Edinho Silva |
O Brasil registra saldo positivo com a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao país. Embora não tenha fechado nenhum acordo de impacto durante sua estada no país, as perspectivas para o Brasil, após a visita, sinalizam para um incremento do diálogo entre brasileiros e norte-americanos. E o mais importante: representa o reconhecimento do Brasil como um dos líderes mundiais.
O presidente Obama sinalizou com a possibilidade de apoiar o desejo do Brasil de integrar, como membro permanente, o Conselho de Segurança da ONU, ao afirmar que tem "apreço" pela pretensão do país. Também revelou interesse dos Estados Unidos em adquirir petróleo brasileiro e trocar tecnologia para as pesquisas sobre o pré-sal.
Como declarou o cientista político Luciano Dias, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos (IBEP), "essa visita é importante não pelos acordos, mas sim pelos sinais". Ele destacou que é a primeira visita de um presidente americano ao país, com este em posição de destaque no cenário internacional, com base na economia e nas políticas sociais, desde a vinda do presidente Franklin Roosevelt, em 1943.
Em conversa com a presidente Dilma Rousseff, o presidente Barack Obama reiterou o interesse dos Estados Unidos em ampliar as parcerias econômicas e comerciais com o Brasil. Na verdade, Obama quer ver os norte-americanos novamente como os maiores parceiros comerciais dos brasileiros, posto que perderam para China.
Outro reflexo da visita, nos próximos meses, deve ser a extensão do tempo de visto de permanência de brasileiros nos Estados Unidos, um pleito que o Itamaraty vem defendendo já há algum tempo. Uma iniciativa, sem dúvida, necessária para permitir o intercâmbio entre os dois países e que viria a favorecer, especialmente, os jovens brasileiros que pretendem estudar nos Estados Unidos.
Um dos momentos marcantes da visita de Obama aconteceu no Rio de Janeiro e serviu para justificar o apreço do presidente norte-americano pela presença do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Em discurso no Teatro Municipal do Rio, para cerca de 2 mil pessoas, ele elogiou a democracia brasileira e destacou a participação da presidente Dilma Rousseff na luta contra a didatura militar que comandou o país entre 1964 e 1985.
"Onde a luz da liberdade brilha, todo o mundo torna-se mais brilhante. É o exemplo do Brasil", afirmou o líder norte-americano. Nesse momento, enfatizou o papel da presidenta Dilma na luta contra a ditadura militar. Para Obama, "o Brasil mostrou que uma ditadura pode virar uma democracia e que a reivindicação de mudança pode começar na rua e transformar o país, transformar o mundo."
O presidente norte-americano também usou o Brasil como exemplo para os países árabes, hoje em luta contra governos autoritários e despóticos. "Estamos vendo uma nova geração exigindo o direito de determinar seu próprio futuro. Os Estados Unidos e o Brasil sabem que o futuro do mundo árabe será determinado por seus próprios povos", disse Obama.
Vindas do presidente da nação mais poderosa do planeta, as palavras de Obama não devem ser encaradas apenas como um discurso conveniente. Elas refletem o respeito que o Brasil conquistou nos últimos anos como um forte ator global.
O governo do presidente Lula tem grande mérito por esse novo posicionamento do país. O Brasil é, hoje, um país olhado com muito mais interesse porque se consolidou como democracia, potência econômica e como nação que pratica justiça social, respeita seus cidadãos e busca o desenvolvimento sustentado, em harmonia com o meio ambiente. A visita de Barack Obama é mais um marco desse novo Brasil, que há oito anos vive uma nova e desejada realidade, a realidade de ser o país de todos os brasileiros.
*Edinho Silva é deputado estadual e presidente estadual do PT-SP
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