciana Lima

Brasília – O governo abre nesta quarta-feira 20 consulta pública para formar um comitê gestor na região do Rio Xingu, no Pará, onde se localiza o canteiro de obras da Usina de Belo Monte. De acordo com informações da Secretaria-Geral da Presidência, a consulta servirá para que entidades da sociedade civil indiquem representantes ao Comitê Gestor do Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu (PDRS-Xingu).


As indicações poderão ser feitas até o dia 6 de maio para 16 vagas de titulares e suplentes. O convite é endereçado a entidades sindicais de trabalhadores urbanos, rurais e pescadores, movimentos sociais e organizações ambientais. A inscrição poderá ser feita no endereço eletrônico articulacaosocial@presidencia.gov.br.


A construção de Belo Monte é envolvida em polêmica. O governo não abre mão da construção da usina e nas últimas semanas enfrentou manifestações tanto de organismos internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA), quanto de movimentos sociais contrários à instalação da unidade. Os protestos geraram uma mudança de posição do governo que resolveu intensificar a presença na região e cobrar das empresas construtoras o cumprimento de condicionantes sociais e ambientais.


Belo Monte será a maior hidrelétrica totalmente brasileira (levando em conta que a Usina de Itaipu é binacional) e a terceira maior do mundo. A usina terá capacidade instalada de 11,2 mil megawatts de potência e reservatório com área de 516 quilômetros quadrados. Até o momento, o empreendimento tem apenas uma licença parcial do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para iniciar o canteiro de obras.


De acordo com o governo, os municípios paraenses abrangidos pelo plano são Altamira, Anapu, Brasil Novo, Medicilância, Pacajá, Placas, Porto de Moz, Senador José Porfírio, Uruará e Vitório do Xingu.


O comitê será gerido pela Casa Civil que terá a atribuição de monitorar a execução do plano, elaborar o seu regimento interno e promover revisões periódicas. Além das entidades da sociedade civil, vão integrar o comitê cinco representantes do governo federal, do governo do estado do Pará e das prefeituras, representantes de entidades patronais do setor urbano, rural, pesqueiro e da empresa Norte Energia; representantes de comunidades indígenas da região e da área de influência direta da Usina de Belo Monte, além de um representante de instituição de ensino e pesquisa da região do Xingu.


O resultado do processo de seleção será publicado da página da Secretaria-Geral na internet (www.secretariageral.gov.br) até 10 de maio de 2011 e comunicado oficialmente às entidades por correio eletrônico.


segunda-feira, 18 de abril de 2011

A QUESTÃO DA ÁGUA É QUESTÃO DE VIDA



Especialista brasileiro premiado por atuação em hidrologia diz que gestão da água no Brasil é ruim

Gilberto Costa
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Referência mundial na pesquisa científica sobre recursos hídricos, Carlos Eduardo Morelli Tucci, professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e engenheiro civil por formação, anda às voltas na identificação dos principais problemas de recursos hídricos no Brasil. Para isso, tem entrevistado gestores e especialistas e já pode esboçar algumas estatísticas: do que se usa de água no país, só 15% têm tratamento, eliminação de impurezas.

E mais: o tratamento de esgoto deve chegar a 40% da água usada para esse fim. A falta de tratamento é o que mais afeta a disponibilidade hídrica, segundo Tucci, porque o esgoto contamina os próprios mananciais de abastecimento de água. Ele enfatiza: esse é um problema de governo. Afinal, água sem tratamento que volta para os rios traduz-se em doenças, principalmente quando ocorrem enchentes. Além disso, Tucci lembra: o mundo caminha para uma urbanização perto dos 70%. "A gestão urbana é a grande questão brasileira. Oitenta e oito por cento da população brasileira é urbana", destaca o pesquisador.

Em julho, ele receberá o International Hydrology Prize 2011, por sua contribuição à ciência e à prática de hidrologia. O prêmio é outorgado anualmente pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Organização Meteorológica Mundial (WMO) e a Associação Internacional de Ciências Hidrológicas (IAHS). A premiação será entregue em Melbourne, na Austrália.

O pesquisador tem quase 500 artigos científicos publicados e é consultor do Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), do Ministério da Ciência e Tecnologia.

Nesta entrevista, Tucci fala à Agência Brasil sobre os problemas urbanos, em especial, da falta de tratamento de esgoto e dos problemas de gestão da água. A seguir, os principais trechos da entrevista.

Agência Brasil – O Brasil tem um quinto água doce do mundo, mas há lugares no país em que a própria rede desperdiça 70% da água encanada. Essa é mais uma contradição nacional?
Carlos Tucci – Um país com perdas eficientes fica abaixo de 15%. A perda da ordem de 15% é considerada boa. Entre os países em desenvolvimento, a maioria está entre 36% e 40%. Isso depende muitas vezes da pressão, da topografia etc. Grande parte das perdas são [perdas] físicas. Nos condutos e sistemas que ficam velhos, é mais caro encontrar o vazamento do que fazer uma nova rede. Isso só ocorre quando há falta de água e os novos mananciais estão muito distantes e muito caros, aí começa haver uma preocupação em tornar o sistema mais eficiente. Como nós não cobramos pelo uso da água, ela é utilizada sem custos [abaixo do valor econômico], então não há busca pela eficiência. Há uma outra questão bem institucional. As empresas abastecedoras não são eficientes. Isso tem a ver com o fato de serem monopólios. O preço da água é subsidiado porque o Estado paga para a empresa mesmo que ela esteja funcionando mal. Ou então a empresa pode corrigir o preço da água como ela quiser. Ela não tem metas de eficiência. Este é o ponto fundamental, em que você poderia fazer reduzir perda.

