Patranha sem perdão
Não tem atenuante nem perdão a declaração do governador Geraldo Alckmin (PSDB), de que não se faz obra em 24 h. O governador a utilizou em sua tentativa de justificar a omissão dos governos tucanos, dos quais ele faz parte ou comanda há quase 20 anos, em relação a medidas de contenção de enchentes na Capital e no Estado.
A afirmação é acintosa exatamente porque Alckmin se encaminha para completar 20 anos na administração estadual, duas vezes vice-governador, três como governador e uma como secretário de Estado do governo José Serra. E a imprensa? Ignorou intencionalmente, apenas registrou uma vez a afirmação e a vestiu, mais uma vez, com o manto do silêncio protetor aos tucanos.
Ninguém, jornal, rádio, TV ou revista deu uma manchete, um editorial, uma palavra a respeito, salvo o jornalista Clóvis Rossi que em uma coluna sua na Folha de S.Paulo lembrou que Alckmin é governo há quase duas décadas.
De novo dois pesos e duas medidas
Por sua vez o governo federal, após reunião da presidenta Dilma Rousseff com parte de seu ministério, anunciou a completa reestruturação da Defesa Civil, com a criação do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais. O programa estará concluído até 2014, mas conforme anunciou o ministro de Ciência e Tecnologia, Aloisio Mercadante, cumpre seus objetivos já no ano que vem.
O que virou manchete e títulos nos jornais e no noticiário? Só este ponto: a conclusão do caro, complexo e sofisticado plano em 2014. Alguma memória, box, pequena nota nos jornais junto com o noticiário da iniciativa do governo federal sobre a declaração de Alckmin, já que ele também falava do drama das enchentes num Estado e Capital fortemente assolados por elas?
Nenhuma linha. A mídia aproveitou para encobrir mais uma vez a declaração acintosa do governador paulista. Lembram-se do nome disso? Patranha - passar para o público uma história mentirosa, incompleta, manipulada.
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