Vejam vocês mais uma razão para o desespero dos tucanos...
Vejam vocês a razão para o desespero dos tucanos - ou mais uma, já que está dando tudo errado para eles. Mesmo em São Paulo, berço desse arranjo (PSDB-DEM-PPS-PTB) e onde já disputaram várias eleições juntos e governam em parceria a Capital e o Estado a aliança tucana rachou. Uma fissura que já se manifestava há algum tempo no bloco tornou-se pública e transformou em pesadelo o sonho do candidato deles a governador, Geraldo Alckmin, de disputar a eleição com a coligação unida.
O candidato a governador Aloizio Mercadante (PT e mais nove partidos aliados) tomou café da manhã na Câmara Municipal paulistana com nada menos que 23 vereadores, entre os quais dissidentes do DEM e do PTB. Os petebistas não aceitam a exclusão do senador Romeu Tuma (PTB-SP) da disputa à reeleição na chapa majoritária tucana.
A decisão dos tucanos e aliados de abandonar Tuma é produto do acordo do DEM com o PMDB quercista, feito sob as benção do presidenciável José Serra. O acerto foi fechado em 2008 para a reeleição do prefeito da capital, Gilberto Kassab (DEM). Naquela eleição o presidente regional do PMDB, ex-governador Orestes Quércia - agora tucano desde criancinha - indicou a vice-prefeita de Kassab. Em troca recebeu a promessa (de Kassab e Serra) de ser candidato único ao Senado pela aliança PMDB-PSDB-DEM no pleito de outubro próximo.
Descontentes no DEM, no PTB...
Até mesmo no DEM não há só flores para a candidatura Alckmin. Há a insatisfação do prefeito Kassab com a chapa Alckmin-Guilherme Afif Domingos (DEM). Seu candidato a governador nunca foi Alckmin, era Aloysio Nunes Ferreira Filho ou ele mesmo.
"O PSDB está sem energia para fazer o que deve ser feito. A pré-campanha do meu adversário mostra isso", observou à Folha de S,Paulo o senador Mercadante após o café. Sua crítica foi reforçada pelos dissidentes. "Andei com o Alckmin na campanha à prefeitura, em 2008. Desde então, ele nunca me telefonou. O senador (Mercadante), ao contrário, sempre que pode, me liga", afirmou o vereador Adilson Amadeu (PTB) ao explicar sua participação no café. Outro participante, o vereador Milton Leite (DEM) apresentou reivindicações a Mercadante.
Levantamento publicado pela Folha 6ª feira mostrou que, em maio, Alckmin visitou nove cidades e participou de oito eventos públicos, enquanto Mercadante esteve em 21 municípios e em 19 reuniões. Mas ainda não é exatamente falta de energia da parte de Alckmin.
É que ele resolveu trabalhar sozinho e não ajudar a campanha presidencial dando agora a Serra o troco por não o ter apoiado nem feito campanha por ele quando disputou a presidência da República em 2006 e a prefeitura paulistana em 2008 - neste pleito Serra apoiou e fez campanha pela reeleição de Kassab.
Foto: Antonio Cruz/ABr
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