ABr – Já existe engenharia em outros países para a criação de redes paralelas de reuso de água e reaproveitamento na própria residência. Por que isso é incipiente no Brasil?
Tucci – Tem “n” possibilidades de você aumentar a eficiência do sistema, mas o que adianta melhorar a eficiência nas residências, se a rede está perdendo grande quantidade de rede de água? O reuso é interessante, mas o reuso tem que ter alguns cuidados básicos, não pode reutilizar toda a água, por que ela é contaminada.

ABr – Há tecnologia e gente qualificada para fazer os sistemas de água mais eficientes?
Tucci – O Brasil tem um expressivo número de pesquisadores na área. Houve um investimento significativo na formação de pessoal no exterior. O Brasil formou um grande número de profissionais bastantes atualizados, o que, evidentemente, não quer dizer que tudo isso chegou à parte prática. Esse é um dos grandes desafios da ciência e da tecnologia: fazer com que o conhecimento adquirido se torne não um bem pessoal, mas um conhecimento adquirido para a sociedade.

ABr – O senhor já reclamou publicamente da burocracia para fazer pesquisa. Por quê?
Tucci – Parece que todo brasileiro é ladrão até que se prove o contrário. Só para se ter uma ideia, eu estou voltando a fazer o que fazia com 13 anos. Com aquela idade, eu ia ao banco, levava papéis. Agora, como coordenador de pesquisa, no nível máximo, eu sou obrigado a fazer o cheque de cada estudante bolsista. Na prestação de contas, não aceitam os extratos tirados na internet e, como eu não posso ter cartão, porque a conta não permite ter cartão, eu tenho que ir ao banco toda hora para tirar extrato assinado pelo banco. Quer dizer, isso, se você não está dizendo que todo mundo é ladrão, o que é? O país está perdendo com isso. Então, é uma burocracia insana e eu acho que nós vivemos numa era macartista [período que foi do final da década de 40 a meados da década de 50, em que os americanos eram perseguidos politicamente, acusados de serem comunistas]. Nós temos que provar todo dia que somos inocentes. Quando sai uma corrupção no andar de cima, todo o restante da sociedade paga por isso, em burocracia.

ABr – Voltando à água, como mudar a cultura do desperdício?
Tucci – Eu estou fazendo várias entrevistas [com gestores e especialistas] para identificar quais os principais problemas de recursos hídricos no Brasil e praticamente todos respondem a mesma coisa: falta de tratamento de esgoto. A falta de tratamento é o que mais retira disponibilidade hídrica, porque o esgoto contamina os próprios mananciais de abastecimento de água. O tratamento é menos do que 40%! As estatísticas são pouco confiáveis. Quando se diz que coleta de esgoto é de tanto, não significa que é tratado. Então ao coletar, o esgoto continua poluindo. Nas minhas contas, daquilo que nós usamos de água, tratamos e eliminamos as impurezas na ordem de 15% ou, no máximo, 20%. Isso é um problema de governo, de estabelecer o que vamos atingir em tal ano. É preciso estabelecer um plano estratégico para o tratamento de esgoto que defina o que vai ser feito: vou pegar as cidades menores; vou pegar as cidades maiores; onde eu vou incentivar as empresas para fazer tratamento de esgoto? Elas já cobram pelo esgoto na hora que coletam, então para que vão fazer tratamento?

ABr – Como assim?
Tucci – Elas cobram tudo que precisam cobrar de esgoto só por coletar, sem tratar. Está tudo errado nesse ponto.

ABr – Podemos dizer, então, que o Brasil domina apenas a tecnologia de transportar esgoto?
Tucci – Não faz tratamento, faz pouco tratamento. E, na grande parte do Brasil, nem transportar faz, eles jogam o esgoto na drenagem. Além de destruir o sistema de drenagem, cria outros problemas.

ABr – A consequência disso é a prevalência de doenças...
Tucci – Sem dúvida nenhuma. Há aí um potencial de doenças, principalmente quando inunda, mistura tudo e atinge as pessoas, como a leptospirose. Há outras doenças que vêm com a própria água pluvial [da chuva], que tem uma grande contaminação de metais, por causa da lavagem da superfície urbana.

ABr – O que está previsto no Programa de Aceleração do Crescimento [PAC] não é suficiente?
Tucci – Eu não conheço todos os detalhes dos investimentos [do PAC], mas me parece que são feitos por demandas específicas do município. Na minha opinião, deveria ser num plano estratégico nacional em que priorizassem a despoluição de determinadas cidades. O saneamento tem que começar do rio para a cidade e não da cidade para o rio. Ou seja, se define o que o rio precisa para estar despoluído e define o nível de tratamento que tem que ter a cidade, para reduzir, para chegar àquela meta de tratamento.

