segunda-feira, 21 de junho de 2010

JOSÉ SERRA, O PEDAGISTA AUTORITÁRIO


Candidato continua constrangendo jornalistas

Não sei se a cena vai ao ar na TV Cultura, ligada ao governo do Estado...

Gravada antecipadamente não sei se vai ao ar porque a entrevista pode ser editada - e a TV Cultura tem vínculos com o governo tucano do Estado - mas em sua participação, no Roda Viva de hoje à noite o candidato da oposição ao Planalto, José Serra (PSDB-DEM-PPS) voltou a constranger jornalistas. Ao que lhe perguntou sobre as elevadas tarifas de pedágio no Estado ele respondeu irritado: "você está apenas retransmitindo o que diz a oposição. Esse é o trololó petista".

Trololó coisa nenhuma. Para ficar apenas em um exemplo do número em excesso e dos altos preços desses pedágios, o usuário para ir da capital paulista à divisa com o Mato Grosso do Sul (Rio Paraná) utiliza as rodovias Castelo Branco, Engº João Baptista Rennó, Orlando Quagliato e Raposo Tavares, num total de 672 km. Passa por 30 praças de pedágio (ida e volta, 18 delas autorizadas por Serra em dezembro pp) e não paga menos que R$ 200,00.

Mesmo assim, Serra iritou-se com a pergunta, numa espécie de censura. É sua praxe. Depois ele liga para o chefe de redação do ou da jornalista é pede sua demissão, ou protesta pelo comportamento do profissional que o entrevistava. Na verdade, ao acusar os jornalistas de usar argumentos da oposição Serra revela seu caráter autoritário de alto risco para o exercício da presidência da República.

Manobras de despiste


Em outra manobra de Serra nessa entrevista de hoje na TV Cultura - além dessa para não responder sobre os custos e alto número de pedágios - foi repetir que o país passa por um processo de desindustrialização e que o governo Lula não tem política industrial. Tem. O que acontece é que ao tratar dessa forma o assunto, o candidato da oposição está aplicando uma "vacina", prevenindo-se para que não se lembrem que no governo dele, nos governos FHC/Serra é que o país não tinha.

Ele não quer que lembremos da ausência dela e que eles não só não tinham como, nos governos em que ele foi ministro do Planejamento (1995-1998) e da Saúde (1999-2002) era um palavrão falar em política industrial. E ele ainda tenta agora (nessa entrevista) minimizar a responsabilidade do governo Lula pela retomada do crescimento econômico desde abril do ano passado, pós-crise internacional.

Ao fazê-lo e dizer que o país só atingiu a taxa de 9% de crescimento no 1º trimestre desse ano porque ela foi calculada em cima de uma base de expansão reduzida da economia nos últimos anos, ele prova sua desonestidade intelectual, despreparo e desespero, porque não consegue tirar sua campanha do atoleiro das crises e continua sem programa de governo, metas, discurso, rumos para o país, e sem conseguir um candidato a vice-presidente para fechar sua chapa.

zedirceu.com.br

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