sexta-feira, 19 de novembro de 2010

NAVIO PETROLEIRO "SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA", ORGULHO NACIONAL


Transpetro lança ao mar o Navio Petroleiro "SERGIO BUARQUE DE HOLANDA"

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A Transpetro, braço logístico da Petrobras para o setor de transporte, lançou ao mar hoje (19) o terceiro de uma série de 46 navios petroleiros encomendados à industria naval brasileira no âmbito do Programa de Modernização e Expansão da Frota Nacional de Petroleiros (Promef). O custo total é de R$ 10 bilhões.

A solenidade de lançamento, no Estaleiro Mauá, em Niterói, no Rio de Janeiro, teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O navio – batizado com o nome do historiador, jornalista e critico literário Sérgio Buarque de Holanda – servirá para transportar derivados de petróleo e terá capacidade de levar até 48,3 mil toneladas.

O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, disse ontem (18) que o lançamento de mais uma embarcação no âmbito do Promef impulsiona a indústria naval brasileira. “É sem dúvida a consolidação do renascimento da indústria naval do país. Basta lembrar que há dez anos nós tínhamos no setor apenas 1,9 mil empregos e hoje temos 50 mil brasileiros trabalhando na indústria naval do país.”

A solenidade de hoje segue o cronograma previsto para este ano, que se iniciou no dia 7 de maio, no Estaleiro Atlântico Sul (PE), com o lançamento do Suezmax João Cândido. No dia 24 de junho, no Estaleiro Mauá, foi lançado o navio de produtos Celso Furtado.

Um dos principais projetos estruturantes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o Promef viabiliza o ressurgimento da industria naval brasileira, com a reformulação e modernização de estaleiros e a construção de unidades de produção, como a Atlântico Sul, em Pernambuco.

O Brasil não lançava uma nova embarcação de grande porte há 13 anos. Hoje o país detém a quarta maior carteira de navios petroleiros do mundo. Desde que foi implantado, o Promef já gerou, segundo a Transpetro, 15 mil empregos diretos, número que chegará a 40 mil quando todas as unidades estiverem em produção.

O programa foi criado em 2004 com base em três principais premissas: construir navios no Brasil; alcançar um nível mínimo de nacionalização (65% na primeira fase e 70% na segunda); e oferecer condições para que os estaleiros conquistem competitividade, com a adoção de preços e prazos internacionais.


QUEM FOI SÉRGIO BUARQUE DE HOLANDA:

Um dos funfadores do Partido dos Trabalhadores,
filho de Christovam Buarque de Holanda e Heloísa Gonçalves Moreira Buarque de Holanda, Sergio estudou em São Paulo, na Escola Caetano de Campos e no Ginásio São Bento, onde foi aluno do Afonso de E. Taunay e onde compôs a valsa "Vitória Régia", publicada na revista Tico-Tico.

Em 1921, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Participou do movimento Modernista de 1922, tendo sido nomeado por Mário e Oswald de Andrade representante da revista Klaxon na cidade maravilhosa.

Bacharelou-se em direito pela Universidade do Brasil em 1925. No ano seguinte, transferiu-se para Cachoeiro do Itapemirim, no Espírito Santo, para dirigir o jornal O Progresso. No mesmo ano, fundou, com Prudente de Morais Neto, a revista Estética.

Em 1927, retornou ao Rio de Janeiro e passou a trabalhar como colunista do Jornal do Brasil e funcionário da Agência United Press. Dois anos depois, viajou para a Europa como correspondente dos Diários Associados e fixou-se em Berlim, onde conheceu a obra de Max Weber e assistiu aos seminários de Friedrich Meinecke.

Passou a colaborar, em 1930, na revista Brasilianische Rundschau, do Conselho do Comércio Brasileiro de Hamburgo. Em 1936, de volta ao Brasil, ingressou na Universidade do Distrito Federal, onde lecionou história moderna e contemporânea e literatura comparada. Ainda em 1936, lançou seu livro "Raízes do Brasil".

Quando a Universidade do Distrito Federal foi fechada, em 1939, Sérgio Buarque de Holanda foi convidado por Augusto Meyer a dirigir a seção de publicações do Instituto Nacional do Livro. Em 1941, a convite da seção de Relações Internacionais do Departamento de Estado, viajou para os Estados Unidos.

Três anos depois, em 1944, assumiu o cargo de diretor da Divisão de Consulta da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. No mesmo ano, lançou "Cobra de Vidro".

Em 1945, participou da fundação da Esquerda Democrática e também participou do Congresso de Escritores, em São Paulo, sendo eleito presidente da seção do Distrito Federal da Associação Brasileira de Escritores.

No ano seguinte, transferiu-se para São Paulo, onde substituiu seu antigo professor Afonso de E. Taunay no cargo de diretor do Museu Paulista.

Filiou-se ao Partido Socialista em 1947 e assumiu a vaga de professor de História Econômica do Brasil, na Escola de Sociologia e Política, em substituição a Roberto Simonsen. Dois anos depois, proferiu uma série de conferências na Sorbonne, em Paris.

Em 1952, mudou-se com a família para Itália, onde permaneceu por dois anos como professor convidado junto à cadeira de Estudos Brasileiros da Universidade de Roma.

Recebeu o prêmio Edgard Cavalheiro do Instituto Nacional do Livro em 1957, pela publicação de "Caminhos e Fronteiras". No ano seguinte, conquistou a cadeira de História da Civilização Brasileira na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, com a tese "Visão do Paraíso - Os Motivos Edênicos no Descobrimento e na Colonização do Brasil".

Foi o primeiro diretor do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB), eleito em 1962. De 1963 a 1967, visitou como professor convidado as universidades do Chile e dos Estados Unidos e participou de missões culturais pela Unesco no Peru e na Costa Rica.

Em 1969, aposentou-se do cargo de catedrático da USP, em solidariedade aos colegas afastados de suas funções pelo AI-5. Recebeu o prêmio Governador do Estado, em 1967, na seção de literatura.

Recebeu, como o intelectual do ano, o prêmio Juca Pato de 1979. No ano seguinte, foi membro-fundador do Partido dos Trabalhadores.



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