ABr – O governo [federal] já criticou os municípios pela falta de projetos dizendo que não faltam recursos...
Tucci – Sim, mas falta projeto porque o governo trabalha como se fosse um banco. Você acha que todos os municípios têm qualificação para fazer os seus projetos?

ABr – Como o senhor disse, mesmo que os municípios tenham qualificação, as companhias não ter ão interesse...
Tucci – Muitas vezes não têm. Em um programa estratégico, há capacitação, criação de incentivos econômicos. Você não pode sentar lá como se fosse um banco e falar assim: “estou aqui, vocês venham buscar dinheiro”. O sistema não funciona assim. Além disso, as obras do PAC geralmente são para canalização e só canalização aumenta o problema.

ABr – Por quê?
Tucci – Porque quando se canaliza, se transfere a enchente de um lugar para outro e com muito maior vazão. Aumenta a vazão e os custos geralmente sobem de seis a dez vezes.

ABr – O senhor pode explicar melhor?
Tucci – Por exemplo, há um local que está inundando, aí você canaliza. Essa vazão canalizada foi ampliada, só que, no rio abaixo, não houve ampliação da capacidade de recepção, então vai inundar mais abaixo. O custo de você canalizar toda a cidade é muito alto. No mundo inteiro, desde os anos 1970 não se faz mais isso.

ABr – O que fazer, então?
Tucci – Você tem que tirar o esgoto, dar uma solução para o lixo e fazer uma recuperação ambiental da área. Tem que ter terra e mecanismos de sustentabilidade. Em Seul [Coreia do Sul], um candidato a prefeito chegou em uma área que estava toda coberta de concreto. Tinha viaduto por cima, completamente fechado e ele prometeu que ia recuperar aquela área. Aí, ele ganhou a eleição. Em seis meses, eles fizeram um projeto de receptação do esgoto, retiraram todo viaduto do concreto de cima, porque não se pode admitir mais hoje fechar um rio. Isso é inadmissível ambientalmente! O prefeito recuperou tudo isso, arrumou o tráfego, pôs o transporte em gestão integrada e criou mecanismos de amortecimento de certos sistemas e tornou aquela área ambiental. Hoje , ele é o presidente da República da Coreia do Sul [Lee Myung-bak]. Isso dá voto também. Tem que haver uma busca de solução integrada: tirar o lixo, tirar o esgoto, amortecer o escoamento e fazer com que a água melhore de qualidade. Junto ainda, tem o tráfego e a urbanização. A gestão urbana é a grande questão brasileira. Oitenta e oito por cento da população brasileira é urbana e está ocupando 0,3% a 0,4% da superfície do país. Imagina o que é uma demanda de recursos naturais em um pouco espaço, imagine o caos que vai se formando...

ABr – A solução é desconcentrar a população e interiorizar o país?
Tucci – Isso não tem reversão. É a economia moderna, nós saímos da agricultura para a indústria. É o mundo dos serviços e os serviços estão nas cidades, o mundo vai chegar, em 2050, com 70% da população urbana, que hoje está em 50%. Todo mundo que nascer daqui para frente vai para a cidade e sem contar com os que vêm do campo, devemos ter uma distribuição urbana maior.


Edição: Lana Cristina


quinta-feira, 14 de abril de 2011

JUSTIÇA (DA SUÍÇA) CITA TUCANOS NO MAPA DA CORRUPÇÃO


Caso Alstom

Justiça da Suíça constrói mapa da corrupção que envolve tucanos de SP

O Ministério Público da Suíça cita ex-diretores da Eletropaulo e um conselheiro do TCE paulista como destinatários de remessas (propinas) da multinacional Alstom para assegurar contratos públicos com governo de São Paulo.

A Alstom está sob investigação dos governos da Suíça e da França sob suspeita de ter pago propina para obter contratos com Metrô, Eletropaulo e EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia Elétrica.

A Bancada do PT encaminhou várias representações ao Ministério Público paulista, desde 2008, onde foram anexados pareceres do Tribunal de Contas do Estado – TCE – que apontam várias irregularidades nos contratos assinados entre a multinacional e o governo do Estado. A Alstom firmou 139 contratos com o governo paulista, entre 1989 e 2007, totalizando R$ 7,6 bilhões.

O esquema da propina

Segundo o Ministério Público da Suíça, transferências entre contas bancárias administradas pela empresa e funcionários públicos de São Paulo fazem parte do ato de acusação contra o ex-banqueiro suíço Oskar Holenweger.

Suspeito de ser o pivô de um caixa 2 da Alstom para a distribuição de propinas pelo mundo, Holenweger teria usado mais de US$ 2 milhões para permitir a obtenção de contratos em pelo menos 20 transferências bancárias.

Nesta semana, o Tribunal Federal da Suíça julga o caso. Por enquanto, a Alstom não é acusada, só Holenweger, também suspeito de ligações com Pablo Escobar e o Cartel de Medelin, na Colômbia, e de ter usado US$ 9 milhões para garantir propinas a funcionários públicos em diversos países.

