sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

São Bento: Após três anos, morte de prefeito petista ainda é mistério

Geraldo de Souza Dias, ex-prefeito de São Bento do Sapucaí, foi assassinado dentro de sua loja em 2007

Por www.ovale.com.br

Quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Na semana em que se completam três anos de sua morte, o ex-prefeito de São Bento do Sapucaí, Geraldo de Souza Dias, terá seu nome dado ao viaduto que liga a rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro a Santo Antonio do Pinhal. A cerimônia será às 10h de sexta-feira.



O ex-prefeito, filiado ao PT, foi encontrado enforcado no dia 30 de novembro de 2007, nos fundos de sua loja de materiais de construção. Perícia realizada na época indicou que ele teria sido tor- turado e a hipótese de suicídio foi descartada. No entanto, o processo foi arquivado por falta de provas.

A nomeação do viaduto em homenagem ao ex-prefeito é de autoria do deputado estadual Padre Afonso Lobato (PV). Segundo a assessoria do deputado, o batismo do viaduto é uma homenagem ao prefeito que era um homem honesto.

Devem participar da cerimônia prefeitos da região, o Padre Afonso e o deputado Carlinhos Almeida (PT), que era amigo do ex-prefeito.

Carlinhos disse que essa é uma homenagem justa. “Ele era uma pessoa íntegra, foi uma perda para a cidade e para o PT. Então nada mais justo do que se fazer uma homenagem em memória do Geraldo”.

O deputado disse que é difícil imaginar alguma atitude do ex-prefeito que tenha motivado o crime. “Ele era uma pessoa honesta, íntegra, sem problemas com ninguém, com atuação na igreja. É uma pena que não tenha sido esclarecido”.

O vereador de São Bento, Professor Maurinho (PT), amigo da família do ex-prefeito, disse que Dias marcou história na cidade. “Podemos dividir a história política de São Bento em antes e depois do Geraldo”, afirmou Maurinho.

Ele disse que essa é uma homenagem tardia, mas merecida. “Ele foi um homem muito importante para toda a população de São Bento e isso é uma justa homenagem à memória dele".

O crime

O assassinato chocou a cidade na época. Cerca de 2.000 pessoas participaram do funeral do ex-prefeito que governou a cidade entre janeiro de 2001 e dezembro de 2004.

Dias teria sido torturado, depois foi enforcado com corda e fios elétricos retirados da própria loja. O corpo foi encontrado no início da manhã do dia 30 por um funcionário.

O ex-prefeito dormiu no depósito da família, porque o funcionário responsável pela segurança do local estava de folga. O depósito possuía câmeras de segurança, mas o sistema estava desligado.

Dias já havia anunciado que pretendia ser candidato nas eleições de 2008.

Investigação não encontrou suspeitos

O inquérito que apurava a morte de Geraldo Souza Dias foi arquivado por falta de provas. Segundo o delegado da DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Taubaté, Marcelo Duarte, que atuava no caso à época, a investigação foi encerrada sem que nenhum suspeito pelo crime fosse identificado.

“Comecei as investigações, outro delegado deu prosseguimento, mas o processo foi arquivado e ninguém foi preso”, afirmou Duarte.

Na época do crime, parentes e amigos de Geraldo Souza Dias afirmaram que o ex-prefeito não tinha nenhum inimigo declarado.

Em novembro 2001, durante seu primeiro mandato na Prefeitura de São Bento, ele chegou a receber cartas anônimas com ameaças de morte supostamente enviadas por um grupo identificado como Farb (Frente de Ação Revolucionária Brasileira).

Ligado à Igreja Católica, o petista era apontado como um dos favoritos para a eleição municipal de 2008, quando tentaria continuar à frente da Prefeitura de São Bento.

Um comentário:

Anônimo disse...

sou uma sambentista, e realmente ficamos chocados com o caso, porém alerto para um detalhe, se foi mesmo assassinato, como tudo indica, então foi uma queima de arquivo, Geraldo sabia de muitas coisas, e ele não foi o único que foi "apagado" por saber demais, infelizmente no nosso pais essas coisas permanecem impunes.