Segurança tem de ser prioridade dos governo
Se é interessante a proposta do governador Sérgio Cabral sobre as drogas leves (post acima) não se pode dizer o mesmo da situação salarial da polícia militar do Rio que aparece num comparativo publicado pela Folha de S.Paulo no domingo, como uma das mais mal pagas no país. A PM fluminense está em 11º lugar, com 10 outros Estados pagando salários melhores às suas forças policiais.
A solução, tampouco, está na decisão do governo fluminense, que concedeu um aumento de 70% para os policiais, mas a ser pago ao longo de 48 meses - 48 parcelas de 0,9% até o final de 2014. Insisto, continua sem solução à vista o problema seríssimo do sistema penitenciário e das polícias, dos salários, formação, integração (polícias civil e militar).
Faltam equipamentos e serviços de inteligência na maioria dos Estados - em muitos casos, onde existem, são insatisfatórios - e sobra violência e corrupção na própria polícia. Apesar dos avanços na integração do seu trabalho com a Polícia Federal (PF), a Força Nacional de Segurança, o apoio das Forças Armadas, e o uso dessa própria inteligência precária.
Ação da segurança nos morros do Rio tem lado assustador
Ainda agora, por exemplo, é extremamente questionável a PM do Rio estabelecer que 18 (15 negros ou pardos e três brancos) morreram em confronto com as forças de segurança na ocupação dos complexos da Vila Cruzeiro e do Alemão. Fixa esse número, mas não mostra os corpos, não divulga sua identificação, parece não ter satisfações a dar à sociedade sobre a morte de quase duas dezenas de pessoas.
A despeito dessas questões graves, temos encontrado soluções inovadoras que têm se mostrado boas alternativas, como as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), o PRONASCI - programa de bolsas para estudo/aperfeiçoamento de policiais e trabalhadores da área de segurança - o Fundo Nacional de Segurança Pública, e as penitenciárias federais de segurança máxima.
Mas, além de nova legislação em todo esse vasto campo que mencionei, o país precisa, também, que a segurança realmente seja prioridade do Ministério da Justiça e do Governo Federal, inclusive na parte atinente à vigilância e controle das fronteiras e do combate à lavagem de dinheiro.
A propósito dessa questão de segurança, convido vocês a lerem o artigo "Não há solução mágica" publicado pelo ex-ministro da Fazenda, professor Luiz Carlos Bresser Pereira, nesse domingo, na Folha de S.Paulo. Bresser coloca o dedo nessa ferida.
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