No processo, uma parte substancial da acusação usa as transferências de milhões de euros aos ex-funcionários públicos brasileiros como prova da atuação do ex-banqueiro. O processo identificou o pagamento a esquemas em 20 ocasiões no País.

Em 28 de outubro de 1999, um valor de 41,5 mil teria servido como um aditivo para Gisel (projeto da Eletropaulo), em que o beneficiário final seria Robson Marinho, conselheiro do TCE de São Paulo e chefe da Casa Civil de Mario Covas entre 1995 e 1997. O dinheiro passaria pelo Banco Audi, em Luxemburgo, entraria na conta 48059 da empresa MCA no Uruguai e terminaria no banco Credit Lyonnais, na conta 17321 em nome do brasileiro. No mesmo dia, 54 mil também entrariam no negócio.

Marinho teria recebido no total quase US$ 500 mil em nove transferências. Em 13 de abril de 2000, mais uma transferência passando por diversos países acabaria na conta de Marinho, com mais 41,5 mil, repetindo o percurso do dinheiro enviado em 1999. O mesmo se repetiria em setembro daquele ano.

Outro beneficiário teria sido José Geraldo Villas Boas, que teria ficado com 1 milhão. Villas Boas presidiu a Cesp nos anos 80. Em 1999, ele recebeu 175,5 mil na conta 18558, no banco Safdié de Genebra, no nome da empresa Taltos Corp. O nome dele ainda aparece em uma segunda transação, com praticamente o mesmo valor e para o mesmo banco. Receberia depois mais 300 mil em Genebra.

Hollenweger teria destinado mais de US$ 2 milhões para beneficiários brasileiros. Em 2010, a Suíça congelou US$ 7,5 milhões em nome de Jorge Fagali Neto, ex-secretário de Transportes do governo de Fleury Filho em São Paulo, em 1994. A acusação alega que um esquema bastante elaborado de pagamento de propinas foi construído com sua ajuda.

*com informações do jornal O Estado de S. Paulo (13/4/2011)

quinta-feira, 31 de março de 2011

MEIO AMBIENTE: O QUE ESTÃO ESCONDENDO EM FUKUSHIMA?


O que estão escondendo em Fukushima? O especialista japonês Hirose Takashi propõe a solução sarcófago para Fukushima: enterrar tudo sob cimento, como se fez em Chernobyl. Para ele, Tóquio e Osaka correm um perigo real. Ele critica o comportamento do governo e dos meios de comunicação, que não estariam informando à população da gravidade real do problema em Fukushima. "Todo mundo sabe quanto tempo demora um tufão a passar pelo Japão; geralmente leva uma semana. Isto é, com um vento de 2m/s, pode levar cinco até que todo o Japão fique coberto de radiação. E não estamos a falar de distâncias de 20 ou 30 km, mas sim de 100 km. Significa Tóquio, Osaka", adverte Takashi.

