Alckmin joga no lixo metade dos planos de José Serra
É dramático, para dizer o mínimo, o levantamento publicado pela Folha de S.Paulo no fim de semana (sábado) dando conta de que a briga, ou melhor, a divergência política entre os tucanos Geraldo Alckmin e José Serra levou o atual governador a jogar no lixo e a cancelar praticamente a metade das metas estabelecidas no Plano Plurianual (PPA) 2008-2011 prometidas pelo antecessor.
Com o título "SP não cumpre quase metade das metas", o jornal relaciona as 54 prioridades listadas pelo governo José Serra para o período 2008-2011 e herdadas por Alckmin. Destas, 24 foram canceladas pelo governador. Ou seja, não serão executadas.
O jornal traz mais duas listas distintas, uma com as 24 principais metas-promessas feitas por José Serra no PPA 2008-2011 que não serão cumpridas por Alckmin; e a outra com 21 metas desse PPA cumpridas ou em execução.
Entre as metas abandonadas, dois professores por sala de aula
Na relação das metas que não serão cumpridas figuram a retirada de presos de delegacias superlotadas; a conclusão de duas linhas do metrô, a 4 e a 5 na capital; um total de 23 piscinões contra enchentes; os trens de subúrbio do ABC, Guarulhos e para Santos; dois professores por sala de aula...e por aí vai.
O governo do Estado respondeu por nota ao jornal, na qual reconhece que parte das metas do PPA 2008-2011 não será cumprida por questões orçamentárias, de projeto, de mudança de prioridades ou dificuldade política. Vejam bem, não serão cumpridas por "dificuldade política". Mas, no documento o governo Alckmin conclui que "a execução (das que sobreviveram) é bem satisfatória".
Nota do Palácio dos Bandeirantes admite "dificuldade política"
Como vocês vêem no post acima, Serra e Alckmin divergem politicamente e a população paga. Quer dizer, há dificuldades políticas como admitidas pela própria nota do palácio do governo, há divergências entre a dupla Alckmin-Serra e quem paga, quem se prejudica e sofre o prejuízo em termos de serviços e obras a que têm direito é a população.
Agora, isso, a Folha também não diz nem explora. Já se fosse em relação a governos do PT... Mas, qual é a da Folha de dar isso sem mostrar essa parte, o real motivo do governo Alckmin descartar metade do PPA estabelecido por José Serra?
Tudo bem, sabe-se que ela apóia tucanos. Mas é tão público e notório que Alckmin e José Serra são adversários e não se suportam! Fica cada um à espera do outro para se vingar, dar o troco na próxima esquina que a vida polítia lhes oferece.
Vinganças em cascata
Em 2006 alckmin não contou exatamente com o apoio esperado de José Serra (que se elegia governador) em sua campanha para presidente da República quando foi derrotado pelo presidente Lula. Em 2008 foi a vez de José Serra dar o troco: 1º não queria que Alckmin saísse candidato a prefeito. Ele teimou, saiu e o então governador o derrotou apoiando a reeleição do prefeito Gilberto Kassab (ex-DEM-PSDB, agora PSD).
Em 2010 Alckmin elegeu-se de novo governador (pela 3ª vez no Estado) e na ocasião foi a vez dele não dar o apoio necessário e esperado por José Serra, derrotado pela presidenta Dilma. Na mesma eleição Alckmin ganhou o governo e aí chegou a sua vez de vingar-se do "amigo" tucano.
Alckmin assumiu o governo este ano e expulsou, promoveu um expurgo alijando da máquina do governo paulista todos os tucanos de expressão ligados a José Serra. Resultado: eles brigam, divergem politicamente; a população paga; a Folha registra sem o real motivo do embate; e a gente tem de assistir estarrecido a tudo isso.
Fabiana Soler é vereadora do PT em Potim (SP). Formada em Comunicação Social pela UNESP de Bauru, é Administradora com extensa experiência na área de Pesquisas de Opinião Pública.
terça-feira, 13 de setembro de 2011
TUCANOS DE SÃO PAULO NÃO SE ENTENDEM - QUEM PERDE É O POVO
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