Hirose Takashi escreveu uma prateleira de livros, a maioria sobre a indústria da energia nuclear e o complexo militar-industrial. O seu livro mais conhecido é provavelmente “Nuclear Power Plants for Tokyo” no qual ele leva a lógica dos promotores da energia nuclear à seguinte conclusão lógica: se têm tanta certeza de que as centrais nucleares são seguras, por que não construí-las no centro da cidade, em vez de a centenas de quilômetros, perdendo metade da electricidade pelos cabos condutores? De certa forma, deu a entrevista, que está parcialmente traduzida abaixo, contra os seus impulsos. Hoje, falei ao telefone com ele (22 de março de 2011) e disse-me que, embora fizesse sentido apoiar a energia nuclear naquela altura, agora que o desastre começou ele ficou calado, mas as mentiras que estão contando na rádio e na TV são tão flagrantes que tinha de falar. Traduzi apenas o primeiro terço desta entrevista, a parte que diz respeito ao que está a acontecer nas centrais de Fukushima. Na última parte, ele falou sobre o quão perigosa é a radiação em geral, e também sobre o perigo contínuo causado pelos terremotos. Depois de ler o seu relato, vai perguntar-se sobre o porquê de continuarem a lançar água sobre os reatores, em vez de aceitarem que a solução é o sarcófago (isto é, enterrar os reatores em betume). Avalio que existem algumas respostas. Primeira, aqueles reatores foram caros e não dá para arcar com o custo financeiro. Outra, e mais importante, aceitar a solução sarcófago significaria admitir que estavam errados e não podem resolver a situação. Por um lado, é demasiada culpa para um ser humano suportar. Por outro, significa a derrota da ideia da energia nuclear, uma ideia à qual se devotam religiosamente. Representa não só a perda destes seis reatores (ou dez), mas também o encerramento dos outros todos, uma catástrofe financeira. Se os conseguirem arrefecer e pô-los a funcionar, então podem dizer “vêem, a energia nuclear não é assim tão perigosa”. Fukushima é uma tragédia que o mundo inteiro está assistindo e pode acabar numa derrota (perante a sua esperança, que penso existir sem fundamento) ou numa vitória para a energia nuclear. O relato de Hirose pode ajudar-nos a perceber o que está em jogo. (Apresentação de Douglas Lummis) Hirose Takashi: O Acidente na Central Nuclear de Fukushima e os Meios de Comunicação Difundido por Asahi NewStar, 17 de Março de 2011 Entrevistadores: Yoh Sen'ei e Maeda Mari Muitas pessoas viram água sendo lançada sobre os reatores a partir do ar e do chão. Isso é eficaz? Se se quiser arrefecer um reator com água, tem de circulá-la lá dentro, de modo a tirar o calor, de outra forma não serve para nada. Por isso, a única solução é voltar a ligar a electricidade. Se não, é como deitar água em lava. Voltar a ligar a eletricidade – isso para reiniciar o sistema de arrefecimento? Sim, o acidente foi causado pelo fato de o tsunami ter inundado os geradores de emergência, destruindo os seus depósitos de combustível. Se isso não for reparado, não há possibilidade de se recuperar deste acidente. A TEPCO (Tokyo Electric Power Company, proprietária e gestora das centrais nucleares) diz que esperam voltar a ter uma linha de alta voltagem ainda esta noite. Sim, existe uma réstia de esperança. Mas o que é preocupante é que um reator nuclear não é como os desenhos esquemáticos que as imagens mostram. Isto é apenas um cartoon. Aqui está como é por baixo de um contentor do reator. Isto é a parte final do reator. Veja bem. É uma floresta de alavancas, fios e canos. (ver imagem acima) Na televisão, surgem estes pseudo-académicos e dão-nos explicações simples, mas não sabem nada, estes professores universitários. Só os engenheiros sabem. Aqui é onde a água deve ser jogada. Este labirinto de canos é suficiente para provocar tonturas. A sua estrutura é demasiado complexa para nós entendermos. Há uma semana que têm lançado água por aqui. E é água salgada, ok? Se joga água salgada numa fornalha, o que pensa que acontece? Fica com sal, que entra em todas estas válvulas e as paralisa. Não se mexem. Isto vai acontecer em toda parte. Portanto, não acredito que seja apenas uma questão de se voltar a ter eletricidade e a água começará a circular outra vez. Penso que qualquer engenheiro com um pouco de imaginação entende isto. Temos um sistema incrivelmente complexo como este e depois joga-se água a partir de um helicóptero – talvez eles tenham uma ideia de como isto funciona, mas eu não entendo. Serão necessárias 1300 toneladas de água para encher as piscinas que contêm as varas de combustível que foram gastas nos reatores 3 e 4. Esta manhã foram 30 toneladas. Depois, as Forças de Defesa vão canalizar mais 30 toneladas a partir de cinco caminhões. Isto não é nem perto do que é preciso, terão de continuar. Esta operação de jogar água pelas mangueiras mudará a situação? Em princípio, não. Mesmo quando um reator não está danificado, requer controle constante para manter a temperatura baixa, em níveis seguros. Agora está tudo voltado do avesso, e quando penso nos restantes 50 operadores, fico com lágrimas nos olhos. Suponho que foram expostos a enormes quantidades de radiação, e aceitaram enfrentar a morte ao estar lá dentro. Quanto tempo terão? Quero dizer, fisicamente. É a isto que a situação chegou. Quando vejo os tais relatos na televisão, quero dizer-lhes, “Se realmente é assim, então vai lá tu!” A sério, eles dizem estes disparates para tentar acalmar toda a gente, evitar o pânico. O que precisamos agora é justamente de pânico, porque a situação chegou ao ponto em que o perigo é real. Se eu fosse o primeiro-ministro Kan, ordenaria que fosse feito o que a União Soviética fez quando da explosão do reator de Chernobyl, a solução sarcófago, enterrar tudo sob cimento, pôr todas as empresas de cimento do Japão a trabalhar e jogá-lo a partir do ar. Temos de esperar o pior. Por quê? Porque em Fukushima está a Central Daiichi, com seis reatores e a Central Daini, com outros quatro, num total de dez. Se apenas um deles evolui para o pior, então os trabalhadores terão de evacuar o lugar ou ficar e colapsar. Se, por exemplo, um dos reatores em Daiichi for abaixo, para os outros cinco será uma questão de tempo. Não podemos adivinhar em que ordem, mas com certeza todos eles cairão. Se isso acontecer, Daini não é assim tão longe, e provavelmente os seus reatores também não sobreviverão. Acredito que os trabalhadores não vão poder ficar lá. Estou falando do pior caso, mas a probabilidade não é baixa. É este o perigo que o mundo está assistindo. Só no Japão é que está sendo escondido. Como se sabe, dos seis reatores de Daiichi, quatro encontram-se em estado crítico. Mesmo que tudo corra bem e a circulação da água seja restaurada, os outros três poderão ainda dar problemas. Quatro estão em crise, e para recuperarem em 100%, odeio dizê-lo, estou pessimista. Se isso correr mal, para salvar as pessoas, temos de pensar numa forma de reduzir a fuga de radiação para o nível mínimo possível. Não através de água com mangueiras, que é como borrifar o deserto. Temos de pensar que os seis poderão colapsar, e a possibilidade de tal acontecimento não é baixa. Todo mundo sabe quanto tempo demora um tufão a passar pelo Japão; geralmente leva uma semana. Isto é, com um vento de 2m/s, pode levar cinco até que todo o Japão fique coberto de radiação. E não estamos a falar de distâncias de 20 ou 30 km, mas sim de 100 km. Significa Tóquio, Osaka. E assim, rapidamente se pode espalhar uma nuvem radioactiva. Claro que dependerá do tempo, não podemos saber de antemão como é que a radiação se distribuiria. Há dois dias, no dia 15 (de março), o vento soprava em direção a Tóquio. É assim... Todos os dias o governo local mede a radioatividade. Todos os canais de televisão estão dizendo que, embora a radiação aumente, ainda não é alta o suficiente para ser um perigo para a saúde. Comparam-na a um raio-X no estômago. Qual é a verdade? Por exemplo, ontem. À volta da Estação Daiichi de Fukushima, mediram 400 milisievert (1) por hora. Com esta medição, Edano (Secretário do Chefe de Gabinete) admitiu pela primeira vez que havia um perigo para a saúde, mas não explicou o que isto quer dizer. Toda a informação dos meios de comunicação está falhando. Estão dizendo coisas estúpidas, como: “mas nós estamos sempre expostos à radiação durante o nosso dia-a-dia, recebemos radiação do espaço.” Mas isto é 1 milisievert por ano. Um ano tem 365 dias, um dia 24h; multiplique-se 365 por 24 e obtemos 8760. Multiplique-se 400 milisieverts por isto e obtemos 3 500 000 vezes a dose normal. Chamamos a isto seguro? E os meios de comunicação noticiaram isto? Nada. A razão pela qual a radiação pode ser medida é porque o material radioativo está escapando. É perigoso quando este material entra no nosso corpo e emite radiação a partir de dentro. Estes acadêmicos porta-vozes da indústria vêm a televisão e dizem o quê? Dizem que, ao deslocarmo-nos em sentido contrário, a redução da radiação é inversamente proporcional ao quadrado da distância. Eu digo o contrário. A radiação interna acontece quando o material radioativo está dentro do corpo. O que acontece? Digamos que estamos a um metro de uma partícula nuclear: ao respirarmos, ela entra no nosso corpo; a distância entre nós e a partícula é agora de um micron. Um metro são mil milímetros, um micron é um milésimo de um mílimetro. Ou seja, mil vezes mil: um milhar quadrado. Este é o significado real do “inversamente proporcional do quadrado da distância.” A exposição à radiação aumenta no fator de um trilhão. Inspirar a mais pequena partícula, é este o perigo. Então, comparações com raios-x e Tomografias não é possível, porque se pode inspirar material radioativo. Sim, é isso. Quando entra no nosso corpo, não se pode dizer para onde vai. O maior risco são as mulheres, especialmente, mulheres grávidas, e crianças pequenas. Agora estão falando sobre iodo e césio2 (2), mas isso é só parte do assunto, não estão usando os instrumentos próprios para detecção. O que eles chamam monitorização significa apenas a medida da quantidade de radiação no ar. Os seus instrumentos não comem. O que eles medem não tem conexão com a quantidade de material radioativo. Então, os danos causados pelos raios radioativos e por material radioativo não são os mesmos. Se perguntar: existem quaisquer raios radioativos da Central Nuclear de Fukushima neste estúdio, a resposta é não. Mas as partículas radioativas são transportadas pelo ar. Quando o núcleo começa a derreter, os elementos que estão dentro, com o iodo, tornam-se gases. Elevam-se no ar, se houver alguma falha escapa para fora. Existe alguma forma de detectar isto? Um jornalista disse-me que a TEPCO não tem capacidade nem para fazer a monitorização regular. Apenas fazem medições ocasionais, que são a base das declarações de Edano. Devem realizar-se medições constantes, mas eles não estão em condições de fazê-las. E é preciso investigar o quê e quanto está escapando, o que requer instrumentos de medição muito sofisticados. Não se pode fazê-lo apenas através de um posto de medição, que não chega medir o nível de radiação no ar. Precisamos saber que tipo de materiais radioativos estão escapando, e para onde vão – não têm um sistema capaz de fazer isso agora. (*) Douglas Lummis é um cientista político que vive em Okinawa e é o autor de “Radical Democracy”. Lummis pode ser contactado através de: ideaspeddler@gmail.com Retirado de Counterpunch Tradução de Sofia Gomes para o Esquerda.net (1) O sievert, cujo símbolo é Sv, é a unidade SI de dose equivalente e pode ser definida como a dose equivalente quando a dose absorvida da radiação de ionização multiplicada pelos fatores estipulados adimensionais é 1 Joule por quilograma. (2) Metal alcalino.

Fotos: Parte final do reator é uma floresta de alavancas, fios e canos.

segunda-feira, 28 de março de 2011

SABESP ESCONDE OS DADOS SOBRE OS MUNICÍPIOS ONDE ATUA

Para deputado, Sabesp dificulta a fiscalização


O deputado Donisete Braga enviou Requerimento ao Governador Geraldo Alckmin esta semana, quando se comemora o Dia Mundial da Água, pedindo que seja promovida padronização e transparência nos dados da empresa de Saneamento Básico do Estado – SABESP – disponibilizados na internet. A Sabesp é uma empresa importante, opera em 364 cidades, mas está pecando no quesito transparência e uniformidade dos dados”, disse o deputado.

Segundo ele, com a falta de padronização, a empresa dificulta a fiscalização e o acompanhamento dos serviços prestados por parte da população. A empresa, por exemplo, fornece amplos dados sobre Francisco Morato - índices de coleta e tratamento de esgoto, abastecimento de água, redes coletoras, entre muitos outros -, enquanto sobre Barueri constam apenas informações sobre a quantidade de ligações, a extensão da rede de distribuição e reservatórios.

Sobre muitos municípios, explica o deputado, as informações sequer tratam dos serviços afetos a coleta e tratamento de esgoto, restringindo-se as ligações da rede de abastecimento de água, casos de Ferraz de Vasconcelos, Jandira, Rio Grande da Serra, Vargem Grande Paulista, Taubaté e Biritiba Mirim.

No caso de Adamantina a situação piora, diz o parlamentar. “Se você quer saber sobre os índices do saneamento em Adamantina, esqueça, vai encontrar apenas a história da cidade e como se deu o processo de assunção dos serviços pela SABESP, sem inclusão de nenhum indicador”, enfatiza ele.

Já sobre as cidades de Águas de São Pedro, Queiroz, Porangaba, Dourado e Lucélia, explica ele, o site da empresa redireciona o internauta para uma página onde consta apenas a frase “Aguarde informações sobre o município”. Para o deputado, é fundamental que os dados sejam padronizados para permitir maior fiscalização e acompanhamento por parte da população.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

SP: GOVERNO DO ESTADO ADMITE QUE O "APAGÃO" JÁ ERA ESPERADO E QUE OUTROS DEVERÃO OCORRER



O “apagão” ocorrido na tarde de terça-feira (8/2) e que deixou mais de 2,5 milhões de paulistanos sem energia elétrica já era esperado e outros devem ocorrer, segundo o secretário de Energia do Estado, José Aníbal. Ele explicou que o principal motivo é a não construção de uma subestação de energia da CTEEP – ex-estatal paulista privatizada pelos tucanos – que deveria ter sido entregue em abril de 2010. As obras só tiveram início no mês passado e devem ser concluídas só em 2012.

A CTEEP informou que os transformadores da Subestação Bandeirantes têm operado próximo à capacidade máxima e que o problema de abastecimento na zona sul da Capital só deverá ser solucionado em fevereiro do próximo ano, quando deve ficar pronta a nova subestação, a Piratininga 2, em Interlagos.

A condescendência dos tucanos com as empresas privatizadas por eles próprios é evidente, desde que o setor energético paulista sofreu um desmonte a partir de 1995. Tanto que o ex-governador José Serra chegou a dizer publicamente que não cobraria investimentos das empresas privatizadas. A Bancada dos deputados do PT denunciou, em vários momentos, os cortes profundos nos investimentos da CTEEP, apesar de ter seu lucro líquido elevado.

Colapso no Estado

O PSDB quando da elaboração do marco regulatório da privatização tucana de 2006 não estabeleceu quem é responsável pelas instalações de transmissão. Com isso, a situação de infra-estrutura é crítica e faz crescer o risco de colapso no setor elétrico no Estado.

A divisão do setor energético paulista se dá em três áreas – geração, transmissão e distribuição de energia – e foi idealizada sob o argumento de que assim se alcançaria mais eficiência, mais investimentos, melhores serviços e mais transparência da fiscalização e no acompanhamento dos serviços públicos por elas prestados. Passado os anos, o que assistimos é a verticalização destas empresas assumindo o formato anterior as privatizações. Exemplos disso é a CPFL - distribuidora, gerando energia - e a CTEEP – transmissora - tentando entrar no setor de distribuição.

O “apagão”, segundo a CTEEP

A CTEEP transmite energia à Eletropaulo, que a distribui aos consumidores. São 102 estações no Estado. A queda de energia de terça-feira (8/2) foi provocada pelo desligamento de um disjuntor de alta tensão dos três transformadores da Subestação Bandeirantes – em março de 2008, houve problema semelhante.

Em nota a empresa informou que “um dos três transformadores de 345/88kv apresentou falha, o que levou à atuação de seu sistema de proteção e, como conseqüência, desligaram-se os outros dois transformadores”.

O caos para milhões de pessoas

A falta de energia atingiu, no meio da tarde, pelo menos três regiões da Capital (central, oeste e sul), com maior impacto na zona sul. Foram prejudicados mais de 2,5 milhões de paulistanos, 627 mil imóveis residenciais, comerciais e industriais. Oficialmente foram 30 minutos sem luz, em dois períodos, mas há relatos de moradores que ficaram até duas horas sem energia.

Os prejuízos são inúmeros: trânsito caótico com os semáforos apagados, pessoas presas em elevadores, abastecimento de água prejudicado em pelo menos dez bairros, entre muitos outros.

Recorrência

Em novembro passado (22/11), cerca de 1,2 milhão de pessoas também foram afetadas por “apagão” que aconteceu em pelo menos 20 bairros das zonas oeste, norte e central, da Capital. Em setembro de 2010 também ocorreram “apagões” em vários bairros da Capital e parte do litoral – nos municípios de Santos, São Vicente, Praia Grande e Cubatão.

*da Redação, com agências

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

BLECAUTE EM SÃO PAULO...A FOLHA VAI DAR DESTAQUE?



Falta de energia atinge diversos bairros em São Paulo

Bruno Bocchini

Repórter da Agência Brasil

São Paulo – Um problema na transmissão da energia elétrica provocou um apagão em diversos bairros da capital paulista na tarde de hoje (8). De acordo com a Eletropaulo, as regiões atingidas foram: Jardins (avenidas Paulista e Brigadeiro), Bela Vista (13 de Maio e imediações), parte da zona sul (Vila Olímpia e Itaim-Bibi) e alguns bairros da zona oeste, como Vila Leopoldina, Perdizes e Pinheiros.

Em nota, a Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista informou que, às 15h11, foi detectado um problema na Subestação Bandeirantes, localizada na região sul da cidade. Um dos três transformadores apresentou falha, o que levou ao desligamento dos outros dois.


Segundo a companhia, dez minutos depois, os dois transformadores foram postos em operação para o restabelecimento de energia. A Eletropaulo, está, no momento, religando a energia para os consumidores atingidos.

As causas do desligamento do transformador estão sendo analisadas pela Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista.

Edição: Nádia Franco

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

DESGOVERNO TUCANO DEIXA BAIRROS DA GRANDE SÃO PAULO ALAGADOS


Cidade submersa - 21/01/2011

Grande São Paulo já tem bairros alagados há quase duas semanas

Com informações do Jornal da Tarde

A história quase que se repete em São Paulo. Em bairros próximos aos afluentes do Rio Tietê, chuvas são sinônimos de desabrigados, casas interditadas e ruas alagadas.

As fortes chuvas da tarde desta sexta-feira (21/12) representam mais alguns dias debaixo d’água para moradores de pelo menos 9 bairros da região leste da Grande São Paulo, que já estão há cerca de 12 dias alagados.

Há casas destruídas e ruas submersas na região do Jardim Helena, extremo leste da capital, às margens do Rio Tietê e áreas alagadas em Itaquaquecetuba e Guarulhos. Os bairros mais atingidos são próximos aos Jardins Pantanal e Romano, que passaram dois meses de 2010 submersos.

Os moradores da região culpam o assoreamento do Tietê. É que o Distrito do Jardim Helena é cortado por oito riachos que desaguam no rio e, por isso, enfrentam refluxo nos afluentes e nas galerias quando o volume de água no Tietê é maior.

Além dos problemas com as obras de desassoreamento, os moradores da região temem pelas consequências da barreira de contenção de enchentes, o dique do Jardim Romano. No último mês de dezembro, o próprio D.A.E.E. admitiu que o dique pode elevar o nível do Rio em até seis centímetros.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

GERALDO ALCKMIN NÃO FEZ NEM EM 6 ANOS, QUANTO MAIS EM 24 HORAS


blog do zé

Patranha sem perdão

Publicado em 18-Jan-2011

Mídia "esquece" declaração de Alckmin sobre enchentes...

Não tem atenuante nem perdão a declaração do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de que não se faz obra em 24 h. O governador a utilizou em sua tentativa de justificar a omissão dos governos tucanos, dos quais ele faz parte ou comanda há quase 20 anos, em relação a medidas de contenção de enchentes na Capital e no Estado.

A afirmação é acintosa exatamente porque Alckmin se encaminha para completar 20 anos na administração estadual, duas vezes vice-governador, três como governador e uma como secretário de Estado do governo José Serra. E a imprensa? Ignorou intencionalmente, apenas registrou uma vez a afirmação e a vestiu, mais uma vez, com o manto do silêncio protetor aos tucanos.

Ninguém, jornal, rádio, TV ou revista deu uma manchete, um editorial, uma palavra a respeito, salvo o jornalista Clóvis Rossi que em uma coluna sua na Folha de S.Paulo lembrou que Alckmin é governo há quase duas décadas.

De novo dois pesos e duas medidas

Por sua vez o governo federal, após reunião da presidenta Dilma Rousseff com parte de seu ministério, anunciou a completa reestruturação da Defesa Civil, com a criação do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais. O programa estará concluído até 2014, mas conforme anunciou o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloisio Mercadante, cumpre seus objetivos já no ano que vem.

O que virou manchete e títulos nos jornais e no noticiário? Só este ponto: a conclusão do caro, complexo e sofisticado plano em 2014. Alguma memória, box, pequena nota nos jornais junto com o noticiário da iniciativa do governo federal sobre a declaração de Alckmin, já que ele também falava do drama das enchentes num Estado e Capital fortemente assolados por elas?

Nenhuma linha. A mídia aproveitou para encobrir mais uma vez a declaração acintosa do governador paulista. Lembram-se do nome disso? Patranha - passar para o público uma história mentirosa, incompleta, manipulada.